Pensei, será?
Eu?
Aí olhei pr’um
lado, olhei
pro outro, e
vi vocês, e me
vi em vocês.
Eu comecei no
Banco em 2001,
trabalhando com
Mariângela
De Paoli,
que estava há 28
anos treinando
agentes
financeiros e
empresas, e
adorava o que
fazia. Sorriso
largo,
permanentemente
no rosto.
Logo depois,
participei da
seleção de uma
estagiária, que
morava em São
Gonçalo. No
primeiro dia de
estágio, eu fui
deixá-la nas
Barcas, às 10
horas da noite,
porque ela ficou
comigo
trabalhando até
tarde. A mesma
garra e
companheirismo
que a vi
demonstrar
várias vezes
depois, pra
passar no
concurso e virar
gerente desta
casa, né
Caroline
Pantoja?
Fiquei muito
tempo na
gerência de
relacionamento,
lá tínhamos um
trio incrível:
Berta, Sandra
Lima, Marilva.
Ah!
Marilvinha,
só quem teve o
prazer de
trabalhar com
ela, pode
entender.
Marilvinha
era a diferença
entre ter um
grupo, um
departamento e
uma equipe, anjo
da guarda, meu e
de muita gente.
Quantas aqui já
não choraram
abraçadas a ela?
Quantas mães
recentes,
culpadas e
cansadas,
cansadas e
culpadas, sempre
divididas entre
carreira e
maternidade, já
não choraram no
banheiro?
Quantas não
foram consoladas
por outras mães,
né
Gabriela
Milhomem?
Mas, o tempo
passa, e rápido!
Custo a perceber
que estamos
quase fazendo 22
anos de Banco,
eu e minha
amiga, irmã,
braço forte e
meigo.
Um dia, quando
ela estava Sup
AOI, me
confessou que
estava cansada,
e, eu pensei...
Ufa! Andava
assustadíssima,
pensando: Será
que estou
trabalhando com
a Mulher
Maravilha?
Lembra quando te
disse isso,
Juliana Santos?
E, o que dizer
dos grandes
ativos
intangíveis do
Banco, mulheres
que são exemplo
vivo do que é
espírito
público, uma
delas, mesmo já
podendo se
aposentar,
escolhe
permanecer
defendendo o
Banco, né
Fátima Farah?
Conheci tantas
mulheres
especiais,
únicas,
incríveis!
Uma eu conheci
quando estava
aprendendo a ser
Chefe. Sabe, às
vezes eu virava
quase um pitbull,
bom um pitbull
do bem, foi o
que me disseram,
mas ainda assim,
um pitbull.
Nesses momentos,
uma voz de uma
doçura
indescritível,
se achegava e
dizia, calma
chefe, vamos
tentar assim...
E, na hora, eu
voltava ao eixo,
bom pelo menos,
tentava, né
Flávia Félix?
Quantas mulheres
fantásticas
temos aqui!
Algumas eu
conheci, antes
de conhecer. De
uma, a primeira
coisa que eu
soube, era que
era brava,
valente. Bom, de
verdade mesmo, a
primeira frase
que ouvi foi:
...na hora de
botar o pau na
mesa, quem bota
é ela!
E, é verdade,
porque depois,
eu mesma a ouvi
dizer: “... falo
mesmo, por isso
nunca vou ser
Sup, né,
Ana Costa?
Pois é, mas eu
também já tive
uma Chefe assim,
leoa pra
defender a
equipe, tigresa
pra defender o
Banco, com ela
aprendi que
somos um órgão
de Estado, não
de Governo, né,
Sandra Souza?
E, o danado do
tempo continuava
a passar...
E, aí veio um
tsunami forte.
De repente, tudo
que fazíamos
estava errado.
Como assim?
Compromisso com
desenvolvimento
virou crime,
ética deixou de
ser um valor do
Banco, colegas
tendo a conta e
os bens
bloqueados, todo
mundo de cabeça
baixa, triste,
confusos, mas
nessa hora eu vi
passar uma
mulher.
Nunca
trabalhamos
juntas, só a
conheço de ver e
ouvir, que nem
caviar...
E, ela mantinha
a mesma postura
de sempre,
inabalável,
inquebrantável,
caramba! Quanto
peso ela é capaz
de suportar sem
vergar? Será que
serviu de
inspiração
pro
Wolverine...
Não sei, mas até
hoje, nunca a vi
de cabeça baixa.
O olhar firme,
sereno, a
postura
exatamente
igual, sempre.
Deve ser a
certeza de que
estava fazendo a
coisa certa.
Tá bom,
eu posso
imaginar que por
dentro você
devia estar
rasgada,
despedaçada.
Mas, por fora,
estava linda,
Luciene!
E, o que dizer
daquela que
num piscar
de olhos viu seu
nome em todos os
jornais, todas
as notícias.
Justo ela,
sempre tão
discreta. Mas,
por quê? Como?
Você estava
apenas fazendo
seu trabalho?
Como é bom te
ver de volta
Daniela Baccas!
E, aí entramos
num tempo
confuso demais,
com falas
quadradas, meio
que sem nexo, o
discurso tinha
som, não
sentido, e no
meio do
burburinho
confuso, ouço
uma voz de
feminina
clareza: “...
porque de
desenvolvimento
eu entendo!” Não
foi, Lavínia!
Como manter a
sanidade em meio
a tormenta?
Às vezes,
precisamos dar
as mãos pra
conseguir
atravessar, foi
o que fizeram 3
mulheres:
Júlia Fonseca,
Juliana Jonas e
Beatriz Massena
que ao criarem o
Benedensas,
fizeram história
neste Banco!
Foi o que
fizeram também
as luzes
femininas da
AFBNDES:
Pauliane,
Vivi e
tantas outras.
Mas, só estou
falando de
passado, e
preciso apontar
para o futuro.
E, no futuro eu
vejo 2 mulheres,
outra Juliana,
esta, nossa
recepcionista no
2º andar, que
cuida dos filhos
e da mãe, e me
recebe sempre
com um belo
sorriso de bom
dia.
E, vejo outra
estagiária,
Rebeca,
que na
entrevista disse:
“Eu, uma filha
de minha mãe,
num lugar
como este?”
Pois é, somos
todas filhas de
nossas mães!
Eu devo muito à
minha, que saiu
de Autazes no
interior do
Amazonas, na
década de 60,
sozinha, e
trouxe toda a
família pra
São Paulo.
Porque no fundo
somos todas
Marias.
Marias, Maria
que têm um dom,
uma certa magia
Uma força que
nos alerta
Mulheres que
merecem viver e
amar como todas
no planeta
Marias que são
som, cor e suor
Que são a dose
mais forte e
lenta
De uma gente que
ri quando deve
chorar
E, que não vive,
apenas aguenta
(e, já
aguentamos
tanto...)
Mas, temos
força, temos
raça, temos gana
sempre
Pois quem traz
no corpo esta
marca
Tem a estranha
mania de ter fé
na vida