|
|
|
|
|
ENTREVISTA
O apoio do BNDES às
cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais |
|
|
|
Diego, Gisele e Julio Cesar:
apoio às cooperativas agrícolas |
|
|
|
|
Apoiando às
cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais, o
BNDES contribui,
indiretamente, para
a geração de
empregos no campo, a
produção de
alimentos, inclusive
com maior valor
agregado, o aumento
das exportações e
geração de divisas e
para o
fortalecimento da
agricultura
familiar, que ajuda
a reter o homem no
campo. Assim Gisele
Amaral, gerente
setorial do
Departamento de
Agroindústria da AI,
resume a importância
do Banco no
desenvolvimento do
setor.
Gisele é economista,
formada pela UFRJ,
com mestrado em
Ciências Sociais
pelo Centro de
Pós-Graduação em
Desenvolvimento e
Agricultura (CPDA)
da UFRRJ. No BNDES
desde 2000,
trabalhou na AF/DEPOL,
em departamentos da
Área Social e, desde
2007, está lotada na
AI/DEAGRO.
Na entrevista
abaixo, quando trata
do crescimento dos
desembolsos do BNDES
às cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais,
Gisele cita artigo
publicado na "BNDES
Setorial" nº 42,
escrito em parceria
com os economistas
Diego Guimarães e
Julio Cesar de
Oliveira Faustino do
Nascimento e com o
contador Rafael
Morch. |
|
|
|
VÍNCULO –
Qual a importância,
para o Brasil, do
apoio a
investimentos em
cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais?
Gisele Amaral –
As características
inerentes à
agropecuária, como
sazonalidade,
oscilação de preços
e vulnerabilidade às
intempéries
climáticas, além do
baixo nível de
capitalização dos
produtores rurais,
tornam o
financiamento a este
setor da economia
sujeito a condições
de crédito mais
restritas.
Cerca de 70% do
quadro de associados
das cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais é
composto por micro e
pequenos produtores
rurais. A
organização de
produtores através
de cooperativas é
uma forma encontrada
por muitos
agricultores e
pecuaristas para o
seu fortalecimento,
por propiciar
negociação de preços
melhores na
aquisição de insumos
e na venda de
produtos, além de
maior facilidade de
acesso ao crédito e
à assistência
técnica.
O cooperativismo
ocupa papel de
destaque na
agroindústria
brasileira. De
acordo com o Censo
Agropecuário de
2006, o mais
recente, cerca de
48% dos alimentos
produzidos no país
são originados por
agricultores e
pecuaristas
associados a
cooperativas
agropecuárias.
Do ponto de vista
social, as
cooperativas também
proporcionam o
engajamento das
famílias dos
agricultores em
atividades
produtivas e
sociais, auxiliando
na retenção do homem
no campo.
Além do papel social
que exercem, as
maiores cooperativas
agroindustriais
atuam na agregação
de valor aos
produtos
agropecuários; geram
divisas, pois
exportam, em média,
de 30 a 40% de sua
produção; e
apresentam
faturamento que as
posicionam entre as
maiores empresas do
setor no país. A
título de
exemplificação,
Aurora e C.Vale,
duas clientes
diretas do Banco,
ocupam a 78ª e 104ª
posições no ranking
"Valor" das 1000
maiores empresas em
2015.
V –
Qual o papel do
BNDES na trajetória
de sucesso das
cooperativas
agropecuárias?
GA –
O apoio do BNDES às
agroindústrias,
incluindo as
cooperativas, é
antigo. Inicialmente
apoiadas com linhas
destinadas também a
empresas e
agricultores, as
cooperativas
passaram a contar
com programas
específicos a
partir do final da
década de 1990,
quando a abertura
comercial atingiu
muitas cooperativas
do setor
agropecuário. Neste
cenário, algumas se
endividaram ou
entraram em
insolvência e outras
modernizaram sua
gestão e
sobreviveram ao
ambiente competitivo
acirrado.
