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A incoerência entre os discursos de
jabuticaba, de inovação e criatividade |
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Tendo como
perspectiva a
história da
humanidade, é
chocante como nos
últimos 250 anos a
ciência e a
tecnologia
avançaram. Os
benefícios da
inovação são
inegáveis nos mais
diversos âmbitos das
nossas vidas. Já é
difícil pensar nossa
vida sem smartphones
e sem internet;
imagina, então,
lembrar que, em 99%
do tempo em que a
humanidade habitou o
planeta, não havia
energia elétrica,
aviões, automóveis,
trens,
eletrodomésticos e
equipamentos de
telecomunicação. Por
causa dos inúmeros e
palpáveis benefícios
da inovação, ela é
uma das palavras
mais utilizadas por
administradores e
consultores. E, no
BNDES, não é
diferente. Inovação
é uma prioridade
estratégica do BNDES
de praticamente
todas as direções
que passaram pelo
Banco.
É muito comum
ressaltarem que o
BNDES não deve
apenas apoiar a
inovação nas
empresas atendidas,
mas o Banco deve ele
mesmo ser inovador.
Atualmente, em uma
situação de forte
queda de desembolso
e sob críticas
cerradas da
sociedade
brasileira,
deveríamos ser
criativos e não
termos medo de nos
recriarmos. De fato,
ao longo da sua
história, o Banco
mudou bastante e foi
muito importante
para a política
econômica do governo
federal.
Por outro lado, no
Brasil, quando se
quer falar mal de
alguma coisa,
apontamos o dedo e
afirmamos que é uma
"jabuticaba", ou
seja, que só existe
no Brasil. A carga
negativa do termo
"jabuticaba" é
impressionante. Após
dois anos de forte
crise econômica,
aumento da percepção
da violência, de
corrupção e
desencanto
generalizado com a
política, o termo
"jabuticaba"
tornou-se ainda mais
negativo. O fato do
Brasil ser, entre as
20 maiores economias
emergentes, a com
menor crescimento do
PIB nos últimos 30
anos só reforça a
convicção de que há
algo muito errado no
país. O problema com
a visão de que tudo
de diferente que
fizermos será ruim é
uma renúncia a nossa
criatividade e
inovação, pois tudo
o que há para ser
feito é replicar e
imitar o que é feito
nos países
desenvolvidos.
Qualquer inovação
seria uma
"jabuticaba",
afinal, o conceito
de inovação é ser
algo novo, que não
exista em outro
lugar.
Inovação é resultado
de uma combinação de
liberdade de pensar,
ousadia em acreditar
que faremos melhor
algo que já é feito
e saber o objetivo
que se quer
alcançar. Reparem
que a própria
repetição, como
papagaios, de que
devemos ser
inovadores é
anti-inovadora,
porque é
simplesmente a
repetição de um
mantra sem reflexão
de nossos objetivos.
Inovações que
ocorrem nas empresas
são feitas em cima
de tentativas de
solução de um
problema concreto e
não porque a empresa
acha simplesmente
que inovar é bonito.
Na época em que o
Brasil acreditava em
si mesmo, a economia
nacional conseguiu
se reinventar e
surpreender o mundo,
sendo uma das com
maior crescimento
entre 1930 e 1980.
Não é à toa que o
Brasil era visto
como o país do
futuro. Nessa tarefa
de recriarmos o
BNDES, devemos
recuperar a ousadia
e a confiança que o
país perdeu nas
últimas décadas. |
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COLABORAÇÕES |
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