Na próxima
terça-feira (16), às
15h, tem nova live
no canal da AFBNDES
no YouTube, com o
presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, e o
professor Fernando
Nogueira da Costa,
da Unicamp, sobre “A
desigualdade da
riqueza financeira
no Brasil”.
Na
primeira live
promovida pela
Associação na última
terça-feira (9),
reunindo Koblitz e o
economista Nelson
Marconi, da Fundação
Getúlio Vargas
(FGV), a conclusão
foi que é necessária
ação coordenada do
BNDES com os outros
bancos públicos para
enfrentar a crise
provocada pela
pandemia do novo
coronavírus.
O governo precisa
utilizar mais os
bancos públicos
–
sobretudo o BNDES
–
na linha de frente
do combate à crise,
injetando mais
recursos nessas
instituições para
salvar empresas, e
para isso será
necessário muito
mais que os R$ 40
bilhões recentemente
anunciados como
“socorro” ao
mercado, defendeu
Nelson Marconi.
“O governo tem uma
atuação pífia, muito
modesta em relação à
pandemia”,
destacou
o economista da FGV,
para quem são poucos
os países em
desenvolvimento que
podem contar com um
banco de
desenvolvimento com
as características
do BNDES: “É a
menina dos nossos
olhos e sempre foi
muito importante
para nós”.
A pandemia pegou
muitos governos de
surpresa, reconheceu
Arthur Koblitz,
criticando,
entretanto, a
postura da equipe
econômica, que no
começo da crise
menosprezou os
possíveis e trágicos
desdobramentos do
avanço do
coronavírus no país.
“O resultado é que o
governo saiu daquela
reunião parecido com
o que era no
início”, afirmou o
presidente da
AFBNDES,
referindo-se ao
polêmico encontro
ministerial
realizado no dia 22
de abril e cujo
conteúdo foi tornado
público por decisão
do ministro Celso de
Mello, do STF.
Subestimar a crise e
achar que as
reformas propostas
pela equipe
econômica deveriam
prosseguir como
solução para os
danosos efeitos da
pandemia foi
–
salientou Marconi —
uma temeridade.
“Eles
[da
equipe econômica]
não
têm perfil
para lidar com uma
crise que
exige intervenção
mais forte. Não se
pode esperar que o
setor privado
resolva isso. É uma
pandemia forte como
há 100 anos não
tivemos. O governo
foi muito modesto em
sua reação”, afirmou
o economista,
alertando que o
auxilio emergencial
–
cujas polêmicas não
cessam
–
é uma criação que
pertence mais ao
legislativo que
propriamente
ao
governo. “Ainda tem
muita gente de fora.
Os recursos não
estão chegando
às
pessoas, às empresas
–
e é muito escasso”,
completou.
O presidente da AF
endossou o
comentário de
Marconi e alertou
que deveria haver
uma coordenação,
igualmente a outras
promovidas no
passado, do BNDES
com a Caixa
Econômica Federal e
o Banco do Brasil.
Para ele, é um risco
deixar o fluxo e o
preço do crédito com
os bancos privados
durante a crise.
Marconi concordou
com Koblitz e
alertou: “Teria de
ter um volume maior
de crédito para
atingir todos os
spots de empresas.
Está difícil o
crédito chegar
nelas”, comentou o
economista da FGV,
destacando também
que a chamada PEC do
Orçamento
de
Guerra
deveria definir o
papel do Tesouro de
forma mais
contundente no
combate à crise,
forçando-o a entrar
mais intensamente
nos programas de
socorro ao mercado e
à sociedade. “É
preciso ter linhas
de créditos mais
claras. Uma coisa é
o BNDES ter linhas
de créditos
específicas para
setores, outra coisa
é a situação atual.
O BNDES não teria
braço para isso
tudo, por isso tem
de haver outros
bancos públicos
nessa linha”,
concluiu Marconi.
(*) Com a Assessoria
de Imprensa da
AFBNDES.
|