Visando ao
fortalecimento da
agricultura
familiar1, o
atendimento às
demandas de recursos
por parte das
cooperativas e
agricultores
familiares e às
especificidades do
sistema cooperativo,
o governo federal, a
partir do final da
década de 1990,
criou programas
agropecuários que
são os principais
instrumentos de
apoio financeiro às
cooperativas.
No âmbito da
Política Agrícola,
coordenada pelo
Ministério da
Agricultura,
Pecuária e
Abastecimento (MAPA)
e pelo extinto
Ministério do
Desenvolvimento
Agrário (MDA), há
vários programas em
que as cooperativas
figuram como
beneficiárias e que
o BNDES atua como
importante agente
repassador de
crédito.
No artigo "O BNDES e
o apoio às
cooperativas
agropecuárias e
agroindustriais",
publicado na BNDES
Setorial 42 (file:///C:/Users/washington/Downloads/BS42_BD.pdf),
constatou-se que
no período
compreendido entre
2000 e 2014,
enquanto os
desembolsos totais
do BNDES à
agroindústria
aumentaram, em
termos reais, 156%
(de R$ 9,4 bilhões
para quase R$ 24,1
bilhões), os
desembolsos às
cooperativas
aumentaram em 1.670%
(de R$ 175 milhões
para quase R$ 3,1
bilhões).
A maior parte dos
desembolsos do BNDES
às cooperativas
ocorre na modalidade
indireta automática:
desde 2009, essa
forma de apoio
corresponde a mais
de 75% dos
desembolsos. No
relacionamento
direto, pode-se
destacar a
trajetória de
crescimento de
algumas cooperativas
clientes, dentre as
quais Aurora, C.Vale
e Copacol. A tabela
(a seguir) apresenta
dados destas
cooperativas, no ano
de início do
relacionamento
direto com o BNDES e
o ano de 2015.
|
|
|
|
|
|
|
|
V –
Há algum caso que
exemplifique os
benefícios
alcançados por
pequenas
propriedades
familiares?
GA –
Muitas cooperativas
possuem em seu
quadro de associados
produtores
enquadrados na
categoria de
agricultor familiar,
cuja comprovação se
dá mediante
apresentação da
Declaração de
Aptidão ao Pronaf 2
(DAP).
A manutenção de
muitos agricultores
familiares no campo
só é possível por
estarem associados a
cooperativas
agroindustriais.
Esta relação lhes
possibilita
perenidade e
diversificação de
suas atividades, com
a garantia de compra
de sua produção por
parte da
cooperativa, além de
maior geração de
renda.
_________________
1
Categoria
predominante na
maior parte dos
quadros sociais das
cooperativas
agropecuárias.
2
O Programa Nacional
de Fortalecimento da
Agricultura Familiar
– Pronaf, criado em
1996, é o principal
instrumento de
política pública
voltada à
agricultura
familiar. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
AGENDA |
|
|
|
Empregados
elegerão, ainda
este ano, novo
integrante para
Conselho do
Banco |
|
Eleita no segundo
semestre de 2013 para o
Conselho de
Administração do BNDES,
a chapa “Benedense tem
Voz”, integrada por
William George Saab
(titular) e Carlos
Alberto de Souza
(suplente), está
finalizando seu mandato.
Nova eleição será
realizada ainda este
ano. O edital de
convocação será
publicado em breve.
A eleição de empregados
para o Conselho do Banco
era uma antiga
reivindicação do corpo
funcional benedense –
tema, inclusive, de uma
das cláusulas da Pauta
de Reivindicações de
2012. O pleito é feito
com voto direto, secreto
e facultativo.
O representante dos
empregados é eleito,
junto com um suplente,
entre os empregados
ativos. Ele tem as
mesmas atribuições dos
demais membros do
Conselho, mas não pode
participar de discussões
e deliberações sobre
assuntos que envolvam
relações sindicais,
remuneração, benefícios
e vantagens, inclusive
matérias de previdência
complementar e
assistenciais –
hipóteses em que fica
configurado o conflito
de interesses. Após
eleito e empossado, o
representante dos
empregados continua a
exercer suas atividades
profissionais
ordinárias. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|