EDITORIAL
O que é desejável para o BNDES

 
 
Com a possível saída, agora confirmada, do atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, para concorrer às próximas eleições presidenciais, tornou-se tema constante na imprensa especulações sobre quem será seu sucessor no Banco. Do ponto de vista dos funcionários do BNDES, não se pode dizer que há indiferença em relação aos candidatos ventilados nos jornais.

Temos convicção que o BNDES é fundamental para o desenvolvimento brasileiro e por isso a AFBNDES mais de uma vez veio a público denunciar iniciativas que visam desmontar a instituição. E a verdade é que a atual equipe econômica do ministro Henrique Meirelles, muitas vezes em coordenação com a diretoria da ex-presidente do BNDES, Maria Silvia, trabalhou com este propósito de forma explícita.

Estiveram ambas as equipes juntas nas iniciativas de secar as fontes de recursos/financiamento do BNDES, com destaque para o apoio aos ilegais – à luz dos artigos 36 e 37 da Lei de Responsabilidade Fiscal – pagamentos antecipados dos empréstimos do Tesouro. Conspiraram conjuntamente também na elaboração da MP 777 e nas movimentações da tropa de choque do senador Romero Jucá para garantir sua aprovação no Congresso Nacional. A MP extinguiu a TJLP, reduzindo drasticamente a potencial influência do BNDES na economia e, consequentemente, do Estado brasileiro sobre os rumos do desenvolvimento nacional. Ambas as medidas – a desmobilização das fontes de financiamento para o investimento e a capacidade do BNDES influenciar decisões de investimento via sua taxa de promoção – andam na contramão de tudo o que é feito no resto do mundo desenvolvido e no conjunto de países que efetivamente estão em desenvolvimento.

Estarão quadros comprometidos com tais medidas de desmonte do Banco em condição de liderar os funcionários do BNDES? Não estamos lidando com uma questão puramente hipotética: este experimento foi realizado recentemente. Não funcionou. Estamos nos meses finais de um dos períodos mais turbulentos da nossa história. E o BNDES vive um processo de reflexão, de reorganização.

Seria desejável que nessas circunstâncias a condução desse processo estivesse nas mãos de pessoas que acreditam no papel crucial do BNDES e não de agentes que querem desmantelar a instituição antes que o povo brasileiro possa democraticamente se pronunciar sobre o tema.

 
 
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AGENDA

Agenda para o emprego no Estado do Rio

Em 24 de abril, às 14h30, no Auditório do 8º andar do Edifício Ventura Oeste, o professor da UFF e engenheiro do BNDES Marco Aurélio Cabral Pinto apresentará o estudo: "Projeto para o Estado do Rio de Janeiro: agenda de emprego no quadriênio 2019-2022".

O evento faz parte da série de seminários e debates que a AFBNDES vem promovendo desde julho de 2016 e terá, na mesa, a presença dos professores Inês Patrício (UFF) e Bruno Sobral (Uerj). O debate, segundo Cabral, faz parte de um esforço apartidário, voluntário e coletivo para o desenvolvimento do nosso Estado até 2022.