ENTREVISTA
De Janeiro: cervejas artesanais com a cara do carioca

"Nossas receitas são pensadas para serem bebidas com facilidade", conta o benedense Elieser Gorito um dos sócios da cervejaria ao VÍNCULO

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Eliese Gorito: cervejas fáceis de explicar e entender

 

O interesse do benedense Elieser Gorito pelo mercado das cervejas artesanais começou nas mesas dos bares. Junto com os amigos Bruno Cesar, Paulo Loiola, João Carlos, Jailton Junior e Leonardo Rocha criou a Cervejaria De Janeiro, com a ideia de difundir a cultura cervejeira artesanal e local, de forma acessível e criativa, e apresentar um produto saboroso, de alta qualidade e dedicado à riqueza cultural e natural da Zona Norte à Zona Sul do Rio.

Os cervejeiros da De Janeiro, nascidos no subúrbio carioca, emprestam para a marca o estilo de vida descontraído e definem o rótulo como uma "cervejaria artesanal orgulhosamente carioca, das que sabem que a cidade é feita de muito mais do que praia e belas montanhas". Confira a entrevista com Elieser Gorito e conheça mais sobre a De Janeiro.

VÍNCULO – Como você se interessou pela cervejaria artesanal e como surgiu a oportunidade de ter uma cervejaria?

Elieser Gorito – Bebendo! De forma mais prática, o interes-se veio através de um amigo de faculdade, cervejeiro caseiro. Junto de outro amigo, frequentamos degustações de cervejas artesanais e importadas, e elaboramos um roteiro pela Europa, onde visitamos diversas fábricas e tivemos contato com modelos diferentes de experiências culturais cervejeiras. Voltando, nós três nos juntamos a outro amigo e passamos dois anos estruturando o que viria a ser a De Janeiro.

V – Como são pensadas e produzidas as cervejas da De Janeiro? São três rótulos? Rebouças, Rebouças de leve e Bonde (lançamento)? É isso?

EG – A partir do Mondial de la Bière 2018, que aconteceu no último final de semana, temos cinco cervejas no portfólio, sendo que a Rebouças De Leve, Session IPA, é uma variação da nossa primeira receita, a Rebouças IPA. No Mondial deste ano lançamos duas novas receitas, a "Passinho", Sour com Hibisco e Gengibre, e a "Pessoa Amada", Juicy IPA com (muita) manga.

Nossas cervejas são produzidas em três fábricas diferentes (até o momento, pois já estamos negociando produzir em uma quarta): Piedade Cervejaria (Rio), Cervejaria Lagos (Saquarema) e Cervejaria Pontal (Nova Friburgo). Nós contratamos a fábrica, que produz conforme nossa receita, nossas etapas e os insumos que compramos. Marca, rótulos e receitas são sempre elaborações nossas.

Nossas receitas são pensadas para ser bebidas com facilidade. Nossa prioridade é atuar junto a um público que ainda não está totalmente integrado ao mercado de cervejas artesanais, um público de fronteira, digamos. Assim, fazemos cervejas com a cara do carioca: são coloridas, belíssimas no copo (temos uma preocupação especial com a espuma que será gerada ao servir o copo, sua cor etc.), com aromas bem destacados e algo persistentes. A ideia é que, apesar de criativas e saborosas, sejam fáceis de explicar e entender.

V – Qual a média de produção e qual é mais vendida?

EG – Estamos com uma média próxima a 1.000 litros por mês este ano, mais concentrados nos últimos três meses. Como nossos lançamentos são sequenciais e ainda temos pouco tempo de estrada, a mais vendida acaba sendo a que fizemos primeiro, a Rebouças IPA.

V – Das cervejas produzidas pela De Janeiro qual é a sua preferida? Tem alguma sugestão de harmonização com algum prato ou petisco?

EG – Estou bastante entusiasmado com a nossa Juicy IPA com manga, a "Pessoa Amada". Bastante equilibrada, com destaque para a fruta, mas alguma complexidade de aromas que faz com que seja difícil de enjoar.

Para harmonizar com ela, só não recomendo leite! Como é uma cerveja mais encorpada e de bastante sabor, ela provavelmente cai melhor com um prato mais leve: um frango bem marinado acompanhado de bela salada, por exemplo.

V – Vocês têm pontos de venda em vários lugares (sabe quantos?) e estão presentes em diversos eventos. Vimos que participaram do Mondial de La Bière Rio. Como é estar em eventos de degustação com tantos "concorrentes"? Como é a recepção do público?

EG – Estamos fixos em cinco pontos da cidade e temos rodado outros tantos (chegamos a ter mais de 30 pontos de venda simultâneos na cidade). Se quiser nos conhecer, indico nossos principais parceiros: Beer Underground (Ed. Avenida Central, Subsolo 137), Lapa Café (Rua Gomes Freire 453) e Circo Crescer e Viver (somente em festas e shows, por enquanto, fica situado na Rua Carmo Neto 143), todos no Centro, além do Café do Alto (Rua Paschoal Carlos Magno 143), em Santa Teresa, e Serpentina Bar (Rua Araguaia 1.480), na Freguesia.

Estamos fixos também em dois eventos de rua: os Festejos Cariocas (série de festas de rua em 4 datas do ano, no Centro), e na Feira de Empreendedores Sustentáveis (todo primeiro domingo do mês, na Taquara).

O Mondial é um evento enorme. Participar dele foi uma ótima oportunidade para testar nossas receitas e também nosso discurso, já que é um evento voltado a novos públicos. No ano passado tivemos o apoio do Sebrae e participamos dos dois últimos dias, o que nos deu bom panorama sobre o funcionamento do festival. Neste ano, optamos por nova parceria, desta vez com o Beer Underground, que trouxe outras cinco cervejarias para o evento, além de nós. Estivemos em posição de destaque, ocupando quatro das dezesseis torneiras do estande, sem contar que trouxemos dois lançamentos. A recepção do público às nossas cervejas foi bem interessante, por conta da nossa pegada de cervejas mais acessíveis. Mas a nossa marca e o nosso discurso obtiveram destaque. Sempre provocamos ótimas reações, quan-do mostramos nossa "identidade" ao público.

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