17 de agosto de 2010

OPINIÃO
DNA Benedense

Zé Benedino (*)

Uma história fantástica se iniciou quando Getúlio Vargas transformou, em 1952, a Comissão Mista Brasil-EUA em BNDE.

O esforço de um punhado de sonhadores para que o Brasil implantasse uma moderna infraestrutura econômica: recursos para energia, transporte, siderurgia; para que tivéssemos uma Indústria de Base poderosa; para que não precisássemos importar bens de consumo nem bens de capital.

O grande público provavelmente desconhece o quanto a sociedade brasileira deve a um banco federal. O despertar das pequenas e médias empresas para a Economia, o incentivo à produção local de Insumos Básicos, a luta para salvar o Meio Ambiente, para vencer os choques do petróleo.

O papel do BNDES na evolução da sociedade brasileira foi marcante desde então, graças ao capital humano, o seu mais valioso ativo. Formado a partir do reduzido grupo de pioneiros, onde grandes nomes da economia se revelaram, evoluiu impulsionado pelas próprias exigências da sociedade tecnológica brasileira, que demandaram o enfrentamento dos desafios com muita criatividade, engenharia financeira e estudos.

Máquina de pensar, com dezenas de unidades operacionais, administrativas, de gestão financeira, recursos humanos, informação, uma rede com centenas de bancos, praticamente todas as agências do Sistema Financeiro Nacional.

Apoiar o desenvolvimento do Brasil pela concessão de centenas de financiamentos por dia do Oiapoque ao Chuí é a nobre missão desta Casa, atendendo, na verdade, ao seu grande cliente: o Povo Brasileiro.

Uma missão quase sagrada, onde não são permitidos desvios, apenas pensar o desenvolvimento do Brasil. Dos benedenses se espera a firmeza de propósitos, a lealdade, o foco na missão. O comportamento da tribo de Levi – a única que se manteve fiel enquanto o povo idolatrava o Bezerro de Ouro –, temerosa, pois o Grande Patriarca Moisés demorava no alto da montanha.

Mas ao retornar puniu os desviantes, concedendo aos Levitas a guarda do Tabernáculo, que desde então passa de pai para filho por tradição oral, tendo seus descendentes o privilégio de serem chamados à arca sagrada na frente da congregação.

Também nesta casa benedense jamais houve desvios, com os valores passando de geração em geração, como se fora um DNA funcional, em outras épocas classificado como as famosas Visões, e suas dimensões Foco no Cliente,

Valorização das Pessoas, Gestão do Conhecimento, até chegarmos, na gestão do Prof. Luciano Coutinho, ao Ano dos Valores do BNDES, centrado em Espírito Público , Ética, Compromisso com o Desenvolvimento e Excelência.

Mas seja qual for o enquadramento genético, não há vazios, a alma benedense vai se mantendo viva: novos colegas garantem a continuidade da luta, mantendo erguida a nossa Bandeira, todos prontos para enfrentar novos desafios, todos herdeiros de uma mesma missão para honrar.

O Brasil de 1952, tão diferente, começou a ser transformado por gente que acreditava – e como os antigos levitas, gente que transmite aos sucessores seus conhecimentos, suas tradições, seu espírito público, legando às novas gerações as Tábuas Benedenses da Lei:  

1. Servirás à sociedade trabalhando em equipe;
 
2. Continuarás a história do BNDES;
3. Serás Agente do Fomento;
4. Não farás banca de negócios à porta do Templo;
5. Planejarás o Desenvolvimento Econômico;
6. Honrarás o Longo Prazo;
7. Lembrarás dos que te antecederam;
8. Articularás o Desenvolvimento para santificá-lo;
9. Não farás para ti nenhum ídolo nem terás outras missões;

10. Não tomarás em vão o nome do Desenvolvimento.

(*) Funcionário (síntese) do BNDES.
(Texto publicado na edição 951 do VÍNCULO, em 22 de julho de 2010)
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2 - Síntese do projeto Cidade Cidadã – 20/05/2008
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