A AFBNDES apoia
todos os movimentos
e manifestos pelo
afastamento do
presidente da
República. Não
importa agora em
quem as pessoas
votaram para a
presidência, se
foram a favor do
impeachment ou
contra o “golpe”, se
defenderam Sérgio
Moro e a Lava Jato e
se arrependeram, se
ainda os defendem ou
não. Se consideram o
PT “o partido mais
corrupto do mundo”,
ou se consideram o
presidente Lula “o
maior presidente de
todos os tempos”. Se
são favoráveis ou
contra as reformas
do Paulo Guedes, se
são neoliberais, ou
desenvolvimentistas
(A diretoria da
AFBNDES é contra as
reformas e
desenvolvimentista,
mas essa é outra
questão).
Pois o que importa
agora é afastar o
presidente pelos
vários crimes de
responsabilidade que
cometeu; ou seja,
defendemos um
afastamento dentro
da lei. Um
presidente que
conspira contra a
democracia, age
contra a saúde e a
vida dos
brasileiros; e
interfere nas
instituições da
República para
evitar investigações
baseadas em indícios
de conexões
abomináveis – dele
próprio e de seus
familiares – com
milícias e redes de
difusão de mentira,
calúnia e difamação.
(‘Negacionistas’ que
eventualmente
existam no BNDES,
por favor, abram
seus olhos! O que
significam as
medidas que o
governo
provocativamente
promove para
facilitar o acesso a
armamentos,
o apoio à
radicalização de
seus apoiadores
em torno de
bandeiras
abertamente
antidemocráticas
e a adoção de
palavras de ordem e
símbolos fascistas
por membros do
governo?)
Os que apesar de
tudo insistem em
defender o
presidente, não
deveriam ignorar que
o BNDES permanecerá
como um dos alvos
privilegiados do
movimento por ele
representado. As
operações de
comércio exterior
financiadas pelo
Banco são
especialmente
importantes
para a narrativa
desse movimento.
A conexão é simples.
O anticomunismo, de
matiz
particularmente
lunática, que
orienta o guru
conspiratório do
presidente precisa
alimentar
o
risível
mito sobre o Foro de
São Paulo –
e
a principal
“evidência”
que dá “substância”
ao mito
são as operações de
financiamento
realizadas pelo
Banco
aos países “aliados
à China” na
conspiração
comunista
internacional.
Pressionados para
explicar as
corrupções e
vigarices concretas
da família com
Queiroz, é a isso
que recorrem os
loucos: a teorias da
conspiração como
essa. Do mesmo modo
que respondem ao
assassinato
concretamente
planejado da
vereadora Marielle
Franco com a teoria
da conspiração sobre
a facada no
presidente (“Quem
está por trás do
Adélio?”).
É trama de história
em quadrinhos, mas
narrativas desse
nível
já se mostraram
capazes de
influenciar
efetivamente pessoas
inteligentes.
Quantos não votaram
nas últimas eleições
(primeiro e segundo
turnos)
influenciados por
alucinações como o
“Decálogo de Lenin”
e etc.? A
radicalização do
movimento fascista
pilotado por
Bolsonaro exige o
apelo a essas
fantasias. Na
Polônia, onde também
governa a extrema
direita, a adesão ou
não a teorias da
conspiração define
se uma pessoa é ou
não aliada do
governo. E ser ou
não aliada tem
consequências
relevantes para as
suas vidas (ver
artigo de Anne
Applebaum, “O Pior
está por vir”,
Revista Piauí,
nº 146).
Não tenham dúvida
que esse será o
destino do Brasil
caso vença o
movimento pilotado
pelo presidente.
Não deve importar
também a opinião
sobre o
vice-presidente
Hamilton Mourão. O
general reformado –
depois de se
apresentar como
moderado em
contraste com
Bolsonaro – tem
revelado em
manifestações
públicas (artigos em
jornais de grande
circulação) que
compartilha da mesma
visão autoritária do
presidente. Mesmo
assim, que venha
Mourão, o que não
pode continuar é o
desastre
civilizacional
conduzido por
Bolsonaro.
Se pudéssemos
escolher nessa
conjuntura,
defenderíamos não
apenas uma condução
racional para lidar
com a pandemia do
coronavírus, mas uma
revisão fundamental
das prioridades da
orientação
econômica. É um
absurdo tomar
conhecimento de que
o BNDES busca
captação no exterior
depois de liquidar
os recursos que
tinha até há pouco
mobilizado para
financiar o
investimento no
Brasil. É um
escândalo falar em
continuar a vender
ações da BNDESPar na
atual conjuntura.
Felizmente, é
razoável
esperar que a saída
de Bolsonaro seja o
fim da condução
econômica desastrosa
de Paulo Guedes.
Totalmente isolado,
o ministro depende
hoje, como nunca, do
presidente para
continuar no poder.
Os sinais de
desconforto dentro
da própria equipe já
foram apontados aqui
em editorias
passados.
A saída de Guedes e
de sua equipe
econômica é a única
forma de interromper
a lamentável
orientação que
prevalece no BNDES.
O que pode ser dito
de adicional sobre a
atual diretoria e o
círculo de
apoiadores mais
próximos?
Vários adjetivos vêm
à cabeça, mas o que
é mais revelador é o
grau de desconfiança
e de temor que
existe em torno
dela. A demissão
covarde, injusta, de
Gustavo Soares sujou
as mãos dessa
diretoria e de todos
que por ela foram
responsáveis. Já
apontam hoje, e
apontarão no futuro
com ainda mais
veemência, para o
presidente Montezano
como único
responsável. A
verdade é que são
todos responsáveis e
os empregados do
BNDES não esquecerão
disso.
O país precisa do
BNDES. Precisamos de
uma diretoria que
entenda isso e seja
capaz de utilizar o
Banco com esse
objetivo.
Conecte-se com a
AFBNDES
Recebemos várias
mensagens de apoio
ao trabalho que
estamos fazendo na
AFBNDES. Muita gente
pergunta o que pode
fazer para ajudar.
Várias coisas. A
primeira delas é se
conectar, interagir
e apoiar nossos
canais nas redes
sociais.
A AFBNDES tem hoje
um site (que será
reformulado em
breve, mas que já
conta com os
editoriais e artigos
de opinião
publicados nos
últimos anos no
VÍNCULO – estes
organizados por nome
dos seus autores),
página no Facebook,
perfil no Instagram,
canal no Youtube e
agora também conta
com perfis no
Twitter e no
LinkedIn. Temos
também uma “rede de
transmissão” no
WhatsApp. Não é um
grupo de ‘zap’, são
canais por onde
enviamos informação
qualificada, links
para as edições do
VÍNCULO On Line,
artigos, divulgação
de eventos etc. Para
fazer parte da rede,
basta mandar pelo
seu celular a
mensagem “Quero”
para (21)
96743-1955.
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