Acontece

Edição nº1347 – quinta-feira, 30 de maio de 2019

Ato em Defesa do Fundo Amazônia

AFBNDES convoca benedenses para manifestação na próxima terça-feira (4 de junho), às 17h, no térreo do Edserj, em defesa do meio ambiente e da sustentabilidade

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Diretores da AFBNDES, da ASIBAMA e dos Petroleiros no ato do dia 20

Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES), a Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental no Estado do Rio de Janeiro (ASIBAMA-RJ) e a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (ASCEMA-Nacional), com o apoio das demais Associações do Sistema BNDES, convocam para um Ato em Defesa do Fundo Amazônia na próxima terça-feira (4), às 17h, no térreo do Edserj. As entidades combatem o desmatamento da Amazônia, se posicionam em defesa do meio ambiente e da sustentabilidade e repudiam a intervenção autoritária do Ministério do Meio Ambiente na gestão do Fundo.

No curso desta intervenção, o ministro Ricardo Salles, não satisfeito com os acontecimentos lamentáveis envolvendo a gestão do Fundo Amazônia pelo BNDES – que levaram ao afastamento da chefe do Departamento de Meio Ambiente, Daniela Baccas, à renúncia do superintendente da Área de Gestão Pública e Socioambiental, Gabriel Visconti, e ao ato de desagravo do dia 20 –, agora quer mexer na destinação dos recursos do Fundo para custear indenizações a donos de propriedades privadas que viviam em áreas de unidades de conservação. Para tanto, o governo trabalha na edição de um decreto com o objetivo de alterar as normas do Fundo Amazônia.

As regras do Fundo, no entanto, não permitem o uso do dinheiro para o pagamento de indenização por desapropriação. Suas decisões são monitoradas pelos doadores, que exigem compromissos, como a redução do desmatamento. Organizações ligadas à conservação da natureza estão preocupadas com a proposta do ministro do Meio Ambiente. O diretor de políticas públicas do WWF-Brasil, Raul do Valle, diz que já existe um fundo de compensação por obras públicas, com R$ 1 bilhão, para ser usado prioritariamente em regularização fundiária. E que a mudança proposta pelo ministro pode levar a um aumento do desmatamento.

O ministro também quer aumentar o número de representantes do governo no Fundo Amazônia, reduzindo a representação do terceiro setor, com o argumento de que isso levaria a uma gestão mais eficiente, o que também é alvo de críticas das organizações que participam do comitê que orienta as diretrizes e os critérios para a aplicação dos recursos.

Na última segunda-feira (27), houve uma reunião de Ricardo Salles com os embaixadores da Noruega e da Alemanha, principais patrocinadores do Fundo Amazônia, que insistem em ver todo o dinheiro aplicado na conservação da mata. A embaixada alemã informou que haverá decisão sobre a permanência ou não do país como doador do Fundo. O governo alemão está descontente com a manifestação de Salles de alterar o destino das verbas sem comunicar os países doadores. A saída dos alemães pode ocorrer se o governo brasileiro insistir em usar os recursos em outra finalidade que não seja a preservação da floresta.

Em 8 de maio passado, oito ex-ministros do Meio Ambiente assinaram em São Paulo um manifesto contra as políticas ambientais do governo Bolsonaro. Segundo o ex-ministro Carlos Minc (2008-2010), que confirmou presença no Ato em Defesa do Fundo Amazônia, nunca o meio ambiente no Brasil esteve tão ameaçado. "Nenhum de nós enquanto ministros tentou pôr em risco o Ibama ou o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Estamos descumprindo acordos assinados. O país de maior diversidade começa a negar os tratados que assinou e pode ser a maior ameaça ao clima".

Também ex-ministro do Meio Ambiente (1993-1994), Rubens Ricupero enviou mensagem à AFBNDES lamentando não poder comparecer ao ato do dia 4: "Infelizmente, não poderei viajar ao Rio de Janeiro. No entanto, rogo aceitar minha solidariedade e adesão a essa iniciativa, que julgo oportuna e justificada em razão da ameaça que pesa sobre o Fundo. Expresso minha indignação pela atitude da superior direção do Banco, que não soube ou não quis defender funcionária que vinha cumprindo seu dever com destacado mérito. Cumprimento-o com admiração e aos demais participantes desse ato em defesa da integridade de uma de nossas melhores realizações concretas em favor de um desenvolvimento sustentável e equitativo para a Amazônia".

 

Editorial

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Charge de Nelson Tucci

 

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A crise da macroeconomia

Vídeos da palestra do professor Daniel Negreiros Conceição (UFRJ) sobre "A crise da macroeconomia" estão disponíveis no canal da AFBNDES no YouTube.

Correção

No ato de desagravo do dia 20 de maio, falando sobre o afastamento da chefe do departamento de Meio Ambiente do Banco, em função de críticas à gestão do Fundo Amazônia, o vice-presidente da AFBNDES, William Saab, afirmou que também estava sendo destituído o exercício legítimo de autoridade dos superintendentes da Casa, acrescentando ser isto "inadmissível". Contudo, na matéria publicada no VÍNCULO, a palavra foi trocada por "admissível". Está feita a correção.