Qual o significado
da mobilização dos
funcionários nessa
semana? Será
simplesmente mais
uma união episódica
em defesa de um
direito corporativo?
Ou será que tem mais
coisa acontecendo na
consciência dos
funcionários do
BNDES depois de dois
anos de
adversidades?
E o papel do BNDES
nisso tudo? A
confusão de
orientação sobre o
papel do Banco é
antiga, de fato não
erraríamos muito se
assumíssemos que a
clareza sobre esse
papel nunca foi
totalmente
recuperada desde
quando a
substituição de
importações deixou
de ser algo para ser
assumido como
estratégico. Se isso
for verdade, estamos
falando que um
problema de
identidade está
colocado para todos
que aqui trabalham.
Com o fim da TJLP,
com o
estabelecimento de
uma taxa que não
prevê subsídio, esse
problema de
identidade foi
escalado. Temos um
Banco com problemas
existenciais e uma
geração de
funcionários que
ainda está definindo
sua relação com a
instituição. Um
corpo funcional
jovem, que entrou no
Banco em período de
vacas gordas e
prestígio, e que
inesperadamente se
viu diante de um
mundo em crise; de
contestação
institucional sem
precedentes.
Voltamos então à
questão inicial.
Será que esse
período de
resistência pode
ressignificar o
Banco para nós? Pode
gerar um novo ou
renovado
compromisso?
Acreditamos que é
possível que as
sementes de um novo
Banco, de uma nova
atitude diante dele
pode estar
germinando nesses
últimos dois anos em
que debatemos
vivamente em
corredores as
ameaças que nos
assombram, as
questões de poder
internas, a política
nacional em que
estamos inseridos.
Dois anos em que
descobrimos que
podemos ser um corpo
funcional unido,
orgulhoso de seu
papel no Estado
brasileiro. Sentimos
que vamos lembrar
desses episódios por
um longo tempo. E,
quem sabe, ainda
vamos ter que
explicar algumas
fotos para colegas
que no futuro se
juntarão a essa
grande instituição.
Sim, é o que
sentimos; tem mais
coisa acontecendo
nos corredores do
BNDES do que uma vã
filosofia pode
imaginar…