Comecei a nadar aos 3
anos de idade. Desde
então, nunca fiquei
muito tempo afastado
desse esporte. Não
pratico apenas visando
manter a saúde do corpo.
A natação também ajuda a
manter minha mente sã.
Na vida, nem sempre há
justiça. Na natação,
contudo, há pouco espaço
para a sorte. O
resultado é proporcional
à dedicação. Por isso
gosto de competir e,
quando posso, treino com
afinco.
Fui federado dos 8 aos
14 anos. Depois de muito
tempo afastado das
competições, em 2006
comecei a treinar e a
competir pelo Vasco, meu
clube do coração. Logo,
porém, ficou difícil
conciliar com a
advocacia e o estudo
para concursos públicos.
Até que em janeiro de
2009 ingressei no BNDES,
tendo decidido dar um
tempo nesses estudos.
Meu primeiro chefe aqui
no Banco me incentivou a
treinar e a competir.
Apesar de flamenguista,
aceitou abonar dois dias
para que eu pudesse
viajar para um
Sul-Americano em Mar del
Plata, mesmo sabendo que
eu ia competir pelo
Vasco. Agradeço muito a
ele, que também apoiou
meu mestrado e me
ensinou muita coisa
sobre o BNDES.
Principalmente, agradeço
por ter sido um chefe
que se preocupava com a
felicidade e bem-estar
dos seus subordinados.
Aquela competição foi
uma experiência ótima e
serviu para eu ver que
precisava treinar mais
se quisesse competir
naquele nível. Meu
melhor resultado foi um
6º lugar nos 200m
borboleta, logo a prova
que estava disputando
pela primeira vez no
Master.
Em 2011, já no
contencioso, consegui
disputar minha segunda
competição internacional
como nadador Master: um
Pan-Americano, realizado
aqui no Rio, no Julio
Delamare. Desta vez,
muito mais bem
preparado, conquistei
duas medalhas, uma delas
nos 200m borboleta, que
passou a ser a minha
especialidade. O custo,
porém, foram dois ombros
lesionados, que me
obrigaram a parar por
cerca de um ano.
Pouco tempo depois, o
Parque Aquático do Vasco
foi interditado e nunca
mais eu havia retomado o
mesmo nível de
dedicação, concentrando
demais o meu foco no
trabalho. Acontece que
além do trabalho de
rotina no antigo Decon,
fui designado para
atividades paralelas
igualmente estressantes
e, ao mesmo tempo,
estimulantes.
Participei da primeira
comissão de apuração
interna (CAI), da
primeira comissão
responsável por um
processo administrativo
de responsabilização
(PAR) e então veio a
Operação Bullish.
Já tinha prestado a
chamada assistência
jurídica interna
diversas vezes,
inclusive tendo sido o
único técnico da casa a
acompanhar, como
advogado, um depoimento
na CPI da Câmara, em
2015.
Embora tendo prática em
inquéritos policiais e
tendo concluído
recentemente uma
pós-graduação em Direito
Penal Econômico, o
desafio era imenso,
porque na Operação
Bullish eram diversos
colegas necessitando de
assistência e não havia
estrutura montada.
Na gerência onde estava
lotado, uma colega
estava de licença médica
e as tarefas não paravam
de chegar. Enquanto
isso, o PAR estava ainda
em curso...
Pedi ajuda aos meus
superiores, mas não
havia perspectiva de
melhora. Até que decidi
fazer minha
autoreestruturação:
optei por deixar o
antigo Decon, depois de
6 anos.
Fiquei então apenas com
o PAR, com o desafio de
aprender o novo serviço
e uma meta: voltar a me
dedicar aos projetos
pessoais. Em especial,
desejava voltar a nadar
em bom nível.
Recém-admitido no
departamento, com muita
coisa para aprender ali
e ainda tendo decidido
concorrer a uma vaga num
doutorado, demorei um
pouco para conseguir me
organizar e só no ano
passado comecei a
treinar mais forte.
Tracei uma meta ousada:
nadar novamente um
Pan-Americano Master.
Desta vez em Orlando
(sendo que
tradicionalmente as
competições na América
do Norte são bem mais
fortes do que as
disputadas no hemisfério
sul). Objetivo
conquistado, com direito
a um 6º lugar na prova
que se tornou a minha
especialidade: os 200m
borboleta. Na última
etapa do circuito
brasileiro de 2018,
conquistei o ouro nessa
mesma prova.
Mais importante, porém,
do que qualquer medalha,
é conseguir manter o
equilíbrio entre o
trabalho e o lazer.