Acontece |
|
Edição nº1350 –
segunda-feira, 24 de junho de
2019 |
|
|
Quatro
ex-presidentes do
BNDES comparecem a
ato convocado pela
AFBNDES no Teatro do
Banco
Manifestação contra
a retirada dos
recursos do FAT do
funding do Banco,
que superlotou o
Teatro Arino Ramos
Ferreira na última
quarta-feira (19),
expressou a força e
a unidade do corpo
funcional benedense.
Agora é a hora do
corpo a corpo em
Brasília |
|
|
|
|
Na última
quarta-feira (19),
véspera do
aniversário de 67
anos do BNDES,
criado em 1952 pelo
presidente Getúlio
Vargas, um ato
promovido pela
AFBNDES no Teatro Arino Ramos Ferreira
expressou a força e
a unidade do corpo
funcional benedense
em defesa da
instituição. "Esse
movimento é
resultado da visita
aos andares mais
eficiente que a
AFBNDES já fez.
Parabéns a todos que
estão aqui,
defendendo o BNDES e
o desenvolvimento
brasileiro", disse,
emocionado, o
vice-presidente da
Associação, Arthur
Koblitz.
A manifestação,
convocada na
sexta-feira anterior
(portanto, antes da
crise que levou à
troca de comando do
Banco), foi motivada
pela proposta,
presente no texto do
relator da reforma
da Previdência,
deputado Samuel
Moreira (PSDB-SP),
de retirada dos
recursos
constitucionais do
Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT) do
funding do BNDES
para cobrir despesas
com aposentadoria.
Cerca de 600 pessoas
(no interior e no
hall do teatro)
participaram do ato,
que contou com a
presença de quatro
ex-presidentes do
BNDES: José Pio
Borges (1998-1999),
Luciano Coutinho
(2007-2016), Paulo
Rabello de Castro
(2017-2018) e Dyogo
Oliveira (2018). "Em
toda a minha
história de BNDES,
nunca vi ato igual",
afirmou Sebastião
Soares,
vice-presidente do
Clube de Engenharia,
após a manifestação.
Benedense da geração
dos anos 1960,
Sebastião exerceu
várias funções
executivas no Banco,
incluindo o cargo de
superintendente da
Área de
Planejamento.
Outros setes
ex-presidentes
enviaram mensagens
de solidariedade à
AFBNDES: André
Franco Montoro Filho
(1985-1987), Márcio
Fortes (1987-1989),
Luiz Carlos Mendonça
de Barros
(1995-1998), Andrea
Calabi (1999-2000),
Eleazar de Carvalho
Filho (2002-2003),
Carlos Lessa
(2003-2004) e Demian
Fiocca (2006-2007).
"Considerem minha
assinatura no
documento", escreveu
Márcio Fortes.
"Também assino o
documento em apoio
ao movimento de
vocês em defesa de
uma instituição que
ao longo de décadas
cumpriu com
eficiência e ética
sua missão de apoiar
o desenvolvimento do
Brasil", foi a
mensagem de Mendonça
de Barros. "Assino
embaixo! Obrigado
por esse movimento
necessário e
esclarecedor",
destacou Andrea
Calabi. "Gostaria de
estar presente,
hoje, na sede do
banco, e rever os
colegas e
profissionais que
honram esta casa.
Infelizmente, estou
fora do Rio.
Gostaria de
transmitir esta
mensagem de apoio a
todos os
funcionários do
banco e à defesa da
instituição",
escreveu Demian
Fiocca.
Durante o ato, a
AFBNDES tornou
pública uma carta
aberta em defesa do
BNDES, do FAT e do
desenvolvimento, que
permanece sendo
assinada por
ex-presidentes do
Banco, figuras
públicas associadas
ao BNDES,
constituintes de
1988, intelectuais e
economistas que
apoiam a causa do
desenvolvimento. Os
ex-ministros Nelson
Jobim e Ciro Gomes
também se
posicionaram em
apoio ao movimento.
A íntegra do
documento, lido
durante o ato pelo
economista Marcelo
Miterhof, está
disponível na
primeira página
desta edição.
