A AFBNDES se solidariza
com o grupo de 93
diplomatas e 25 oficiais
e assistentes de
chancelaria do Itamaraty
que divulgou, na
quarta-feira, carta
pública criticando o
"uso da força" para
conter manifestações e
pedindo que líderes
políticos "abram mão de
tentações autoritárias,
conveniências e apegos
pessoais ou partidários"
em prol do pacto
democrático em nosso
país.
"Diante do agravamento
da crise, consideramos
fundamental que as
forças políticas do
país, organizadas em
partidos ou não,
exercitem o diálogo, que
deve considerar
concepções dissonantes e
refletir a diversidade
de interesses da
população brasileira",
ressaltam os servidores
do Ministério das
Relações Exteriores, que
também se preocupam com
a retomada de um novo
ciclo de
desenvolvimento,
legitimado pelo voto
popular e em consonância
com os ideais de justiça
socioambiental e de
respeito aos direitos
humanos.
Carta Pública –
Servidores Ministério
das Relações Exteriores
Nós, servidoras e
servidores do Ministério
das Relações Exteriores,
decidimos nos manifestar
publicamente em razão do
acirramento da crise
social, política e
institucional que assola
o Brasil. Preocupados
com seus impactos sobre
o futuro do país e
reconhecendo a política
como o meio adequado
para o tratamento das
grandes questões
nacionais, fazemos um
chamado pela reafirmação
dos princípios
democráticos e
republicanos.
2.
Ciosos de nossas
responsabilidades e
obrigações como
integrantes de carreiras
de Estado e como cidadãs
e cidadãos, não podemos
ignorar os prejuízos que
a persistência da
instabilidade política
traz aos interesses
nacionais de longo
prazo. Nesse contexto,
defendemos a retomada do
diálogo e de consensos
mínimos na sociedade
brasileira, fundamentais
para a superação do
impasse.
3.
Desde a promulgação da
Constituição Federal de
1988, a consolidação do
estado democrático de
direito permitiu
significativas
conquistas, com reflexos
inequívocos na inserção
internacional do Brasil.
Atualmente, contudo,
esses avanços estão
ameaçados. Diante do
agravamento da crise,
consideramos fundamental
que as forças políticas
do país, organizadas em
partidos ou não,
exercitem o diálogo, que
deve considerar
concepções dissonantes e
refletir a diversidade
de interesses da
população brasileira.
4.
Para que esse diálogo
possa florescer, todos
os setores da sociedade
devem ter assegurado seu
direito à expressão.
Nesse sentido,
rejeitamos qualquer
restrição ao livre
exercício do direito de
manifestação pacífica e
democrática. Repudiamos
o uso da força para
reprimir ou inibir
manifestações. Cabe ao
Estado garantir a
segurança dos
manifestantes, assim
como a integridade do
patrimônio público,
levando em consideração
a proporcionalidade no
emprego de forças
policiais e o respeito
aos direitos e garantias
constitucionais.
5.
Conclamamos a sociedade
brasileira, em especial
suas lideranças, a
renovar o compromisso
com o diálogo
construtivo e
responsável, apelando a
todos para que abram mão
de tentações
autoritárias,
conveniências e apegos
pessoais ou partidários
em prol do
restabelecimento do
pacto democrático no
país. Somente assim será
possível a retomada de
um novo ciclo de
desenvolvimento,
legitimado pelo voto
popular e em consonância
com os ideais de justiça
socioambiental e de
respeito aos direitos
humanos. |