“Assim
como os três reis magos
Que seguiram a estrela
guia
A bandeira segue em
frente
Atrás de melhores dias”
–
Bandeira do Divino
–
Ivan Lins
e Vitor Martins
Os
autores desse artigo
advertem: austericídio
faz mal à saúde! Um
Estado Funcional pode
não descobrir a cura
para
a
Covid19, mas não poderá
procrastinar ou
restringir recursos para
ela e para amenizar o
descalabro econômico!
Em
5
de outubro de 2018
apresentamos nosso
quarto artigo da série “99%
Uni-vos!”
–
Nem a escassez, nem o
excesso, mas o
exato.
Nele tratamos do tamanho
do Estado necessário aos
99% do mundo: nem o
Mínimo, nem o Máximo,
mas o Estado Funcional –
o do Pleno Emprego,
Cidadania e Bem-Estar
Social.
O Estado Funcional
O
Estado Funcional
atua de forma a levar e
a manter a economia no
pleno emprego e no
estágio ótimo do
desenvolvimento
econômico, mantendo o
giro dos negócios no
ponto eficaz.
A eficácia do Estado
(pela ótica
desenvolvimentista/socialdemocrata)
faz-se presente quando
consegue ser o mediador
de rendas, quando
equilibra a
instabilidade do
investimento privado e
quando tende a
distribuir a renda de
forma equânime. Ou seja,
quando atua de forma
Funcional,
isto é, no sentido
inverso ao ciclo
econômico: gastando mais
que o necessário quando
houver desaquecimento
econômico, de forma
atenta e eficaz, para
retirar excesso de
recursos nos momentos de
alta utilização da
capacidade instalada; e
agindo de forma fiscal e
monetária restritiva,
com rigor, no momento em
que o excesso do crédito
privado incita ao
endividamento das
empresas e dos
assalariados, formando
bolhas nos mercados e
dando clara indicação de
alerta de uma próxima
inversão do ciclo
econômico.
Já a definição dos
liberais clássicos para
a economia é a busca da
alocação eficiente dos
recursos escassos com o
fim de otimizar o
bem-estar da sociedade.
Eles reforçam pelo
pressuposto que o Estado
precisa ser parcimonioso
no uso dos recursos
ditos limitados. Em
outras palavras,
equilíbrio fiscal e
presença mínima do
Estado para dar
liberdade (máxima) de
atuação aos agentes
econômicos.
Por esta concepção, o
setor privado deixado
livre auto regula-se, e
seria eficiente para
levar a economia à
utilização ótima dos
recursos escassos, mas
não ao Pleno Emprego, já
que admitem a
permanência de um
“necessário exército de
reserva de mão-de-obra”
(desempregados). Em
outras palavras, advogam
o Estado Mínimo para
o social e Máximo para
eles.
No entanto, apesar de
toda autossuficiência e
autorregulação,
quebraram e foram
sustentados pelo Estado
em 2008, repetindo o que
ocorrera em 1929.
O mundo pós-2008
Assistimos desde a crise
de 2008 a nítida
separação das duas
concepções econômicas.
No lado Oriental, houve
forte desenvolvimento
inclusivo! Registramos
isso em:
"Dois
Caminhos pós 2008:
Liberalismo x
Desenvolvimentismo".
Já no bloco Ocidental,
apesar da forte atuação
do Estado/Banco Central
em 2008 para salvar o
sistema financeiro (e
consequentemente a
economia), vimos que o
resultado foi baixo
crescimento econômico,
forte concentração de
renda e desemprego.
É sabido que, nesse
período, em especial nos
EUA, o dinheiro doado
pelos Bancos Centrais (“quantitative
easy”) para os
bancos e empresas
privadas foi direcionado
para compra das suas
próprias ações. Ao fazer
isso, aumentam o lucro
por ação, devido à
redução de seu número,
valorizando-as em
mercado. Não por acaso,
os Índices Dow Jones e
S&P 500 valorizaram por
11 anos até o ajuste de
2020.
Então, o bloco Ocidental
não manteve o Estado
como promotor do
desenvolvimento através
de políticas fiscais. Ao
contrário, optou pela
obsessão liberal na
busca do equilíbrio
fiscal. Tudo o que
conseguiram foi um baixo
crescimento e desemprego
e/ou empregos
precarizados.
Brasil
No Brasil, passamos pela
crise de 2008 sem
consequências relevantes
graças à boa atuação do
Estado e suas
instituições financeiras
públicas (BNDES/BB/CEF),
mas também pela inércia
final do boom das commodities.
Entretanto, em 2016,
como reflexo do fim das
condições favoráveis
externas, fomos
submetidos por governos
liberais a medidas
preconizadas no programa
“Ponte para o Futuro”,
que nos levaram a
reformas austericidas na
legislação trabalhista e
outras, culminando com o
tratamento letal
legalmente garantido
pela EC95 (a EC da
morte!) que fixou um
teto para o gasto
público até 2036
–
20 anos.
