Movimento

Edição nº1395 – sábado, 6 de junho de 2020

Associação dos Funcionários do BNB critica uso do Banco como moeda de troca na negociação do governo com o Centrão

A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) critica o uso da instituição “no mercado rasteiro da velhíssima política do ‘toma lá, dá cá’”. Nos últimos dias, o Banco teve espaço negativo no noticiário devido à demissão do seu novo presidente, Alexandre Amaral, depois de um dia empossado.  

Cabral tomou posse na terça-feira (2) e, um dia depois, foi exonerado após vir à tona um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que o investiga por supostas irregularidades em sua gestão na Casa da Moeda, em 2018. O órgão apura contratos suspeitos que podem ter causado um prejuízo de R$ 2,2 bilhões. 

A indicação de Cabral à presidência do BNB faz parte de uma ampla negociação entre o governo federal e o chamado Centrão, com cargos no governo e instituições públicas sendo concedidos às legendas que compõem o grupo parlamentar em troca de apoio político. 

O BNB, os trabalhadores e a sociedade exigem respeito!

A propósito do episódio recente que envolve a mudança na gestão do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a AFBNB mais uma vez vem a público para manifestar entendimento contrário à forma de tratamento desrespeitosa que é dada à Instituição, aos seus trabalhadores e à sociedade, sobrepondo-os ao  sabor das conveniências politiqueiras e de  interesses mesquinhos de e por quem tem o poder de mando para tal – o Governo Federal. Tal situação soa inoportuna e desnecessária, pois só traduz a miopia quanto à natureza, essência e objetivos que permeiam o existir do BNB. Além disso, ocasiona vulnerabilidade e instabilidade, haja vista estar em total descompasso com o momento por que passa a Instituição, sem quaisquer desgastes ou questionamentos técnicos ou de qualquer outra natureza que justifiquem o ato. 

No contexto da grave pandemia da Covid 19 que ceifa a vida de milhares de trabalhadores a cada dia, que exige mais do que nunca a ação de políticas públicas e sociais, de forma lamentável e sem a devida responsabilidade, o BNB  é jogado a incertezas com a exposição e repercussão negativa na mídia, afetando sobremaneira a sua dinâmica institucional. Trata-se de prática reprovável, que  deve ser veementemente combatida na perspectiva de que seja abolida de uma vez por todas. Como registra a história, os resultados dessa atávica cultura politiqueira nem sempre  desembocam em situação confortável, por ser dissonante e inadequado para o perfil do Banco quanto ao seu papel social e missão para a qual foi criado. (...) 

Assim como tem procedido, a  AFBNB seguirá firme na defesa do BNB e dos trabalhadores e na luta por um Banco cada vez mais forte e cumpridor do seu papel. Neste sentido vai intensificar as ações  pelo seu fortalecimento e garantia de recursos estáveis, além da manutenção do atual modelo de gestão do FNE, de exclusiva operacionalização pelo BNB, na compreensão de que o Fundo constitui uma imprescindível ferramenta de política regional de desenvolvimento, razão maior da existência do Banco. 

O BNB, os trabalhadores e a sociedade merecem respeito! A Associação repudia veementemente o uso do BNB como moeda de troca; como barganha no mercado rasteiro da velhíssima política do “toma lá, dá cá”, que não serve às demandas de quem realmente  precisa dos serviços da Instituição, mas sim de quem vê a  mesma como um mero instrumento das suas pretensões imediatas. 

Associação dos Funcionários do BNB

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