Os últimos números
do VÍNCULO,
incluindo o atual,
dão sinais de que os
funcionários do
BNDES não jogaram a
toalha. Publicar no
VÍNCULO exige
coragem. Pressupõe
identificação com a
instituição. Colocar
seu nome numa
posição sobre o que
está acontecendo no
país e,
principalmente, no
BNDES, para
escrutínio dos
demais colegas, não
dá os pontos que
individualistas
costumam computar em
suas estratégias.
Para esses, isso é
muito arriscado,
envolve demasiada
exposição. Debate se
faz no corredor, no
final do expediente,
onde se propaga a
crítica por vezes
cínica e leviana. Em
público, o silêncio
ou a concordância
automática com as
opiniões dos
superiores ou da
manada. O que pode
emergir de positivo
nesse ambiente?
Há muitas sugestões
sobre o que é
preciso mudar no
Banco. Para nós a
mais importante de
todas, pois
precondição para as
demais, é que o
Banco precisa ser
discutido
abertamente,
francamente, pelos
seus funcionários. O
BNDES tem que
despertar a paixão
sem a qual nenhuma
racionalidade
transformadora pode
operar. A palavra é
forte, mas é a
adequada. O
economista Albert
Hirschman, um dos
grandes pensadores
do século XX, que
teve no exame da
realidade brasileira
tanta inspiração
para a obra que
legou, certa vez
comentou sobre "a
paixão pelo
desenvolvimento" no
Brasil. Se
precisamos resgatar
esse sentimento no
país, não é na nossa
Casa onde ele deve
ser mais evidente?
Esperamos que o
leitor concorde com
a vitalidade que
reconhecemos na
franqueza e no
espírito crítico dos
artigos que vimos
publicando e se
inspire para deixar
sua contribuição. Se
discordar,
mostre-nos como se
faz e escreva seu
artigo. Em qualquer
hipótese, é
importante que saiba
que esse é seu
espaço, o veículo da
sua Associação.