Institucional

Edição nº1395 – sábado, 6 de junho de 2020

UFRJ recomenta medidas mais duras para conter covid-19 no Estado do Rio de Janeiro

A trajetória do novo coronavírus no Brasil continua preocupante. Dados da noite da última quinta-feira (4), divulgados pelo site Poder360, mostram que o país chegou a 614.941 casos (+ 30.925 em um dia); 34.021 mortes (+ 1.473 em um dia); com 238.617 recuperados. O Brasil já é o segundo em número de casos, perdendo apenas para os EUA (1.924.051); e o terceiro em número de mortes, atrás de EUA – 110.173 e Reino Unido – 39.904.  

O Estado do Rio de Janeiro – com 60.932 casos e 6.327 mortos – só perde para São Paulo (129.200 casos e 8.560 mortos). O Ministério da Saúde admite que o número de mortes possa estar subnotificado. O número de testes per capita também é baixo. E o que é pior: nossa curva permanece ascendente.  

Diante desses números, prefeituras e estados começam a discutir e pôr prática a reabertura do comércio, após as restrições impostas para evitar a propagação da doença.  Não é à toa que o Grupo de Trabalho Multidisciplinar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre a covid-19 (GT UFRJ) recomenda medidas mais duras, como o bloqueio total, chamado de lockdown, em áreas do estado do Rio de Janeiro. 

De acordo com Nota Técnica, divulgada no último fim de semana, não há evidências que mostrem diminuição no nível de contágio no estado, que pode ter o pico do processo epidêmico a partir do próximo final de semana [6 e 7/6]. Segundo análise dos cientistas, destaca a Agência Brasil, os esforços iniciais para conter a pandemia contribuíram para reduzir a velocidade da propagação da doença ao longo do tempo, chamado tecnicamente de valor do indicador de reprodutibilidade da doença (R). Mas a nota ressalta que a situação ainda é “extremamente preocupante”.

“Os resultados indicam que o valor do indicador de reprodutibilidade da doença (R) ainda é muito alto (um valor maior do que 2!), sugerindo que ações mais firmes (lockdown) para desacelerar com mais intensidade a velocidade de espalhamento do SARS-CoV-2 e a consequente propagação da doença em larga escala na população ainda devam ser consideradas nas diferentes localidades do estado do Rio de Janeiro”, diz o documento.

Em todas as áreas analisadas, o Covidímedro da UFRJ indica a necessidade de lockdown, já que o nível de espalhamento da doença está maior do que 2, ou seja, cada pessoa com covid-19 contamina pelo menos outras duas. O nível moderado de espalhamento seria R entre 0,9 e 1,2. Para o Estado do Rio de Janeiro R foi calculado em 2,25 e para a cidade do Rio de Janeiro ficou em 2,15. 

No início das medidas de isolamento social, em meados de março, o nível de espalhamento da covid-19 no estado estava em 5,5. 

A nota indica também a relação entre o nível de isolamento no estado e o número de casos de covid-19, com base na mobilidade de telefones celulares, desde 1º de fevereiro até o dia 23 de maio. Segundo os cientistas, o aumento ou diminuição do nível de isolamento se reflete no número de casos 16 dias depois

“É possível observar que o nível de isolamento social, de acordo com esse indicador de mobilidade, se manteve, em média, acima de 50% de 16/03 a 02/05, sendo que a partir de 03/05, esse indicador de mobilidade sugere que o nível de isolamento social foi próximo de 40%, portanto com aumento de movimentação nas ruas”. 

A nota aponta para um maior número de casos a partir do final da primeira semana de junho e a desaceleração na queda da propagação da doença no estado. 

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