O evento teve
transmissão ao vivo
na página da
Associação no
Facebook, com quase
2.000 pessoas
alcançadas, mais de
1.000 envolvimentos
e números
expressivos de
compartilhamentos,
comentários e
curtidas. O próprio
ex-presidente
Mendonça de Barros
acompanhou a
manifestação pela
nossa página: "Eu
segui tudo pela
internet. Obrigado
pela referência.
Estou à disposição
de vcs", escreveu
após o ato. O vídeo
ainda pode ser
conferido na nossa
Fanpage, mas uma
edição está sendo
preparada para ser
inserida ainda esta
semana no canal da
AFBNDES no YouTube.
A grande mobilização
dos empregados ficou
evidente pela
quantidade de
colegas (mais de 30)
que solicitaram
ingresso nas listas
de transmissão que a
entidade mantém no
WhatsApp. Para
participar, basta
enviar mensagem para
o número 21
96743-1955.
O ato também teve
grande repercussão
nos meios de
comunicação, com
matérias publicadas
pela Folha de S.
Paulo, Estadão, O
Globo, Valor
Econômico, Correio
Braziliense, Agência
Brasil, Agência
Reuters, Rede Brasil
Atual, entre outros.
Várias entidades
estiveram
representadas no
Teatro do BNDES,
entre elas a
Associação
Brasileira de
Desenvolvimento (ABDE),
Associação dos
Funcionários do Ipea
(AFipea), Associação
Brasileira de
Economistas pela
Democracia, Conselho
Deliberativo do FAT
(Codefat),
Associação dos
Fabricantes de Bens
de Capital (Abimaq)
e Sindicato dos
Bancários do Rio. A
ABRAVA, Associação
Brasileira de
Refrigeração, Ar
Condicionado,
Ventilação e
Aquecimento, também
enviou sua
solidariedade à
AFBNDES.
O presidente da
Associação, Thiago
Mitidieri, não pôde
comparecer ao
evento,
recuperando-se que
está de um problema
de saúde.
Corpo a corpo em
Brasília para
defender
investimentos
Os ex-presidentes do
BNDES defenderam que
o corpo técnico se
organize para
convencer os
deputados a desistir
da mudança na
destinação dos
recursos do FAT com
o argumento de que
eles fomentam
investimentos e
geram empregos.
"Isso tem que ser
levado ao Congresso,
dizer que a medida
afeta a capacidade
de investimento do
Brasil, não do
BNDES. O parlamentar
não tem tempo para
ler as notas
técnicas do banco.
Isso tem que ser
dito cara a cara,
explicado", defendeu
Dyogo Oliveira.
Paulo Rabello de
Castro também
criticou a proposta
e disse que
representantes dos
funcionários
precisam procurar o
Congresso Nacional
para mostrar o
impacto da proposta
nos investimentos do
país. "Não adianta
fazermos essa
reunião aqui se não
fizermos um corpo a
corpo em Brasília".
O vice-presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, viajou hoje
para Brasília. A
Associação está em
contato com uma
assessoria
parlamentar para
ajudar no processo
de aproximação com
parlamentares e
representantes do
governo. O
presidente da
comissão especial
sobre a reforma da
Previdência,
deputado Marcelo
Ramos (PL-AM),
convocou nova
reunião para esta
terça-feira (25). 78
deputados ainda
estão inscritos para
debater a proposta.
Enquete sobre a
reforma da
Previdência está
aberta no site da
Câmara dos Deputados
(https://forms.camara.leg.br/ex/enquetes/2192459).
Há cinco
questionamentos em
relação ao tema. Até
sexta-feira passada,
o resultado era o
seguinte: discordo
totalmente (58% dos
votos); concordo
totalmente (30%);
discordo na maior
parte (8%); concordo
na maior parte (3%);
estou indeciso (1%).
Vote você também!
