Histórias de vida e
experiências profissionais
de mulheres que conquistaram
seu espaço e afirmaram suas
posições no mercado de
trabalho foram
compartilhadas no evento
"Desenvolvemos o Brasil com
elas", no 8 de março, que
celebrou o Dia Internacional
da Mulher, no BNDES.
O
Auditório Arino Ramos
Ferreira ficou lotado
no
evento, que teve a presença
do presidente do BNDES,
Aloizio Mercadante, das
diretoras do BNDES Helena
Tenório, Luciana Costa,
Tereza Campello e Natália
Dias, da 1ª vice-presidente
da AFBNDES, Pauliane Oliveira,
e das convidadas Nina Silva
(CEO do Movimento Black
Money e do D’Black Bank) e
Luiza Helena Trajano (presidente
do Magazine Luiza e do
Programa Mulheres do
Brasil).
O
presidente Aloizio
Mercadante abriu o evento
falando sobre as iniciativas
do governo federal, que
foram divulgadas
no Palácio do Planalto na
última quarta-feira, 8
de
março. Mercadante definiu o
momento como um marco
importante: “Estamos saindo
de um governo misógino e
machista, para um governo
que tem na casa da mulher
uma grande prioridade para a
política pública”. Confira
aqui
as
ações anunciadas pelo
governo federal.
O presidente do BNDES
recordou seu envolvimento
com a pauta feminista desde
os anos 70, resultado do
engajamento de sua primeira
mulher nesta luta:
“Debatíamos sobre como
construir uma identidade
masculina não machista e
como dar suporte à causa
feminista”. Sobre a dupla
jornada de trabalho,
Mercadante comentou: “É
importante que os homens
assumam a responsabilidade
de cuidado da casa e dos
filhos também. Está é uma
relação de companheirismo
que precisa ser construída.
É um desafio cultural,
político e cotidianos de
todos nós”, concluiu.
As
diretoras
do Banco
e convidadas tiveram a
oportunidade de falar sobre
suas trajetórias
profissionais e expectativas
para o futuro. Todos as
falas tinham em comum o
desejo de promover a
igualdade de gênero e de
poder trabalhar em novos
ciclos de reconstrução para
um
Brasil
mais justo para todos e
todas.
Durante o evento foi
anunciada, pela diretora
Helena Tenório, a criação de
um projeto corporativo de
diversidade e inclusão, que
dará visibilidade para os
temas raciais, de gênero,
dos PcDs e pais de PcDs e de
LGBTQIAPN+.
Também será formada uma mesa
paritária da diversidade,
que irá organizar as várias
comissões temáticas, com a
participação da AFBNDES e da
Administração
do BNDES.
A fala da 1ª vice-presidente
da AFBNDES, Pauliane
Oliveira
“A responsabilidade de estar
aqui representando todos
vocês,
ainda mais junto de pessoas
que eu já admirava, torna
tudo mais difícil. Como que
eu vou me sentar ali junto
delas, o que eu tenho a
dizer? Eu tô aqui
aprendendo. Vou falar um
pouco de mim: Sou
nordestina, de Natal, no Rio
Grande do Norte. Estou aqui
há 23 anos e sou mãe do
Gabriel e do João, de 20 e
15 anos. Acho a
responsabilidade grande,
porque eu tento criar
meninos feministas e com
consciência do lugar
privilegiado que eles têm.
A responsabilidade é imensa
de melhorar o mundo para
todos. O que eu gostaria de
dizer é que sei que o dia 8
de março não é para celebrar
e sim para lutar. Mas, hoje
eu queria celebrar. Os
últimos 4, 5 anos foram
desastrosos, mas a nossa
vida de mulher aqui no BNDES
antes nunca foi maravilhosa.
Hoje temos reuniões que eu
fico até emocionada! Em
2008, quando a gente começou
a tratar da equidade de
gênero e raça, por demanda
do governo federal, ouvia
piada ao tratar da violência
contra a mulher. Havia
superintendentes que
comentavam em reunião do
comitê gerencial: “É... deve
apanhar muito em casa para
estar com essa preocupação”.
Quando trouxemos
palestrantes incríveis para
falar de gênero e raça,
também
em reunião geral de
executivos, havia o
comentário: “É bom a gente
mandar uma pessoa lá na
porta para ver quem é que
vai para essas palestras,
porque com certeza não tem
trabalho”. Então (é
importante) estarmos aqui
nessa casa com um presidente
e com essa diretoria, que
colocam esses temas como uma
prioridade, mostrando para a
própria casa e ao mundo aí
fora que isso é um valor.
Isso não é marketing. Tem
valor financeiro, nos
negócios e na esfera
social. Então eu estou
muito emocionada de poder
estar presente aqui neste
dia. Eu estar aqui hoje era
impensável depois de anos
tão difíceis”, destacou
Pauliane.
“A minha trajetória é de
mulher branca, de classe
média, de escola particular.
Sou advogada da UFRN.
Cheguei aqui adulta e com
um propósito. Apesar de não
conhecer muito o BNDES
quando fiz o concurso,
achava interessante a ideia
de um banco de
desenvolvimento. Diferente
dos economistas, que sonham
com o BNDES, eu nem sabia
bem o que o BNDES era, até
surgir a oportunidade. Eu
vim ganhando 60% do salário
que ganhava em Natal, pois
eu achava que deveria
trabalhar com algum
propósito. Chegando aqui,
trabalhei na Área Social,
depois nos Recursos Humanos,
na Comissão de Ética e no
Fundo Amazônia. Quando
começou o desmonte do BNDES,
achei que eu seria mais útil
na Associação dos
Funcionários. A casa ajudou
e estou nesses últimos anos
lá. E é com muita felicidade
que eu vejo o Banco
renascer. O Dia das Mulheres
com esse formato tem um
simbolismo imenso para falar
sobre a importância do
BNDES, da equidade de gênero
e de raça. Um ponto que
estava na minha cabeça é que
é aqui que a gente deve
estar: todas as mulheres,
cis, trans, brancas, gays,
negras, indígenas,
nordestinas, PCD’s... Porque
se não for todo mundo junto,
não tem por que estar em
lugar nenhum”, concluiu a
vice-presidente da AFBNDES.
No final do evento, a
benedense Valéria Martins,
conselheira da Comissão de
Ética do BNDES, fez uma
emocionante homenagem
a todas as mulheres do
Banco, por meio de histórias
com algumas de suas
companheiras de trabalho,
com quem ela dividiu seu
dia a dia durante sua
trajetória no BNDES. O texto
completo está disponível na
seção Opinião desta
edição. |
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