Movimento

Edição nº1475 – quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Funcionários do Banco Central entregam cargos e anunciam mobilização para o dia 18

Servidores do Banco Central em cargos de chefia começaram a entregar seus cargos na última segunda-feira (3). Segundo o Sindicato da categoria (Sinal), são cerca de 500 postos comissionados. A entidade está incentivando funcionários que devem substituir os comissionados a aderirem ao movimento, como forma de inviabilizar a administração e pressionar por uma reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O movimento é similar ao desencadeado pelos fiscais da Receita Federal em dezembro. Paralisação nacional está sendo convocada para 18 de janeiro. Em nota divulgada nas redes, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central afirma que, além de não atender as reivindicações dos servidores em relação a recursos no Orçamento de 2022 para o reajuste salarial, o presidente do BC “presenteou” o funcionalismo em 31 de dezembro com um e-mail de fim de ano “no mínimo lamentável”.

“Muitos elogios ao trabalho dos servidores (merecidos, é claro), mas nenhum comentário sobre as duas grandes assimetrias que o funcionalismo do BC sofre em sua gestão”, diz o sindicato. A primeira assimetria, continua a nota, é que os policiais federais e os servidores da Receita Federal terão reajuste salarial em 2022, “aprofundando ainda mais as diferenças remuneratórias entre o BC e carreiras congêneres”. 

A segunda é o fato de já ter havido acordo com servidores da Receita, do Tesouro Nacional, além de policiais rodoviários federais, entre outros. “De elogios inócuos e ‘tapinhas nas costas’ os servidores estão cansados”, protesta o sindicato.

Bolsonaro e as polícias – O movimento desencadeado pelos funcionários do BC não é isolado. Faz parte de um contexto decorrente da aprovação do Orçamento de 2022 pelo Congresso Nacional, em 21 de dezembro, com a previsão de R$ 1,74 bilhão para os reajustes salariais de policiais federais, rodoviários federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional. “As categorias premiadas são aliadas ao presidente Jair Bolsonaro, enquanto servidores de outros órgãos essenciais ao funcionamento do Estado são deixados de lado em nome da ‘saúde’ fiscal das contas públicas”, destaca a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na nota que divulgou, o Sinal convoca os servidores do BC a se prepararem “para o grande dia de protesto pela reestruturação da Carreira a ser realizado em 18 de janeiro”. De acordo com o sindicato, haverá atividades virtuais em todas as praças do país e protesto presencial em Brasília. “Somente a mobilização trará nossas merecidas conquistas!”.

movimento dos funcionários da Receita, em dezembro, foi deflagrado logo no dia seguinte à aprovação do Orçamento. O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) estima que 951 auditores em postos de chefia já abriram mão de cargos comissionados até o dia 30 de dezembro. O número representa 90% dos efetivos, segundo a entidade.

“O efeito cascata do reajuste salarial para apenas uma categoria já havia sido alertado por juristas e especialistas e deve ser uma das grandes dores de cabeça deste ano para o governo Bolsonaro. Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e peritos médicos também já pleiteiam reajuste. Os funcionários do Ipea estão sem reajuste desde 2019 e os médicos peritos estão sem reajuste há 10 anos”, informa a revista Veja.

Editorial

O bom senso prevaleceu

Movimento

BB desrespeita trabalhadores ao divulgar novo manual contra Covid-19

Movimento

É preciso garantir uma campanha salarial vitoriosa em 2022 para os bancários

Institucional

A herança de 2021 e o que esperar de 2022, segundo o Dieese

Institucional

As recentes mudanças no segmento petroquímico

 
 
 

EDIÇÕES ANTERIORES

(a partir de 2002)

INSTITUCIONAL

Denise Gentil é eleita Personalidade Econômica de 2021 pelo Cofecon

A economista Denise Lobato Gentil (UFRJ) recebeu do Conselho Federal de Economia (Cofecon) o Prêmio de Personalidade Econômica do Ano em 2021. Tal honraria tem a finalidade de nobilitar os economistas que contribuíram para o desenvolvimento da Ciência Econômica e da profissão de economista.

“O procedimento da premiação consistiu em quatro fases. Na primeira, foram selecionados nomes indicados ao prêmio em consulta prévia aos conselheiros federais efetivos e aos Corecons. Na segunda, em sessão plenária, o Cofecon formou, por meio de votação secreta, lista décupla com nomes de economistas e seus respectivos minicurrículos, os quais foram comunicados e deram o aceite para concorrer à premiação. Na terceira, os Corecons, por meio dos respectivos plenários, formaram lista tríplice dentre a lista a que se refere a fase anterior. Na quarta e última fase, entre os 3 (três) nomes mais indicados pelos Corecons, o Cofecon definiu em votação secreta na sessão plenária, com mais da metade dos votos, a Personalidade Econômica do Ano 2021, qual seja: Denise Lobato Gentil”, informou o Cofecon em 15 de dezembro de 2021.

Em 17 de maio de 2019, Denise Gentil esteve no Edifício Ventura em debate sobre a Reforma da Previdência promovido pela AFBNDES.