Servidores do Banco
Central em cargos de
chefia começaram a
entregar seus cargos
na última
segunda-feira (3).
Segundo o Sindicato
da categoria
(Sinal), são cerca
de 500 postos
comissionados. A
entidade está
incentivando
funcionários que
devem substituir os
comissionados a
aderirem ao
movimento, como
forma de
inviabilizar a
administração e
pressionar por uma
reunião com o
presidente do BC,
Roberto Campos Neto.
O movimento é
similar ao
desencadeado pelos
fiscais da Receita
Federal em dezembro.
Paralisação nacional
está sendo convocada
para 18 de janeiro.
Em nota
divulgada nas redes,
o Sindicato Nacional
dos Funcionários do
Banco Central afirma
que, além de não
atender as
reivindicações dos
servidores em
relação a recursos
no Orçamento de 2022
para o reajuste
salarial, o
presidente do BC
“presenteou” o
funcionalismo em 31
de dezembro com um
e-mail de fim de ano
“no
mínimo lamentável”.
“Muitos elogios ao
trabalho dos
servidores
(merecidos, é
claro), mas nenhum
comentário sobre as
duas grandes
assimetrias que o
funcionalismo do BC
sofre em sua
gestão”, diz o
sindicato. A
primeira assimetria,
continua a nota, é
que os policiais
federais e os
servidores da
Receita Federal
terão reajuste
salarial em 2022,
“aprofundando ainda
mais as diferenças
remuneratórias entre
o BC e carreiras
congêneres”.
A segunda é o fato
de já ter havido
acordo com
servidores da
Receita, do Tesouro
Nacional, além de
policiais
rodoviários
federais, entre
outros. “De elogios
inócuos e ‘tapinhas
nas costas’ os
servidores estão
cansados”, protesta
o sindicato.
Bolsonaro e as
polícias –
O movimento
desencadeado pelos
funcionários do BC
não é isolado. Faz
parte de um contexto
decorrente da
aprovação do
Orçamento de 2022
pelo Congresso
Nacional, em 21 de
dezembro, com a
previsão de R$ 1,74
bilhão para os
reajustes salariais
de policiais
federais,
rodoviários federais
e agentes do
Departamento
Penitenciário
Nacional. “As
categorias premiadas
são aliadas ao
presidente Jair
Bolsonaro, enquanto
servidores de outros
órgãos essenciais ao
funcionamento do
Estado são deixados
de lado em nome da
‘saúde’ fiscal das
contas públicas”,
destaca a
Central Única dos
Trabalhadores (CUT).
Na nota que
divulgou, o Sinal
convoca os
servidores do BC a
se prepararem “para
o grande dia de
protesto pela
reestruturação da
Carreira a ser
realizado em 18 de
janeiro”. De acordo
com o sindicato,
haverá atividades
virtuais em todas as
praças do país e
protesto presencial
em Brasília.
“Somente a
mobilização trará
nossas merecidas
conquistas!”.
O movimento
dos funcionários da
Receita, em dezembro, foi deflagrado logo no dia seguinte
à aprovação do
Orçamento. O
Sindicato
Nacional dos
Auditores-Fiscais da
Receita Federal (Sindifisco)
estima que 951
auditores em postos
de chefia já abriram
mão de cargos
comissionados até o
dia 30 de dezembro.
O número representa
90% dos efetivos,
segundo a entidade.
“O efeito cascata do
reajuste salarial
para apenas uma
categoria já havia
sido alertado por
juristas e
especialistas e deve
ser uma das grandes
dores de cabeça
deste ano para o
governo Bolsonaro.
Funcionários do
Instituto de
Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e
peritos médicos
também já pleiteiam
reajuste. Os
funcionários do Ipea
estão sem reajuste
desde 2019 e os
médicos peritos
estão sem reajuste
há 10 anos”, informa
a
revista Veja.
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