Movimento

Edição nº1475 – quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

BB desrespeita trabalhadores ao divulgar novo manual contra Covid-19

Documento exclui trechos do primeiro manual de segurança contra Covid-19, produzido com base em reivindicações dos trabalhadores e acordado junto ao MPT

A Contraf-CUT denunciou na quarta-feira (5) que, em decisão unilateral, a direção do Banco do Brasil resolveu adotar um novo manual de segurança contra a Covid-19. Segundo a Confederação, a empresa já vinha descumprindo as medidas previstas no manual anterior, produzido com base nas reivindicações dos trabalhadores e acordado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em âmbito federal.

Um dos pontos de segurança excluídos pelo banco foi o que estabelece o encerramento de unidades e dispensa de funcionários, para fins de higienização das dependências, quando confirmada a contaminação de um funcionário nas últimas 72 horas. Esse protocolo foi discutido exaustivamente em novembro de 2021 para
garantir o máximo de segurança aos funcionários do BB no processo de retorno gradual ao trabalho presencial.

“No momento em que o país volta a registrar o aumento de casos de Covid-19 e, agora, de epidemia cruzada com a gripe provocada pela H3N2, o banco, de forma unilateral, divulga um novo protocolo retirando medidas de segurança, que são baseadas na ciência, aumentando os riscos de contaminação e de transmissão entre os funcionários e os clientes”, destaca o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

A falta de preocupação com os funcionários já está apresentando resultados nocivos. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região registrou, nas últimas duas semanas de dezembro, o aumento expressivo de casos de Covid-19 em prédios do Banco do Brasil. Em um dos locais, trabalhadores de três dos sete andares de um prédio tiveram que ser afastados, ou por suspeita, ou por já confirmada a contaminação pelo novo coronavírus.

“O movimento sindical está acionando o MPT, diante do descaso do banco e da decisão unilateral de mudar os protocolos de segurança. Também continuaremos pressionando para garantir aos trabalhadores segurança por meio do trabalho remoto”, destacou o coordenador da CEBB.

Grupo de risco no BB – Por sua vez, o Sindicato dos Bancários do Rio alerta que o Banco do Brasil é obrigado a aceitar a justificativa médica de quem, por conta da Covid-19, precisa permanecer em home office. Tal direito está garantido na decisão da desembargadora Gláucia Zuccari Fernandes Braga, da 1ª Região do Tribunal Regional do Trabalho.

O banco tem informado que o home office do grupo de risco terminou em 31 de dezembro. Desta forma, ignora a decisão da desembargadora que determinou a manutenção em trabalho não presencial os que apresentassem justificativa médica, sem fixar prazo.

O pedido de liminar para manter em teletrabalho os trabalhadores do grupo de risco foi concedido pela primeira instância, atendendo a uma ação civil pública do Sindicato. O banco recorreu e a desembargadora do TRT manteve parcialmente a liminar, entendendo que deveriam ser mantidos em teletrabalho os empregados do grupo de risco que apresentassem justificativa médica.

Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), destaca que o direito vale mesmo para os que tenham retornado ao trabalho presencial. “O BB é obrigado a receber as justificativas médicas e respondê-las, seguindo o que determinou a desembargadora”, diz.

Aumento de casos de Covid nos bancos – Em matéria publicada no jornal Bancário na quarta-feira (5), o Sindicato do Rio informa que vem se confirmando o alerta feito pelo movimento sindical bancário de que teria sérias consequências a decisão precipitada dos bancos de obrigar a categoria a retornar ao trabalho presencial.

“Ainda não há uma estatística precisa, mas já é possível avaliar que a consequência da decisão dos banqueiros está sendo o aumento do número de bancários e bancárias atingidos pela Covid-19 e pela Influenza, inicialmente no Bradesco, Itaú, Santander e Caixa Econômica Federal. Foram verificados vários casos no prédio Aqua Corporate da CEF, no Porto Maravilha, e no Passeio Corporate, na Rua das Marrecas, além de contaminação em diversas agências da Av. Rio Branco e na agência Tijuca. A maioria dos setores onde há infectados continuou funcionando”, destaca o Sindicato.

O diretor do Sindicato, Paulo Matileti, diz que o crescimento da contaminação se deve ao comportamento da diretoria da Caixa e dos bancos privados em negar a gravidade da situação, tomando a atitude precipitada de retomar o trabalho presencial. E adiantou que o Sindicato vai cobrar providências urgentes.

Sérgio Menezes, também diretor do Sindicato, classificou a situação como consequência da ganância dos bancos para garantir lucros ainda maiores. “Toda esta realidade mostra o desrespeito para com os bancários que estão sendo obrigados a trabalhar em locais fechados, atendendo ao público, com manuseio de dinheiro, o que facilita o contágio”, criticou.

Matileti adiantou que no caso da CEF, 100% controlada pelo governo federal, o Sindicato vai fazer uma severa fiscalização nos locais onde ocorreram contaminações, exigindo do banco que siga os protocolos, não só afastando, testando e dando todo o tipo de apoio aos que apresentarem sintomas, como fechando os setores, fazendo testagem geral e transferindo todos para o home office. Diante do aumento de infectados, a Diretoria de Soluções TI (Desol) da Caixa divulgou documento colocando técnicos e coordenadores de projeto em home office.

 

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A economista Denise Lobato Gentil (UFRJ) recebeu do Conselho Federal de Economia (Cofecon) o Prêmio de Personalidade Econômica do Ano em 2021. Tal honraria tem a finalidade de nobilitar os economistas que contribuíram para o desenvolvimento da Ciência Econômica e da profissão de economista.

“O procedimento da premiação consistiu em quatro fases. Na primeira, foram selecionados nomes indicados ao prêmio em consulta prévia aos conselheiros federais efetivos e aos Corecons. Na segunda, em sessão plenária, o Cofecon formou, por meio de votação secreta, lista décupla com nomes de economistas e seus respectivos minicurrículos, os quais foram comunicados e deram o aceite para concorrer à premiação. Na terceira, os Corecons, por meio dos respectivos plenários, formaram lista tríplice dentre a lista a que se refere a fase anterior. Na quarta e última fase, entre os 3 (três) nomes mais indicados pelos Corecons, o Cofecon definiu em votação secreta na sessão plenária, com mais da metade dos votos, a Personalidade Econômica do Ano 2021, qual seja: Denise Lobato Gentil”, informou o Cofecon em 15 de dezembro de 2021.

Em 17 de maio de 2019, Denise Gentil esteve no Edifício Ventura em debate sobre a Reforma da Previdência promovido pela AFBNDES.