Como detentores
de saber
iniciático, os
benedenses
buscam
compreender há
seis décadas as
cadeias
produtivas
(agro)
industriais em
que o Estado
brasileiro foi
instado a
apoiar. O apoio
à infraestrutura
foi tarefa
atribuída ao
BNDES como
meio para a
industrialização.
Daí vem a
instrumentalidade
do conceito de
índices mínimos
de
nacionalização,
combinados com
Planos de
Nacionalização
Progressiva. O
objetivo último
para os
benedenses tem
sido, com
sucesso, a
criação de
postos de
trabalho
qualificados e
de empresas
competitivas no
país.
A presidente
trouxe consigo
energia,
franqueza,
informalidade e
sentimento de
urgência. O
BNDES ganhou e
ganhará muito
com o desdobrar
desta atitude
pela
organização. Por
ser uma casa
eminentemente
presidencial, os
executivos
tendem a
reproduzir os
mesmos valores
ao longo do
tempo, mediante
aprendizado ou
substituição. O
que levará o
BNDES
provavelmente a
se tornar mais
ousado, dedicado
ao fomento, à
coordenação de
esforços
públicos e
privados. Uma
transformação
que poderá levar
ao engajamento
direto dos
funcionários
menos graduados
na construção de
projetos de
investimento.
A estratégia da
presidente
parece ser a de
alavancar
conjunto
relevante de
projetos de
infraestrutura
urbana, o que
coincide com a
proposta do
governo anterior
para o BNDES.
Duas mudanças
importantes,
contudo, definem
a nova
estratégia para
o Banco: (i) a
forma de apoio,
privilegiando-se
a atração de
capital privado
através de
arranjos
jurídico-institucionais-financeiros
com estados e
municípios; e
(ii) a ação do
BNDES junto aos
entes
sub-regionais na
preparação dos
processos de
licitação para
modelagem (advisers)
e leilão das
concessões/PPPs.
Ou seja, o BNDES
estará
priorizando as
cidades mais
viáveis (entre
20 e 200 casos,
dependendo-se do
setor), deixando
para "rodadas
posteriores" o
espalhamento da
presença do
capital privado.
Temos dúvidas se
governadores e
prefeitos
ficarão
confortáveis com
a espera, mas
trata-se de uma
aposta e os
benedenses irão,
como o fazem com
qualquer
governo,
apoiá-la e
aprimorá-la como
princípio ético.
Faz parte da
missão da
AFBNDES zelar
pelo cumprimento
deste princípio,
o que contribui
para a confiança
da sociedade na
instituição.
Para se
efetivarem os
investimentos
com a máxima
urgência, a
equipe
recém-chegada
criou Diretoria
Jurídica, cujo
papel será o de
intermediar,
junto aos órgãos
de controle, a
política
operacional e
procedimentos de
enquadramento,
análise,
liberação e
acompanhamento
das operações
diretas do Banco
(até bem pouco
tempo eram em
cerca de 1.000
a.a.). Sem que
se celebrem
entendimentos
com os órgãos de
controle
externos,
dificilmente os
benedenses se
sentirão
confortáveis em
formular ou se
comprometer com
soluções ousadas
e criativas. Ou
seja, os termos
das denúncias e
ataques possuem
um componente
político, outro
técnico. A
concertação com
órgãos de
controle é item
importante na
agenda da
AFBNDES junto à
nova
Administração,
dado que
interferirá
sobre o
andamento das
análises dos
projetos nas
Áreas
operacionais.
Finalmente, faz
parte da
estratégia
explicitada pela
presidente
priorizar ações
de Recursos
Humanos, de
certa maneira
reconhecendo-se
que há grande
desigualdade
entre os colegas
na instituição.
O acesso a
posições
gerenciais tem
sido percebido
como
essencialmente
relacional, com
sucesso de
perfis cordiais,
cooperativos e
submissos.
Herança do ciclo
anterior que a
presidente
parece
comprometida a
romper. Da mesma
maneira, a
AFBNDES se
colocou à
disposição da
Administração
para a
realização de
pesquisas de
opinião com
garantias de
anonimato para
os colegas (la
garantia no soy
jo).
Em síntese, a
nova
Administração
encontrou uma
casa acuada por
ataques
despropositados,
porém com muita
vontade de
trabalhar. O
desafio da
presidente não é
pequeno e, com
um pouco da
grande
sensibilidade
que marca seu
estilo pessoal,
conseguirá
superar os
obstáculos que
separam elevadas
expectativas da
realidade
socialmente
construída.