O Dieese publicou, no
último dia 11, a Nota
Técnica nº 242, sobre o
financiamento dos
‘pacotes’ de estímulo à
economia brasileira no
contexto da crise do
novo coronavírus.
Segundo o Departamento,
o
combate à pandemia
mostrou novamente a
obsolescência do debate
sobre o Estado Mínimo:
“Independentemente do
viés ideológico, todos
os governos do mundo,
sem exceção, têm
utilizado seus
respectivos estados para
intervir fortemente na
economia
e na sociedade em geral,
dado que, nessas
circunstâncias, o setor
privado se retrai”. Com
isso, ‘pacotes’
de gastos, pagamento de
benefícios a cidadãos,
financiamento de folhas
de pagamento, entre
outros, têm sido
fartamente praticados.
Para os economistas do
Dieese, nesse cenário de
risco de
perdas de dezenas de
milhares de vidas, a
discussão fiscal se
torna uma questão
secundária. “Garantir a
renda das pessoas é,
acima de tudo, financiar
a mais efetiva política
de combate à pandemia
que se conhece até o
momento: o isolamento
social”, destacam.
Diante desse quadro –
defende a entidade –,
diversas medidas
deveriam ser tomadas
pelos governos de todos
os níveis
administrativos, cabendo
ao governo federal
articular as ações de
estados e municípios.
“Isso, porém, não tem
ocorrido no Brasil:
enquanto muitos governos
estaduais e municipais
têm atuado para evitar a
ampliação do contágio –
por meio de
medidas de contenção de circulação de pessoas e criação de estruturas de
saúde –, o
governo federal trava
uma guerra de
narrativas, minimizando
o risco de descontrole
da pandemia e focando
nos supostos prejuízos
econômicos. Essa visão,
além de cruel, também
oculta um dos principais
problemas estruturais do
país, que na atual
situação se
aprofunda e amplifica: a
desigualdade”.
“A desigualdade é traço
característico da
sociedade brasileira,
permeando a população de
forma perene: do acesso
à saúde e educação,
passando pelas
perspectivas
profissionais e pelo
direito à aposentadoria
ou pensão na velhice. E,
apesar das inúmeras
possibilidades de
combate que poderiam ser
adotadas, muito pouco
tem sido feito nessa
direção”, enfatiza o
Dieese.
Para a íntegra da Nota
Técnica,
clique aqui.
O Dieese publicou mais
duas Notas Técnicas no
mês de junho:
–
NT 240 (03/06/2020):
“Brasil pós-pandemia:
mais do mesmo?
Ideias urgentes para o
futuro do trabalho
e do meio ambiente”.
–
NT 241 (04/06/2020):
“Lei
Complementar 173/2020 –
Socorro
emergencial a estados e
atendimento às demandas
por políticas públicas”.