Enfim,
amargamos,
desde 2015, baixo
crescimento, desemprego
e, agora em 2020,
infelizmente, estamos
diante de uma pandemia
provocando mortes e, por
consequência, agravando
uma crise econômica
mundial e do petróleo.
O que é o Estado
Funcional e quais são
suas políticas
econômicas?
Simplesmente é o
desenvolvimentismo
funcional inclusivo (ou
socialdemocracia)
através da alavancagem
do crescimento real.
Práticas
desenvolvimentistas,
como o Plano Marshall,
recuperaram a Europa no
Pós-guerra.
Também promoveram, nos
EUA, os anos dourados do
Pós-guerra, a partir do
governo do presidente
Roosevelt, até os anos
70.
Mas,
então, por que os
empresários ocidentais
rejeitam tais governos e
práticas econômicas que
recuperaram a Europa e
promoveram crescimento
com Roosevelt, nos EUA,
e aqui no Brasil, com
Getúlio?
“Fazer o que tem que ser
feito. Gastar o que for
necessário!”
Mostramos em
“A
saída da crise ao
alcance da mão (I)”
e em
“A
saída da crise ao
alcance da mão (II)”
que o Estado Funcional
utiliza as práticas das
Finanças Funcionais, ou
seja, um Estado Soberano
emissor de sua moeda,
tem ampla força de
utilização de políticas
econômicas, sem
restrição monetária.
Assim, pode realizar
“o que tem que ser
feito”,
ou seja, em uma
emergência,
pode e deve gastar o que
for necessário para
salvaguardar sua
população. Em situação
de crise, pode atuar
contra a corrente para
minimizar ou eliminar a
adversidade. Em períodos
normais pode utilizar
seus instrumentos para
promover o
desenvolvimento e levar
a Economia ao Pleno
Emprego e Cidadania.
Kalecki explica, como
reproduzimos no primeiro
artigo acima, que os
empresários aceitam de
muito bom grado o
auxílio governamental
nas crises, mas tão logo
saem delas, eles não
querem a continuidade do
governo atuando na
economia. Sabem por quê?
Porque eles até abrem
mão da total maximização
dos lucros em uma
situação de Pleno
Emprego para não
perderem o poder
político.
Não foi isso que ocorreu
nos Governos Populares e
Desenvolvimentistas da
Europa no Pós-guerra e
de Getúlio/Roosevelt?
Não foi o que aconteceu
no pós-2008? Por que a
União Europeia, os EUA e
o Brasil hoje amargam
baixo crescimento e hoje
tremem diante de uma
terrível pandemia que
mata e agrava a crise
mundial? Porque ao se
acostumarem com
políticas austericidas,
relutam em partir para o
que tem que ser feito: “Gastar
o que for necessário”.
Então 99%, uni-vos!
Conscientizemo-nos de
que só as práticas
desenvolvimentistas, com
a presença do Estado
Funcional, ajudarão a
economia a minimizar os
efeitos negativos da
pandemia nas áreas
econômicas e
de
saúde.
Concomitantemente, tão
logo, com a Graça
Infinita, passe esta
tragédia, minimizar os
efeitos maléficos da
doença, continuar a luta
da recuperação econômica
e levar a economia ao
Pleno Emprego e
Cidadania! Isto só será
um sonho e apenas uma
lembrança de anos
felizes se não houver
uma ampla
conscientização dos 99%
contra os dogmas
liberais! Será sonho se
não aprenderem
com
o
que aconteceu no
pós-2008.
O
mundo todo está em
sofrimento com a
pandemia, mas a China,
um Estado Funcional,
inicialmente fortemente
atingida, parece mostrar
sinais de recuperação e
já, utilizando sua força
industrial,
fornece respiradores e
máscaras protetoras para
o mundo! No entanto, o
bloco Ocidental ainda
não partiu efetivamente
para o combate e os
gastos necessários.
Como
o Estado Funcional
pode enfrentar o
desemprego brutal na
guerra contra a
pandemia no Brasil?
Lamentavelmente, um
governo formado por
liberais e financistas,
como o
ministro
Paulo Guedes e sua
equipe, dificilmente
fará todo o necessário
para
a
superação da crise. O
Congresso, por sua vez,
parece referendar a
reforma trabalhista
precarizante. Teremos de
vencer árduas batalhas
políticas, mas
salientamos de novo: em
primeira instância, é
necessário GASTAR, sem
restrição e sem titubeio
burocrático, o
necessário para fazer o
que tem que ser feito,
pensando única
e exclusivamente
em
salvar o ser humano! O
recurso, conforme
explicamos, se emite!
O excesso e a correção e
malfeitos deverão ser
tratados após a Graça do
Divino nos iluminar! Mas
os malfeitos
deverão
ser denunciados tão logo
sejam percebidos!
Da
mesma forma que existe
uma quebra instantânea,
acontece uma ociosidade
da capacidade instalada
instantânea! Para
acalmar os liberais
ortodoxos, lembramos que
a imensa capacidade
ociosa e a recessão
instantânea provocam uma
tendência
a
uma deflação nos bens
não essenciais, a
despeito de algum ou
outro cuja demanda tenha
sido aumentada na
excepcionalidade.
