A
ASCEMA
Nacional,
representando os
servidores da carreira
de Especialista em Meio
Ambiente, tem denunciado
as atitudes do
antiministro Ricardo
Salles desde o começo de
seu trabalho de desmonte
do Ministério do Meio
Ambiente, do IBAMA e do
ICMBio, seguindo as
diretrizes
inconsequentes,
irresponsáveis e
anticientíficas de seu
chefe, Bolsonaro. Não
por acaso, suas
credenciais para assumir
o cargo foi a condenação
pela fraude no Plano de
Manejo da APA das
várzeas do Rio Tietê.
Em verdade, o vídeo da
reunião ministerial
representa prova
concreta do oportunismo
criminoso que Ricardo
Salles vem aplicando
desde que foi nomeado
para executar a tarefa
de desmontar a área
ambiental através do
esvaziamento de sua
própria pasta e de um
criminoso processo de
desregulamentação da
política ambiental do
Brasil.
A começar pela
propaganda de campanha
de Jair Bolsonaro, essa
página infeliz da nossa
história foi marcada por
ataques aos nossos povos
originários, indígenas e
quilombolas,
hostilizados em comícios
repletos de discursos de
ódio e preconceito,
passando pela proposta
de extinção do
Ministério do Meio
Ambiente, com ataques
diretos aos servidores
do IBAMA e ICMBio. Com a
vitória nas eleições de
2018 e a péssima
repercussão da proposta
de extinção do MMA à
imagem do agronegócio
exportador, Bolsonaro
colocou em prática a
estratégia de
dilapidação da proteção
ao meio ambiente através
do desmonte de seus
órgãos executivos. Para
isso Ricardo Salles foi
nomeado.
Não por acaso,
assistimos ao aumento
vertiginoso dos
desmatamentos na
Amazônia, detectados
pelas imagens de
satélite ainda em
novembro de 2018, logo
após o resultado das
eleições. Com a posse de
Bolsonaro, de imediato,
a Secretaria de Mudanças
do Clima e Florestas foi
extinta e a Secretaria
de Recursos Hídricos e o
Serviço Florestal
Brasileiro foram para
outras pastas, retirando
da área ambiental a
responsabilidade pela
gestão das nossas águas
e florestas públicas.
Também a sociedade civil
foi vilipendiada no
desmonte do CONAMA,
perdemos o Fundo
Amazônia, o sistema de
julgamento de multas foi
paralisado pela criação
dos Núcleos de
Conciliação Ambiental, o
ICMBio foi ocupado e
desestruturado por
Policiais Militares e o
IBAMA exonerou a cadeia
de comando da
fiscalização, perdemos o
controle do avanço do
desmatamento em 2020,
apenas para mencionar
algumas credenciais que
compõem a ficha corrida
recente do antiministro
do governo Bolsonaro.
É nesse cenário, no
momento em que a
pandemia da COVID-19
ultrapassa 21 mil
mortos, que Ricardo
Salles relatou a seus
colegas a “oportunidade”
de passar uma “boiada”
na forma de portarias e
medidas infralegais,
visando
“desregulamentar” as
normas de proteção ao
Meio Ambiente,
utilizando-se de
pareceres encomendados,
enquanto as atenções da
imprensa estariam
desviadas para o estado
de calamidade na saúde
pública. É inaceitável
que um criminoso de
ocasião permaneça
destruindo o patrimônio
ambiental do Brasil.
FORA RICARDO SALLES! |