A Câmara dos
Deputados aprovou,
na última
quarta-feira (9), o
pedido de urgência
para a apreciação
do PL
191/2020,
que autoriza a
mineração em terras
indígenas. Foram 279
votos favoráveis,
180 contrários e 3
abstenções. Com isso
o texto pode ser
votado no plenário
sem passar pelas
comissões da Casa.
Um grupo de
trabalho, com 13
integrantes da base
e sete da oposição,
será estabelecido
para trabalhar um
novo texto, que será
apresentado em até
trinta dias para
votação do mérito.
O projeto é visto
com preocupação pela
Frente Parlamentar
Ambientalista, que
além de considerar
que ele não
resolverá a questão
do potássio
(substância
utilizada em
fertilizantes, que
tiveram seu
fornecimento afetado
pela guerra entre
Rússia e Ucrânia),
teme que se crie uma
porta de entrada
para a legalização
do garimpo na
Amazônia, além de
comprometer as
terras indígenas.
O PL 191/2020 foi
chamado de
“vergonha” pela
oposição, seja por
permitir a
degradação de áreas
preservadas, seja
por desrespeitar as
áreas reservadas às
terras indígenas.
O professor da UFMG
(Universidade
Federal de Minas
Gerais) Raoni Rajão,
ligado à área de
serviços ambientais,
afirma que as
reservas de potássio
do Brasil não estão
em terras indígenas.
“Mudar a lei para
explorar essas áreas
é uma falsa
solução”, disse ele
em sua conta no
Twitter. “Não vai
resolver a crise de
fertilizantes, mas
irá gerar enormes
problemas
socioambientais”,
declarou.
[Veja, no site da
Central Única dos
Trabalhadores (CUT),
como cada deputado
votou na urgência do
PL da mineração em
terras indígenas]
Ato pela Terra –
Também na
quarta-feira
artistas e
integrantes de
coletivos da
sociedade civil
promoveram o “Ato
pela Terra“,
um movimento contra
os projetos de
impacto ambiental,
como a ampliação do
número de
agrotóxicos no
Brasil. Coordenados
pelo músico Caetano
Veloso,
manifestantes se
encontraram com o
presidente do
Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG),
para defender o
engavetamento e a
rejeição dessas
propostas.
Mais de
230 organizações da
sociedade civil e
movimentos sociais
se juntaram a um
grupo de cerca de 40
artistas para o “Ato
pela Terra”.
No
Programa Faixa Livre,
o secretário
executivo do
Conselho Indigenista
Missionário (Cimi),
Antônio Oliveira,
condenou, no dia
9/3, a pressa do
governo Bolsonaro e
do Congresso em
analisar o projeto
de lei 191/2022, que
permite a exploração
mineral em terras
indígenas, destacou
a mobilização das
entidades da
sociedade civil e de
artistas no “Ato
pela Terra”. |