Escolhi essas duas
citações, atribuídas
a figuras tão
díspares, como justa
introdução para este
artigo sobre a FAPES
e sobre o momento no
qual estamos
vivendo. Durante 15
meses, entre os anos
de 2016 e 2017, tive
a oportunidade de
trabalhar como
diretor de
Seguridade da nossa
Fundação de
Assistência e
Previdência Social.
Nesse período,
procurei dar minha
contribuição para a
melhoria dos nossos
planos de saúde (PAS)
e previdência (PBB),
mas, acima de tudo,
aprendi muito. E,
muito embora tenha
encerrado meu ciclo
como gestor,
acredito que
mantenho a
responsabilidade de
compartilhar o
aprendizado
adquirido.
De forma geral, hoje
constato nos colegas
benedenses a
impressão de que é
inevitável fazer
algo em relação ao
PBB, nosso plano de
previdência, bem
como certa dose de
satisfação por, após
amplo debate,
finalmente termos
selecionado um
caminho a seguir. Já
no tocante ao PAS,
parece existir
apenas um temor
generalizado e a
total incerteza
sobre o que está por
vir. Nada mais
justo, uma vez que
as conversas ainda
estão
recém-iniciadas e
existem ameaças
reais no ar.
A maioria dos
benedenses, ativos e
assistidos, deve
estar ciente de que,
no início do
presente ano, foram
publicadas as
Resoluções n°s 22 e
23 da Comissão
Interministerial de
Governança
Corporativa e de
Administração de
Participações
Societárias da União
–CGPAR. Estas
resoluções, se
aplicadas na íntegra
e sem discussões
prévias a respeito
de nossos direitos
trabalhistas e da
extensão do conceito
de direito
adquirido,
extinguiriam o PAS,
nosso plano de
saúde, como o
conhecemos hoje. As
mudanças
preconizadas por
tais resoluções
podem ser
integralmente
conferidas no link
que segue:
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/empresas-estatais/legislacao/resolucao-no-23-de-18-de-janeiro-de-2018-diario-oficial-da-uniao-imprensa-nacional.pdf
Diante desta ameaça,
precisaremos,
juntos, fazer
escolhas que
definirão nosso
futuro e de nossas
famílias. Para
superar esse desafio
com sucesso e ainda
unidos, é
imprescindível que
todos tenham um
patamar minimamente
aceitável de
conhecimento sobre o
PAS. Não é meu
objetivo nesse
artigo discutir as
exigências das
citadas resoluções
ou mesmo possíveis
soluções de
contorno. Gostaria
apenas de oferecer
algumas informações
relevantes e por
vezes ignoradas
sobre o benefício de
saúde que hoje
possuímos, de forma
que cada benedense
forme seu juízo de
valor a respeito do
que está em jogo.
Nesse contexto,
apresento a breve
reflexão a seguir,
organizada de forma
a responder pelo
menos duas
fundamentais
perguntas que versam
sobre a qualidade e
o custo do PAS.
Então, vamos a elas.
1. Quais planos de
saúde de mercado são
melhores que o PAS?
Esta é uma pergunta
capciosa. Em geral,
a resposta deveria
variar de acordo com
o que cada indivíduo
valoriza em um plano
de saúde. Por causa
disso, normalmente
eu me esquivaria de
tentar oferecer uma
resposta única e
objetiva. Neste
caso, porém, acho
que posso arriscar
uma resposta com um
bom nível de
segurança e, em
seguida, oferecer
minhas
justificativas.
Então vamos lá: não
existe no mercado, e
jamais existirá,
qualquer plano de
saúde que se compare
ao PAS.
Ao longo da minha
experiência como
gestor da FAPES,
tive a oportunidade
de receber e
analisar diversas
reclamações e
sugestões de
melhoria para nosso
plano de saúde.
Temos, sim,
problemas a
resolver,
principalmente no
tocante à boa
utilização de novas
e mesmo antigas
tecnologias. É
preciso trazer com
urgência mais
comodidade e menos
burocracia aos
beneficiários. Nesse
sentido, claro,
temos muito a nos
inspirar nos planos
de mercado. O PAS,
porém, não é apenas
isso.