Impactos negativos
do fim do repasse do
FAT ao BNDES
Na abertura do ato,
Arthur Koblitz disse
que a proposta de
mudança na
destinação dos
recursos do FAT é
uma má ideia e
apresentou alguns
impactos negativos
caso a medida seja
aprovada na reforma
da Previdência:
– Perda de fonte
estável de recursos
da ordem de R$ 200
bilhões em 10 anos;
– A medida
inviabiliza R$ 410
bilhões em
investimentos nos
próximos 10 anos, em
contexto de déficit
de investimentos de
R$ 450 bilhões/ano
em infraestrutura;
– Menos 8 milhões de
empregos
gerados na economia
em 10 anos, em uma
conjuntura de 14
milhões de
desempregados;
–
Menor proteção ao
trabalhador ativo em
detrimento dos
aposentados;
– A medida pressiona
o orçamento público
com o aumento das
despesas de custeio
(reduzindo a margem
do Teto de Gastos
para outras despesas
sociais) e redução
nos investimentos.
Desde 2011, o BNDES
pagou R$ 220 bilhões
resultantes da
aplicação de
recursos, tributos e
dividendos ao
Tesouro;
– Fontes de mercado
não são aderentes ao
perfil das operações
do BNDES.
Segundo o
vice-presidente da
Associação, o tema
BNDES tem sido
tratado como se o
Banco fosse uma
idiossincrasia
brasileira. "Mas
vários países têm
bancos de
desenvolvimento.
Vários países têm
bancos de
desenvolvimento do
porte do BNDES. O
exemplo mais
dramático é o da
Alemanha. Uma
potência tecnológica
e industrial que não
dispensa ter um
banco de
desenvolvimento.
Então, como vender
para o povo
brasileiro que a
gente tem que abrir
mão do BNDES? Ou tem
que reduzir o seu
tamanho?",
questionou.
Para Arthur o ato
reuniu uma seleção
excelente de
ex-presidentes, que
representam muito
bem o conjunto de
dirigentes que o
BNDES já teve.
"Vocês nos
representam na
diversidade e no
compromisso com o
Banco. Sabem da
importância da
instituição para o
Brasil. A gente tem
usado na Associação
o termo patriótico
para nos referir a
essa cruzada. A
gente se move não
por uma questão
meramente
corporativa, mas por
uma convicção de que
o BNDES é
fundamental para o
país".
Segundo Arthur, a
passagem pelos
corredores do Banco
na terça-feira (18)
foi ótima. "A gente
debateu a nossa
unidade e tivemos um
diálogo bastante
produtivo com alguns
colegas. Nós estamos
saindo mais
fortalecidos de tudo
isso. Se alguém quer
falar de racha, está
totalmente errado.
Essa é uma Casa que
sempre foi plural,
sempre teve
diversidade. E esse
é um valor do
benedense. Uma das
riquezas do BNDES. O
Banco soube crescer
com o debate entre
desenvolvimentistas
e liberais. A gente
tem que reencontrar
esse diálogo,
permitir que ele
ocorra, e usar isso
em proveito do
desenvolvimento
brasileiro".
Para ex-presidentes
do BNDES, acabar com
repasses do FAT é
abrir mão de projeto
de país
Em sua fala, o
ex-presidente Pio
Borges mostrou-se
mais alinhado com a
equipe econômica em
relação às
devoluções de
recursos ao Tesouro
e à venda das
carteiras da
BNDESPar. "Mas os
recursos do FAT são
fundamentais e eu
não poderia deixar
de me solidarizar
com todos aqui
presentes na defesa
do BNDES", disse.
Luciano Coutinho,
por sua vez, disse
que a extinção dos
repasses do FAT
acaba com uma fonte
de financiamento
confiável e estável,
"frustrando a
possibilidade de um
projeto de país".
Ele acrescentou que
"a devolução de
recursos para abater
a dívida já foi até
onde deveria ir" e
que a venda de ações
da carteira da
BNDESPar deveria
financiar
investimentos em
infraestrutura.
Para o
ex-presidente, a
iniciativa contra o
Banco surge num
momento em que, mais
do que nunca, o
Brasil "anseia por
desenvolvimento
econômico".
"Dispensar o papel
de uma instituição
como o BNDES e
debilitar o
principal esteio de
seu funding
significa frustrar a
possibilidade de
desenvolvimento do
país", acrescentou.
