|
|
|
|
O
nosso
PAS
numa
encruzilhada |
|
|
|
|
Desde 2016, a FAPES vinha
trabalhando para elevar a
eficiência do Plano de
Assistência à Saúde do BNDES
(PAS), com excelentes
resultados. Em 2017, o
aumento das despesas com o
PAS foi de 0,7%, abaixo do
IPCA (2, 9%), e muito abaixo
da inflação saúde de 18,5%
(medida pelo VCMH – Variação
do Custo
Médico-Hospitalar). Em
termos reais (atualizado
pelo VCMH), observamos uma
queda das despesas do PAS ao
longo dos últimos dois anos,
conforme gráfico abaixo. |
|
Fonte: Relatórios gerenciais
do FAMS. Elaboração própria. |
As despesas administrativas
com o PAS em 2017 foram de
18% do custo total com o
Plano. É mais alta que a
média do sistema? Segundo
dados da ANS, a despesa
administrativa média no
segmento de autogestão foi
de 15,4%. Sim, é mais alta
menos de 3 pontos
percentuais se comparada ao
segmento de autogestão. Mas
por outro lado não há nenhum
plano no mercado que seja
mais competitivo que o
nosso, em termos de custo e
qualidade. A política de
cortar custos não pode
ignorar a relação
custo-benefício do uso dos
recursos.
Custos com saúde não são um
problema do BNDES ou do
Brasil, é um problema
global. E hoje vemos que
empresas como Amazon,
JPMorgan e Berkshire
Hathaway estão se unindo
para criar uma autogestão
como forma de reduzir as
despesas com o plano de
saúde dos seus empregados. A
autogestão é o modelo de
plano de saúde suplementar
que não tem fins lucrativos,
permitindo ter custos mais
baixos, qualidade superior,
melhor cobertura e melhor
atendimento que os demais
modelos disponíveis no
mercado. Na pesquisa de
satisfação realizada pela
FAPES neste ano, 99% dos
usuários avaliaram o Plano
de Saúde positivamente
(muito bom e bom).
O PAS é um plano com custos
muito competitivos com o
mercado. Em 2017, um plano
de mercado "XYZ", com
atendimento
médico-hospitalar, rede
credenciada e tabela de
reembolso próximos, custava
R$ 4.097,74 para uma pessoa
com mais de 59 anos. O PAS
registrou, em dezembro de
2017, como custo per capita
na mesma faixa etária, R$
1.403,26. Sendo que o PAS
tem benefícios superiores
aos dos demais planos de
mercado, além de possuir
assistência odontológica,
benefício não coberto neste
plano de mercado. Então,
comparar o PAS a outro plano
é difícil, porque não há
plano igual. Para comparar é
necessário avaliar rede
credenciada, rol de
cobertura, exigência de
carência e até a cobrança de
coparticipação, que é
frequente no mercado, mas
não existe no PAS.
Com todas as dificuldades em
comparar o PAS com planos de
mercado nas mesmas bases, a
tabela a seguir oferece uma
aproximação – apresenta o
custo per capita por faixa
etária do FAMS no mês de
dezembro de 2017 e o compara
com o plano de mercado "XYZ".
Ressalvas que precisam ser
feitas: o plano de mercado é
individual,
médico-hospitalar, com rol
de procedimentos mínimos
exigidos pela ANS; o PAS é
médico-hospitalar e
odontológico, e possui rol
de procedimentos ampliados,
que inclui vacinas, lentes,
botas ortopédicas, cadeira
de rodas, medicamentos de
alto custo, remoção etc. |
|
Fontes: colunas a, b e c:
Relatório Gerencial FAMS -
Dez/217 - FAPES; coluna f:
Plano no mercado |
Sem a revisão da CGPAR 23, a
operadora de saúde precisa
ter no mínimo 20 mil vidas
ligadas a ela ou então o
modelo de autogestão está
vedado para as estatais. A
FAPES pode abrir novos
planos contributivos, nos
termos da Resolução
Normativa nº 137 da ANS.
Aumentaria o número de vidas
ligados à operadora e
contribuiria para atender a
Resolução CGPAR 23. Com isso
ganharia escala e reduziria
os custos administrativos
unitários do Plano. A
necessidade de, no mínimo,
dobrar o número de vidas
ligados à FAPES lançaria à
atual equipe do DEPAS
(Departamento de Assistência
na FAPES) o desafio de
dobrar a sua produtividade –
com a premissa de manter o
mesmo padrão de qualidade e
de gestão do Plano.
