O país de ponta a
cabeça, o BNDES e
seus funcionários
atacados
constantemente na
mídia. Nesse
ambiente improvável,
conseguimos um
acordo sobre um dos
maiores problemas
que afligem o corpo
funcional do BNDES e
seus aposentados: a
situação do nosso
Fundo de
Previdência. Com
tranquilidade,
pode-se dizer que a
Mesa FAPES tornou-se
o principal canal de
discussão e
formulação da
reestruturação do
PBB. A iniciativa
foi insistentemente
proposta pela
AFBNDES e entidades
coirmãs e, depois de
vencida alguma
resistência, a
Diretoria de RH do
Banco não apenas
estabeleceu, como
passou a ser a maior
patrocinadora da
Mesa como fórum de
resolução dos dois
problemas que eram
alvo da
reestruturação: o
equacionamento do
déficit atuarial do
PBB e a questão da
"joia".
Fundamental para o
avanço das
discussões da Mesa
FAPES foi o
estabelecimento de
premissas que
permitiram que a
discussão avançasse,
e saísse de um
círculo vicioso de
condenações mútuas e
tecnicismos
estéreis:
– Assumimos que
eventuais impactos
sobre o Plano
decorrentes de
decisões judiciais
ficariam de fora das
discussões, uma vez
que independem de
acordo entre os
participantes da
FAPES;
– Manteríamos o
Plano de Benefício
Definido (BD) –
entendimento
assumido pela
Diretoria da FAPES e
apoiado desde o
primeiro momento
pela AFBNDES;
– Combinaríamos no
PED (Plano de
Equacionamento de
Déficit) concessão
de direitos com
contribuição
financeira
extraordinária,
proposta trazida
pela Diretoria da
FAPES.
Para equacionar o
déficit, a terceira
premissa nos
conduziu a estudar
diversos cenários de
ajuste, até que
chegamos à fórmula
exposta ontem (29),
no Auditório do
Banco, pela
Diretoria da
Fundação. Os
cenários estudados
foram diferentes
combinações de que
direitos ceder e que
montante de
contribuição
financeira de
assistidos e ativos
exigir em
decorrência disso.
Acreditamos que o
acordo alcançado
atendeu a uma
questão que
estabelecemos como
condição primeira:
ser justo. E essa
pode ser considerada
uma quarta premissa
que conduziu os
trabalhos da Mesa
FAPES. Com isso
excluíamos soluções
que separassem uma
saída para
assistidos e outra
para ativos.
A opção pela
manutenção do PBB,
em parte, era um
compromisso com essa
premissa de justiça.
Na base dessa opção
estava o julgamento
de que o Plano não
possui apenas um
déficit conjuntural,
mas também um
déficit estrutural
no qual uma das
fontes não era
difícil de
estabelecer. Como
pode nenhum ajuste
de contribuição ter
sido feito quando
passamos a não
contar com
contribuições mais
generosas (2 ou 3
para 1) do
patrocinador? E se
esta é uma origem
fundamental de
problemas no PBB, a
responsabilidade por
ela deveria ser
dividida por todos
os participantes.
Passamos a encarar o
déficit atuarial não
como uma questão
conjuntural, mas
como uma
oportunidade de
correção de um
problema estrutural.
Precisávamos
corrigir todo o
déficit, não o
mínimo, não uma
parte menor. E com
isso induzíamos
também o BNDES a
assumir uma
responsabilidade
maior no ajuste.
Ao colocar o Plano
numa situação livre
de déficit,
poderíamos também
resolver outra
injustiça, a
situação dos colegas
"porta-joias". Com o
andamento das
discussões, uma
quinta premissa foi
estabelecida, qual
seja, a de que o
problema da "joia"
deveria ser
resolvido de forma a
unificar a sua
metodologia segundo
o antigo
procedimento.
Para esse segundo
ajuste, consideramos
um acerto apenas
entre ativos.
Aumentamos a idade
mínima para 60 anos
e fizemos a
desvinculação do
INSS. Com os
impactos trazidos
por essa mudança,
podemos corrigir –
uma vez aprovadas as
mudanças no
regulamento pelos
vários órgãos
reguladores e de
controle – toda essa
situação e unificar
a joia de todos os
participantes no
procedimento que
prevalecia
originalmente.
A AFBNDES tem
orgulho de ter
participado da atual
reestruturação do
PBB. Esse é apenas
um breve resumo,
feito no calor dos
acontecimentos, do
que permitiu que
chegássemos a uma
proposta que
acreditamos
contribui de forma
decisiva para
resolvermos um
problema que há
alguns meses parecia
insolúvel. Contudo,
várias lições podem
ser extraídas.
Podemos divergir em
muitos assuntos –
AFBNDES e Diretor de
RH sobre a TJLP;
AFBNDES e Diretoria
da FAPES sobre a
forma de
reestruturar a
Fundação – e isso
não impede que
colaboremos
intensamente em
outros. Democracia
pode ser uma forma
eficiente de
resolver problemas.
Ou seja: a solução
dos problemas do
BNDES está nessa
Casa, se houver
respeito e
confiança.
Finalmente, para os
que discordam ou não
acreditam nessa
história, antes de
fazer valer seus
interesses via ações
judiciais, nos deem
mais uma chance.
Procurem a AFBNDES e
venham ouvir mais
detalhes de como
fizemos essa
história – olho no
olho. Essa
instituição é muito
importante para
nosso país e precisa
demais de nossa
união para
defendê-la. Vamos
assumir nossas
responsabilidades,
abandonar
ressentimentos e
construir um BNDES
melhor.