Do jornal Bancário (03/01/2022) –
Este ano de 2022 será de muitos desafios
para os trabalhadores, em particular para a
categoria bancária. Dirigentes sindicais
apontam como lutas prioritárias a Campanha
Nacional dos Bancários, a eleição de um
candidato que derrote Bolsonaro e sua
política que destruiu o país e a ampliação
das mobilizações contra projetos do governo
que retiram direitos dos trabalhadores em
tramitação no Congresso Nacional.
Juvandia Moreira, presidenta da Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), lembra que a
campanha ocorrerá numa economia quase em
recessão, com desemprego alto, bancos
lucrando muito, mas fechando
agências: “Teremos importantes assuntos a
debater como a questão do emprego, tanto do
setor privado, quanto do público. E temos o
desafio de manter a Mesa Única porque ela é
fundamental para os nossos objetivos. Temos
que estar mobilizados para isto. Precisamos
manter os nossos direitos que estão na
Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e nos
acordos específicos”.
Para Kátia Branco, presidenta em exercício
do Sindicato dos Bancários do Rio, a
categoria bancária terá pela frente muitos
desafios. “Embora num cenário caótico e de
crise agravada pela pandemia, nós
conquistamos a CCT por dois anos e aumento
real de salário. A Convenção Coletiva é uma
conquista nacional. Por isso ela é tão
importante para nós. E garantir e ampliar os
direitos que nela constam será um grande
desafio”, avalia.
Organizar cedo a campanha
Juvandia acrescenta ser preciso começar a
campanha cedo. “O Comando Nacional dos
Bancários deve definir um calendário de
assembleias, de consultas à base, num
processo intenso de mobilização para que a
campanha seja feita junto com os bancários e
bancárias. Sempre fazemos grandes campanhas
e vamos repetir em 2022, garantindo aumento
real e discutindo esta reestruturação que os
bancos estão fazendo”, disse.
Adriana Nalesso, presidenta da Federação
Estadual dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Federa-RJ), avalia que como este
ano a campanha começará antes que se definam
as eleições para a Presidência da República,
Câmara dos Deputados e Senado, o principal
desafio será a manutenção dos direitos da
categoria. “Nossos direitos estarão sob
ataque, inclusive com apoio governamental.
Temos visto que a toda hora surge uma medida
provisória, um projeto de lei que retira
direitos da categoria bancária como o
descanso sábados e domingos, jornada de seis
horas, entre tantos outros”, exemplifica.
Eleições gerais
Outro assunto importante apontado por
Juvandia são as eleições no Brasil: “O mundo
tem interesse nessa eleição. E nós temos que
avaliar bem em quem vamos votar. Bolsonaro,
por exemplo, foi um presidente cuja política
econômica e de saúde para a pandemia foi
desastrosa. Além de projetos e decretos
retirando direitos dos trabalhadores, como o
que praticamente acaba com os vales
alimentação e refeição, há propostas de
privatizações como a do Banco do Brasil, que
ele já disse que se for reeleito vai fazer”.
Katia Branco frisa que o atual governo não
mede esforços quando se trata de mexer nos
direitos dos trabalhadores. Em relação aos
bancários, no pacote de maldades está em
foco a jornada de trabalho. “Está em debate
na Câmara Federal o Projeto de Lei 1043/19,
que autoriza a abertura dos bancos aos
sábados e domingos. O repouso remunerado é
fruto de uma árdua luta. A proibição do
trabalho do bancário aos sábados é imposição
da CLT (art. 224) e foi conquistada na greve
nacional da categoria em 1962”.
A presidenta do Sindicato observa que 2022
será um ano difícil, mas também de novas
perspectivas para a sociedade por conta do
processo eleitoral que já está curso no
país. “Eleger um presidente sensível aos
anseios dos trabalhadores é fundamental para
a vida voltar à normalidade”, argumenta.
Adriana Nalesso destaca como importante não
só derrotar Bolsonaro, como aqueles que
defendem o mesmo projeto político que ele
vem colocando em prática, numa referência ao
seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro,
entre outros. “Um projeto de retirada de
direitos, precarização das relações de
trabalho, privatizações. É um governo que é
um desastre, negacionista, que não se
preocupa com o meio ambiente, que está ali
para favorecer os interesses da elite
brasileira”, ressalta.
Fonte:
Seeb-Rio.
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