Tenho, por meio
desta mensagem,
comunicar aos
associados da
AFBNDES minha
renúncia ao cargo de
presidente da
entidade, em
21/08/2019, depois
de três anos à
frente da Associação
– antecipando em
cerca de um ano o
término do meu
mandato. O motivo se
deve ao alto nível
de estresse e a
problemas que
sobrevieram em
relação a minha
saúde.
Foram três anos
muito turbulentos,
quando busquei
servir, sempre, aos
interesses
nacionais, aos
interesses do BNDES,
da AFBNDES e de seus
associados. Acredito
que os resultados
foram satisfatórios
e que temos sido
exitosos. Com
recursos limitados,
conseguimos avançar
significativamente
em quase todos os
setores de atuação –
na defesa dos
empregados e na
representação de
suas demandas; na
defesa do BNDES e de
seus instrumentos
como Banco de
Desenvolvimento; nas
relações negociais
com a Alta
Administração; na
interlocução com os
empregados e
ex-empregados; no
relacionamento com
as demais
Associações do
Sistema BNDES,
sindicatos e outras
entidades
representativas; na
defesa do BD e da
sustentabilidade do
PBB; na defesa do
PAS e da autogestão
etc. No âmbito da
"empresa" AFBNDES,
foi feito um grande
trabalho de
reconstrução e de
reorganização, com
bons resultados,
aumento de
eficiência e
transparência – e
ainda há muito a ser
feito.
A defesa
institucional do
BNDES foi, nas
circunstâncias
políticas
verificadas nos
últimos três anos –
e continua sendo –,
a principal e mais
importante frente de
atuação da
Associação. Na minha
opinião, o maior
feito da atual
Diretoria da AFBNDES
foi a projeção
externa alcançada e
o reconhecimento
público de que a
Associação
representa o corpo
funcional benedense
– e, por isso, pode
e deve ser a sua
voz.
Essa credibilidade
foi conquistada com
muito esforço,
posicionamentos
qualificados e
diálogo franco com
todas as partes. A
Associação voltou a
ser uma referência
quando o assunto
envolve o BNDES e
seus empregados.
Hoje, acredito, a
AFBNDES se encontra
em outro patamar –
muito mais
representativa e
respeitada.
Há um balanço
delicado entre
tradição e
modernização na vida
da AFBNDES, entre a
atual estrutura e as
reais preferências e
necessidades dos
associados,
levando-se em conta
as diferenças
intergeracionais e a
inércia de uma
entidade de 65 anos.
As mudanças ocorrem
sob a atuação de
forças propulsoras e
de resistência. Por
isso precisam ser
amadurecidas com
muito debate. É
preciso cuidado para
não se subestimar os
efeitos
desconstrutivos e
desorganizadores que
podem advir se a
velocidade do
processo não for
segura.
Como todo coletivo
diversificado,
formado por seres
humanos, vamos
encontrar entre os
membros dos
colegiados que
integram a AFBNDES
diferenças de
visões, divergências
e conflitos – que em
algumas situações
adquirem cores mais
fortes pelas emoções
e paixões
envolvidas. As
forças centrífugas,
por sua vez, durante
esses três anos,
quase sempre foram
superadas pela
convergência em
torno de diretrizes
mestras: do
trabalhismo, da
necessidade de o
país retomar o rumo
do desenvolvimento,
da fundamental
importância do BNDES
e do Estado nesse
processo, na busca
da unidade do corpo
técnico, e, mais
amplamente, na
defesa da Soberania
Nacional e do Estado
Democrático de
Direito.
A meu ver, a
Associação deveria
ser mais reconhecida
e respeitada
internamente como
parte do Sistema
BNDES. E, num
contexto maior, como
parte dos esforços
para se pensar o
desenvolvimento
brasileiro. São
muitas as forças
relacionadas ao
desenvolvimento e ao
BNDES, com ligações
com grande variedade
de atores e
instituições – da
política, do
empresariado, da
imprensa, da
academia e da
sociedade civil em
geral –, que
demandam diferentes
abordagens, nas
quais a Associação
pode contribuir de
modo relevante.
Por fim, declaro meu
apoio à Diretoria da
AFBNDES, que seguirá
dando prosseguimento
ao trabalho que vem
sendo feito. Se não
tivéssemos uma
Associação que nos
representasse e nos
defendesse, por
certo estaríamos
sentindo a
necessidade de
criá-la. Como a
temos, devemos
valorizá-la,
apoiá-la, demandá-la
e cobrar que ela
cumpra sua função no
melhor interesse dos
associados, do BNDES
e do desenvolvimento
brasileiro. O
engajamento dos
associados é
fundamental não
apenas para aumentar
a potência da
Associação e a
capacidade de
atingir seus
objetivos, mas
também para
preservar sua
legitimidade e
integridade.
Thiago Mitidieri
Presidente da
AFBNDES até
21/08/2019