Feito o anúncio
ainda em termos
genéricos da
reestruturação
interna para um
público mais amplo,
o que pode ser dito?
Seria precipitado um
julgamento taxativo
nesse momento. O que
não impede algumas
observações.
É evidente para os
que não estão
alheios às vozes dos
corredores que há
uma difusa, mas
forte resistência no
Banco. Expressão
pública disso é a
pesquisa feita pela AFBNDES: 90% de
insatisfação com o
processo (veja
abaixo). Também
testemunham essa
insatisfação os
francos artigos de
opinião de
Paulo
Moreira Franco e
Sérgio Foldes
publicados nas
últimas edições do
VÍNCULO.
Sintoma de uma
normal resistência a
mudanças? Sinal de
que o processo não
foi compreendido ou
falta de confiança
na atual diretoria?
Certamente, a
resistência é muito
mais ampla do que
seus efeitos,
relativamente
limitados, sobre
alguns cargos
poderia justificar.
A AFBNDES insistiu
persistentemente na
importância da
transparência e do
envolvimento dos
funcionários para
que a mudança fosse
percebida como um
projeto da casa, e
não apenas de um
pequeno grupo de
executivos, em
defesa de um BNDES
melhor. A razão é
clara. Se a meta é
um BNDES melhor,
mais eficiente,
porque manter sua
racionalidade e
propostas em
segredo? Claro que
mudanças ferem
interesses, mas quem
fala em termos de um
interesse maior não
deveria temer essas
resistências
localizadas. A
divulgação está do
lado dos que falam
em nome de um
interesse maior, uma
vez que
impublicáveis são os
interesses
particulares.
Já reconhecemos que
a apresentação
aberta, mesmo
genérica, foi um
movimento na direção
correta. E é
importante registrar
também que a
diretoria de RH tem
sido solícita com
nossas demandas por
esclarecimento,
pronta a nos atender
e receber sugestões.
Insistimos, por
outro lado, que para
que o funcionário do
Banco entenda a
reestruturação, a
discussão no
contexto de sua área
específica é
fundamental.
Além do Quadro de
Avisos, solicitamos
aos superintendentes
por carta que
realizassem reuniões
por áreas, abrindo a
oportunidade de
alguma reação dos
funcionários.
Infelizmente, até
agora estamos a par
de poucas reuniões
programadas. O caso
mais comum é o de
comunicações por
departamento, ou
comunicações
individuais dadas
por superintendentes
ou chefes para os
funcionários que
perderam seus
cargos. Ou seja,
para a grande
maioria de
funcionários não é
apresentada qualquer
lógica nova de
operação de suas
áreas que justifique
a mudança. Estamos
cientes de casos de
empregados que
perderam os cargos
para que outros os
ocupem vindos de
outra área. O que
faz tudo parecer –
nesse vácuo de
explicações –
simples dança de
cadeiras na qual os
que encontram
assento são os que
estão associados às
redes mais
influentes.
E o que revela essa
relutância dos
superintendentes?
Incapacidade de
liderar suas equipes
diante de uma
mudança que está
sendo apresentada
como fundamental
para o futuro do
Banco? Ou revela que
o processo de
elaboração da
reestruturação foi
açodado, pouco
discutido, a ponto
de que nem eles
foram ganhos sobre a
oportunidade e
justificativa das
mudanças?
O VÍNCULO assegura
que continuará um
espaço aberto para
que o debate sobre a
reestruturação seja
realizado entre os
funcionários do
BNDES. Se é verdade
que o processo de
reestruturação
começa de fato a
partir do dia 14,
como anunciou o
diretor de RH,
também é verdade que
a AFBNDES continuará
mobilizada e atenta
aos desdobramentos
do processo.