A maioria dos
beneficiários
interage com o plano
de saúde em eventos
simples e
repetitivos, tais
como pedidos de
autorização e
reembolso. Assim,
muitas vezes, a
impressão que
possuem do PAS é que
ele seja uma grande
burocracia,
facilmente
substituível por
outros planos
premium
oferecidos no
mercado, com
melhores recursos de
acesso e maior rede
de médicos. A
exceção a esse
convívio burocrático
está nos poucos
titulares e
dependentes que, a
cada ano, encontram
a assistência da
FAPES na
encruzilhada entre a
vida e a morte, como
em graves situações
de internação ou de
emergências. São
esses beneficiários
que conhecem o
momento onde o PAS
realmente é
diferente. Portanto,
essa é razão da
minha segurança em
classificar nosso
plano de saúde como
algo fora de série:
o PAS é
incomparavelmente
melhor exatamente
quando mais
precisamos.
Por definição, não
existe um plano
comercial que vá
lutar pela
manutenção da sua
integridade física e
mental como a FAPES
fará. Isso acontece
simplesmente porque
os planos de saúde
de mercado obedecem
à lógica da
lucratividade das
empresas que fazem
sua gestão. Seja
qual for a
governança que se
apresente, o triste
fato é que, nessas
empresas, existem
metas financeiras
para serem cumpridas
e benchmarks outros
a serem respeitados.
À sombra dos mais
belos slogans, nossa
saúde para elas será
sempre apenas
business as usual.
Perceba: eu não
tenho nada contra
metas e benchmarks e
até os admiro, mas
entendo que eles não
podem se sobrepor à
saúde de um ser
humano. Assim, no
mercado, se mais um
dia de internação
para seu dependente
estiver entre um
gestor e uma meta,
infelizmente você
pode vir a encontrar
grandes
dificuldades. É
lamentável e
deplorável, mas é a
realidade. Ou já não
ouvimos histórias
assim de pessoas de
nosso convívio?
Nesses planos de
mercado, que
usualmente abarcam
centenas de milhares
de participantes,
cada pessoa é um
número. Em um plano
premium, é um
número VIP, mas, ao
fim e ao cabo, é
apenas um número. A
FAPES recebe
centenas de pedidos
de reembolso em um
curto período de
tempo. Então, ao
menos nesse tipo de
evento, cada item
ali, com certeza,
também é processado
como um número. Mas,
por outro lado, se
você ou seu
dependente estiver
no leito de um
hospital lutando
pela própria vida, a
Fundação possui uma
equipe médica
dedicada e
extremamente
qualificada
acompanhando seu
avanço a cada dia.
São profissionais
que vão aparecer não
somente para segurar
sua mão e trazer uma
palavra de alento,
mas para discutir
seu caso com a
equipe responsável,
garantindo que o
melhor está sendo
feito, que os
recursos públicos
não estão sendo
desperdiçados, e,
acima de tudo,
deixando claro que a
FAPES quer lutar por
você e por sua
família até as
últimas
consequências.
Sabemos que o
relacionamento da
FAPES com seus
participantes está
bastante esgarçado.
Problemas e dúvidas
diversas erodiram
profundamente aquela
que deveria ser a
base das nossas
relações: a
confiança entre as
partes. Nesse
contexto, um serviço
excelente,
estruturado com
profissionalismo ao
longo de décadas,
respeitado e
admirado por todos
os pares no mercado
de saúde, é, às
vezes, colocado em
questionamento de
forma absolutamente
injusta. Nosso plano
de saúde é, muito
provavelmente, o
maior benefício que
possuímos e,
portanto, demanda
que lutemos por ele
com afinco, como se
lutássemos por
aquilo pelo qual a
FAPES zela: nossas
vidas.
Por fim, como
recomendo para
qualquer caso médico
grave: sempre busque
uma segunda opinião.
Assim, por favor não
tomem minhas
palavras
simplesmente como
verdade. Que tal
conversar com algum
beneficiário do PAS
que já utilizou o
plano em uma
situação de vida ou
morte? Depois dessa
resposta, pergunte a
si mesmo: qual plano
de saúde você quer
para a sua família?
Na continuação deste
artigo, vamos
refletir um pouco
sobre os custos do
PAS, sua evolução
nos últimos anos e
sua comparabilidade
com os custos dos
planos disponíveis
no mercado. Obrigado
e até lá.