A Contraf-CUT
denunciou na
quarta-feira (5)
que, em decisão
unilateral, a
direção do Banco do
Brasil resolveu
adotar um novo
manual de segurança
contra a Covid-19.
Segundo a
Confederação, a
empresa já vinha
descumprindo as
medidas previstas no
manual anterior,
produzido com base
nas reivindicações
dos trabalhadores e
acordado junto ao
Ministério Público
do Trabalho (MPT) em
âmbito federal.
Um dos pontos de
segurança excluídos
pelo banco foi o que
estabelece o
encerramento de
unidades e dispensa
de funcionários,
para fins de
higienização das
dependências, quando
confirmada a
contaminação de um
funcionário nas
últimas 72 horas.
Esse protocolo foi
discutido
exaustivamente em
novembro de 2021
para
garantir o máximo de
segurança aos
funcionários do BB
no processo de
retorno gradual ao
trabalho presencial.
“No momento em que o
país volta a
registrar o aumento
de casos de Covid-19
e, agora, de
epidemia cruzada com
a gripe provocada
pela H3N2, o banco,
de forma unilateral,
divulga um novo
protocolo retirando
medidas de
segurança, que são
baseadas na ciência,
aumentando os riscos
de contaminação e de
transmissão entre os
funcionários e os
clientes”, destaca o
coordenador da
Comissão de Empresa
dos Funcionários do
Banco do Brasil (CEBB),
João Fukunaga.
A falta de
preocupação com os
funcionários já está
apresentando
resultados nocivos.
O Sindicato dos
Bancários de São
Paulo, Osasco e
Região registrou,
nas últimas duas
semanas de dezembro,
o aumento expressivo
de casos de Covid-19
em prédios do Banco
do Brasil. Em um dos
locais,
trabalhadores de
três dos sete
andares de um prédio
tiveram que ser
afastados, ou por
suspeita, ou por já
confirmada a
contaminação pelo
novo coronavírus.
“O movimento
sindical está
acionando o MPT,
diante do descaso do
banco e da decisão
unilateral de mudar
os protocolos de
segurança. Também
continuaremos
pressionando para
garantir aos
trabalhadores
segurança por meio
do trabalho remoto”,
destacou o
coordenador da CEBB.
Grupo de risco no BB
–
Por sua vez, o
Sindicato dos
Bancários do Rio
alerta
que o Banco do
Brasil é obrigado a
aceitar a
justificativa médica
de quem, por conta
da Covid-19, precisa
permanecer em home
office. Tal direito
está garantido na
decisão da
desembargadora
Gláucia Zuccari
Fernandes Braga, da
1ª Região do
Tribunal Regional do
Trabalho.
O banco tem
informado que o home
office do grupo de
risco terminou em 31
de dezembro. Desta
forma, ignora a
decisão da
desembargadora que
determinou a
manutenção em
trabalho não
presencial os que
apresentassem
justificativa
médica, sem fixar
prazo.
O pedido de liminar
para manter em
teletrabalho os
trabalhadores do
grupo de risco foi
concedido pela
primeira instância,
atendendo a uma ação
civil pública do
Sindicato. O banco
recorreu e a
desembargadora do
TRT manteve
parcialmente a
liminar, entendendo
que deveriam ser
mantidos em
teletrabalho os
empregados do grupo
de risco que
apresentassem
justificativa
médica.
Rita Mota, diretora
do Sindicato e
integrante da
Comissão de Empresa
dos Funcionários (CEBB),
destaca que o
direito vale mesmo
para os que tenham
retornado ao
trabalho presencial.
“O BB é obrigado a
receber as
justificativas
médicas e
respondê-las,
seguindo o que
determinou a
desembargadora”,
diz.
Aumento de casos de
Covid nos bancos –
Em matéria publicada
no
jornal Bancário na
quarta-feira (5),
o Sindicato do Rio
informa que vem se
confirmando o alerta
feito pelo movimento
sindical bancário de
que teria sérias
consequências a
decisão precipitada
dos bancos de
obrigar a categoria
a retornar ao
trabalho presencial.
“Ainda não há uma
estatística precisa,
mas já é possível
avaliar que a
consequência da
decisão dos
banqueiros está
sendo o aumento do
número de bancários
e bancárias
atingidos pela Covid-19
e pela Influenza,
inicialmente no
Bradesco, Itaú,
Santander e Caixa
Econômica Federal.
Foram verificados
vários casos no
prédio Aqua
Corporate da CEF, no
Porto Maravilha, e
no Passeio Corporate,
na Rua das Marrecas,
além de contaminação
em diversas agências
da Av. Rio Branco e
na agência Tijuca. A
maioria dos setores
onde há infectados
continuou
funcionando”,
destaca o Sindicato.
O diretor do
Sindicato, Paulo
Matileti, diz que o
crescimento da
contaminação se deve
ao comportamento da
diretoria da Caixa e
dos bancos privados
em negar a gravidade
da situação, tomando
a atitude
precipitada de
retomar o trabalho
presencial. E
adiantou que o
Sindicato vai cobrar
providências
urgentes.
Sérgio Menezes,
também diretor do
Sindicato,
classificou a
situação como
consequência da
ganância dos bancos
para garantir lucros
ainda maiores. “Toda
esta realidade
mostra o desrespeito
para com os
bancários que estão
sendo obrigados a
trabalhar em locais
fechados, atendendo
ao público, com
manuseio de
dinheiro, o que
facilita o
contágio”, criticou.
Matileti adiantou
que no caso da CEF,
100% controlada pelo
governo federal, o
Sindicato vai fazer
uma severa
fiscalização nos
locais onde
ocorreram
contaminações,
exigindo do banco
que siga os
protocolos, não só
afastando, testando
e dando todo o tipo
de apoio aos que
apresentarem
sintomas, como
fechando os setores,
fazendo testagem
geral e transferindo
todos para o home
office. Diante do
aumento de
infectados, a
Diretoria de
Soluções TI (Desol)
da Caixa divulgou
documento colocando
técnicos e
coordenadores de
projeto em home
office.