Exemplo? Respiradores,
máscaras e luvas
plásticas! Então não
haverá subida de preços
generalizada exceto se a
logística colapsar.
Então, gastar é
preciso! Ao eliminar
essa restrição podemos
pensar a logística de
guerra contra a
pandemia. A título de
sugestão e contribuição,
propomos as medidas
operacionais essenciais
a seguir, não em “passo
a passo”, mas
concomitantes.
–
Primordial: utilizar a
cooperação das esferas
administrativas de cima
para baixo
(governadores, prefeitos
e associações
e/ou comitês
de
bairro);
–
Operacionalmente, fazer
políticas emergenciais
na saúde, requisitar
empresas para se
adaptarem para produzir
respiradores, máscaras,
luvas e testes.
–
Governo Central: bancar
rendas emergenciais
mensais por meses ou
anos com longo prazo de
carência, a “juro zero”,
para os mais
necessitados, tanto
pessoas como empresas.
No limite, dependendo da
gravidade do pós-crise,
a possibilidade de
perdão de dívidas e
distribuí-las através de
bancos públicos.
–
Concentrar esforços de
guerra e recursos na
logística dos
transportes, fornecer
alimentos e medicamentos
através de voluntários
capacitados, fazer
alojamentos para doentes
e alojamentos para
população de rua, fazer
ações nas áreas
carentes. Forças Armadas
poderão coordenar e
organizar ações com a
cooperação da sociedade
civil organizada;
–
Implantar o instrumento
Empregador de Última
Instância (EUI)
–
com adiantamentos de
rendas, enquanto do
período de isolamento,
para trabalhos presentes
(possíveis) e futuros de
recuperação no
pós-pandemia;
–
Usar o protagonismo dos
bancos públicos
(principalmente
o
BNDES). Os bancos
privados já foram
beneficiados com a
compra de seus títulos
ilíquidos pelo BC.
Agora, dado o auxílio
recebido, deveriam ser
chamados a colaborar.
–
Reforçar o papel e ações
necessárias das empresas
públicas
–
BNDES/BB/CEF/PETROBRAS/CORREIOS.
Elas não demandam
recursos públicos, ao
contrário, geram lucro.
E quando privatizadas
perdem qualidade, como
vimos no caso da Vale.
Lições a aprender em
caso de vitória da
Humanidade!
Finanças
Funcionais mostram que o
gasto público é
necessário e essencial.
Gastar em: Saúde (SUS) /
Educação ampla –
aprendamos que excesso
de médicos, enfermeiros,
profissionais de limpeza
e professores bem
remunerados,
mesmo batendo cabeça em
hospitais e escolas,
é o exército moral de
reserva civil de épocas
de crise. Sim, gastar em
atendimento de saúde e
educacionais gerais e
gratuitas (filas nunca
mais!), de forma que
planos de saúde reduzam
muito seus preços ou
percam suas funções.
Então, aprendamos e
façamos no pós-pandemia,
se a Graça do Divino nos
conceder:
–
Fortalecimento e
Expansão do SUS;
–
Legislação Trabalhista
recuperada em benefício
do trabalhador;
–
Seguridade Social, de
novo recuperada,
restabelecida e
fortalecida;
–
O Plano de
Desenvolvimento
Estratégico voltado ao
PLENO EMPREGO e
CIDADANIA em todos os
quadrantes do Globo
Redondo (pleonasmo
necessário!).
–
Revogar o EC95!
A chance pós 2008
Sim! A segunda chance:
metade da Humanidade não
aprendeu com as lições
de 2008. Se o Estado
teve incomensuráveis
recursos para salvar e
manter a alta
rentabilidade dos bancos
privados e grandes
empresas (o 1%), por que
não os 99%? Se a
Humanidade se salvar, e
se salvará, que leve em
consideração que o
Estado tem que ser
Funcional para os 100%!
Podemos esperar que, se
o Estado for Funcional,
é possível que algumas
restrições do isolamento
fiquem definitivas, tal
como o “trabalho em
casa”, contribuindo
talvez para
desconcentrar o espaço
urbano!
Mas, um aviso aos
incautos, não se deixem
levar pelo controle
social! Talvez o pior
efeito colateral
possível de uma pandemia
eliminada.
99% UNI-VOS!
PS-1: Este artigo foi
escrito entre a Semana
Santa e o 1º de maio de
2020, época de reflexão
em paixão e regeneração!
Os autores anseiam por
uma solução para a
pandemia pela Graça do
Divino e pelo trabalho
da área dos
profissionais da Saúde!
Não sendo versados em
medicina, desejariam que
a solução fosse, talvez,
pelo plasma humano!
Humano salvando humano!
PS-2: Referência bíblica
do Divino, “– Crescei e
vos multiplicai” não,
não se refere à
escassez. Ele pediu para
nos multiplicarmos e não
para que nos dividamos,
para não nos
diminuirmos. |