Institucional

Edição nº1395 – sábado, 6 de junho de 2020

A tragédia brasileira em meio à crise

O tema da edição de junho/2020 do Jornal dos Economistas, publicado pelo Corecon-RJ, é a crise econômica, sanitária, social, política e moral que se abate sobre o Brasil. Plinio de Arruda Sampaio, da plataforma Contrapoder, aponta que a ausência de políticas públicas, sob o silêncio hipócrita de uma burguesia tosca, de espírito ultraegoísta e imediatista, é hoje o principal obstáculo ao enfrentamento da pandemia e depressão no Brasil.  

Luiz Filgueiras, da UFBA, afirma que a crise tornou evidente a desigualdade social brasileira e a importância do Estado e do SUS. Terminada a urgência, a política econômica, balizada pelo ajuste fiscal, será reestabelecida. “Não há mais como tergiversar: o Governo Bolsonaro, um casamento entre o neoliberalismo e neofascismo, é uma ameaça à democracia e precisa ser deposto”. 

Esther Dweck, do IE/UFRJ, ressalta que a pandemia mostrou os limites das políticas de Estado mínimo. Mas o governo sinaliza que, tão logo passe a fase aguda da pandemia, os cortes de gastos sociais e a redução do Estado de Bem-Estar Social serão retomados, de acordo com as regras do teto de gastos.  

João Sicsú, do IE/UFRJ, cita o New Deal nos EUA e um relatório britânico durante a Segunda Guerra como experiências de planejamento em épocas de crise que motivaram a constituição de Estados de Bem-Estar Social. O Brasil deveria aproveitar a pandemia para lançar as bases de um planejamento que almeje o pleno emprego, desenvolvimento científico e tecnológico e soberania.  

Carlos Grabois Gadelha, da Fiocruz, enfatiza que a pandemia reafirmou a necessidade de uma política industrial para a saúde, tese defendida há duas décadas pela sua instituição: “O país precisa consolidar um Complexo Econômico-Industrial da Saúde para reduzir a vulnerabilidade do SUS.”  

Antonio José Alves Junior, da UFRRJ, defende o aumento do gasto público para a expansão do emprego e infraestrutura. Mas, enquanto a pandemia ainda se acelera no Brasil, já se ouve a defesa “técnica” e política da austeridade para a recuperação da economia. O artigo do Fórum faz um raio-X do SUS no Estado do Rio de Janeiro com base em dados físicos e quantitativos e em despesas orçamentárias. 

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