A migração para outra
autogestão (como a hipótese
aventada pela Sest de
passarmos para o E-vida,
Plano de Saúde do Sistema
Eletrobrás) ou a
transferência da gestão do
PAS para uma operadora de
mercado trazem um alto risco
de piora no atendimento, na
qualidade, no grau de
satisfação com o Plano e de
aumento de custos para o
BNDES e os usuários.
A FAPES também tem
competência reconhecida pela
Agência Nacional de Saúde
Suplementar. Nunca foi
multada pela ANS. E nos
últimos cinco anos foi
avaliada pela agência
reguladora como operadora de
excelência, com IDSS máximo.
A alta satisfação com o PAS
é indissociável da gestão
feita pela FAPES, que desde
1975 opera o Plano de Saúde
do BNDES. Por outro lado, se
verifica que os planos de
mercado são recordistas de
reclamações em órgãos de
defesa do consumidor.
Segundo pesquisa de
satisfação feita pelo
Instituto de Medicina
Paulista, apenas 4% dos
usuários de planos de saúde
se sentem satisfeitos. A
judicialização se tornou
recurso habitual para se
obter autorizações das
operadoras para
procedimentos mais caros,
como cirurgias ou
internações. Os reajustes de
preço de planos coletivos,
que não são regulados pela
ANS, neste ano, chegaram a
20%, conforme noticiado pela
imprensa.
A FAPES abriu um novo PDV (a
partir de 1/8) com o
objetivo de demitir 41% dos
profissionais que trabalham
no DEPAS (que gere o PAS),
DEPAT (atendimento) e DEMED
(ambulatório). Desde o
início das demissões em
massa na FAPES, iniciadas em
2016, a parte de Saúde teve
um número reduzido de
demissões até então.
Causa preocupação que a
redução de pessoal na área
de Saúde da FAPES possa
entrar em contradição com o
próprio cumprimento da
Resolução CGPAR 23, sob as
premissas de manter a atual
qualidade, cobertura,
atendimento personalizado,
custos baixos e controlados,
com alto grau de satisfação
pelos usuários.
As Resoluções CGPAR
inviabilizam muitas
autogestões por suas
determinações baseadas em
critérios questionáveis. Mas
se legitimamente elas visam
melhorar a governança,
reduzir as despesas com
assistência à saúde e
controlar melhor os custos,
é importante que se diga que
no caso do PAS, com a gestão
da FAPES, nós já temos isso.
A Resolução CGPAR 23
estabelece prazo de 48 meses
(janeiro de 2022) para que
as estatais que estiverem
operando seus benefícios de
assistência à saúde em
desacordo com o previsto na
Resolução possam se
enquadrar. Os gastos das
empresas com assistência à
saúde de seus empregados
correspondem, em média, a
12% da folha de pagamentos.
Hoje, as despesas do BNDES
com o PAS correspondem a
7,93% da folha de pagamentos
e proventos. Estamos
próximos do teto
estabelecido pela CGPAR de
8%. Porém, com a regra de
paridade, cobrança de
mensalidade e
coparticipação, determinadas
pela CGPAR 23, esse
percentual deverá cair, pelo
menos, à metade.
As diretrizes das
Associações de Funcionários
do Sistema BNDES e da APA na
Mesa PAS são a defesa do
modelo de autogestão e que a
operadora do Plano
per-maneça sendo a própria
FAPES, mantendo a atual
equipe do DEPAS como gestora
do Plano. Como diz o ditado,
"não se mexe em time que
está ganhando".
As Associações também estão
participando em articulação
com representantes de outras
estatais federais das
discussões públicas sobre a
competência da CGPAR para
normatizar a matéria e sobre
os critérios utilizados para
a definição das diretrizes
estabelecidas pelas
Resoluções. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
COLABORAÇÕES |
|
|
Colaborações podem ser enviadas para
a redação do VÍNCULO - Av. República
do Chile 100, sobreloja/ mezanino,
Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP
20139-900 - ou através do e-mail
vinculo@afbndes.org.br. As
opiniões emitidas nos artigos
assinados são de responsabilidade de
seus autores e não refletem a
opinião da AFBNDES e do BNDES. |
|
|
|