Coutinho afirmou não
acreditar em outras
alternativas para
substituir o papel
de fomento ao
desenvolvimento a
longo prazo
desempenhado
historicamente pelo
BNDES. Segundo o
ex-presidente, a
recuperação da
economia depende de
um aumento
consistente do
investimento em
infraestrutura, que
hoje está entre 1% e
2% do PIB.
Para Rabello de
Castro, nós
brasileiros estamos
nos brutalizando do
ponto de vista
intelectual. "Isso
não é ideologia
liberal, sequer
neoliberal. Por que
não dizem logo que
querem acabar com o
Banco? Por que, em
vez de um novo
presidente, não
indicam um
interventor, um
liquidante?".
Segundo ele, um dos
mitos em torno da
instituição é o de
que o BNDES
"expulsa" o setor
privado dos
investimentos. "É um
mito. Ele é hoje um
associado do setor
privado. O que
expulsa o
desenvolvimento é o
baixo crédito para o
setor produtivo".
Último a discursar,
Dyogo Oliveira
ponderou que o
objetivo da reforma
da Previdência é
reduzir a despesa do
custeio, para abrir
espaço para o
crescimento do
investimento. "Mas
essa medida de
retirar o funding do
FAT do BNDES é
justamente o oposto
disso. Está se
tirando a capacidade
de financiar o
investimento no
Brasil", afirmou.
Para ele, é preciso
deixar de lado a
ideologia e começar
a ter debates
racionais,
objetivos, baseados
em números, a fim de
tomar medidas com
precisão. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
VERSÃO IMPRESSA |
|
(arquivo em PDF) |
|
|
AGENDA |
|
Eventos da AFBNDES no
canal do YouTube
Seis eventos
institucionais
organizados pela AFBNDES
no primeiro semestre
deste ano podem ser
conferidos no canal da
entidade no
YouTube:
•
Ato em Defesa do
Fundo Amazônia, no
dia 4 de junho, em
frente ao prédio do
BNDES, organizado pela
AFBNDES e pela
Associação dos
Servidores Federais da
Área Ambiental no Estado
do Rio de Janeiro (ASIBAMA-RJ).
Funcionários do Banco,
servidores de órgãos
fiscalizadores, como
Ibama e ICMbio,
ambientalistas,
representantes de povos
indígenas e pequenos
agricultores protestaram
contra as investidas do
Ministério do Meio
Ambiente na gestão do
Fundo Amazônia.
•
Palestra sobre
Desenvolvimento
brasileiro: entraves e
perspectivas, em 24
de maio, na sala de
leitura da Biblioteca do
BNDES, com o professor
André Nassif, do
Departamento de Economia
da UFF, e aposentado do
BNDES.
•
Debate Visões
alternativas sobre a
Reforma da Previdência,
em 17 de maio, no
Edifício Ventura Oeste,
com Fabio Giambiagi,
economista do BNDES, e a
professora Denise
Gentil, da UFRJ.
• Palestra sobre A
crise da macroeconomia,
em 7 de maio, no
Edifício Ventura Oeste,
com o professor Daniel
Negreiros Conceição
(UFRJ). O jornalista e
economista José Carlos
de Assis também
participou do evento.
•
Encontro com o
ex-presidente do BNDES
Luiz Carlos Mendonça de
Barros (1995/1998), que
falou sobre o BNDES é
a sua história, em
30 de abril, no Teatro
Arino Ramos Ferreira.
Ainda faltam ser
postados no canal da
AFBNDES no YouTube:
•
Encontro com os
ex-diretores do BNDES
Eduardo Rath Fingerl e
Wagner Bittencourt,
realizado em 30 de maio,
no Edifício Ventura
Oeste, com o mesmo mote
da conversa com Mendonça
de Barros (O BNDES é
a sua história).
•
Ato em Defesa do
BNDES, ocorrido na
última quarta-feira
(19), no Teatro Arino
Ramos Ferreira, e contra
a proposta de retirada
dos recursos do PIS e do
Pasep do BNDES, presente
no relatório da reforma
da Previdência
apresentado semana
passada na comissão
especial da Câmara dos
Deputados. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|