No seu artigo 4º,
inciso III, a Resolução CGPAR 25 determina
“a adoção da média de, no mínimo, os últimos
trinta e seis salários de participação como
a base para o cálculo do salário real de
benefício da complementação/suplementação de
aposentadoria por tempo de
contribuição/serviço”.
Tratando tal
determinação como uma imposição de cima para
baixo, essa alteração seria implementada sem
que coubesse qualquer negociação entre
FAPES, BNDES e beneficiários do Plano Básico
de Benefícios (PBB).
Esse era o
entendimento o qual o BNDES parecia não
abrir mão quando começamos a segunda Mesa
FAPES. As negociações prosseguiram da parte
da AFBNDES tendo sempre como prioridade
encontrar uma solução definitiva para o
problema da “joia especial”, ou seja, o
problema dos “joiúdos” ou “porta-joias”.
Com o prosseguir da
negociação, foi ficando claro que para
resolver um problema que afetava as três
partes, só os beneficiários do PBB estavam
sendo envolvidos.
Entramos com ação
judicial contra a União, contra a aplicação
mandatória da Resolução CGPAR 25, na
expectativa de que obteríamos a mesma
vitória que ocorreu com a CGPAR 23.
Antes de uma decisão
da Justiça favorável, fomos positivamente
surpreendidos pela Diretoria do BNDES, que
aceitou implementar de forma negociada uma
revisão do período para cálculo da média do
salário real do benefício de aposentadoria.
O Banco propõe passar
de 12 para 60 meses esse prazo e usar parte
do benefício que isso traz para o PBB, como
forma de igualar a forma de cobrança da
“joia” entre os participantes. Nenhuma taxa
adicional será necessária ser cobrada aos
participantes.
Na verdade,
segundo informado pela FAPES, seriam
necessários apenas 48 meses para que
houvesse uma contribuição suficiente para
garantir isonomia no cálculo das
“joias”.
Não obstante a
importância do que ainda falta negociar e de
ajustes que estão em discussão, estamos
diante da luz que nos tirará a todos da
escuridão da injustiça que se abateu sobre
nossos colegas. Será uma vitória da
instituição e a consolidação da unidade
entre os benedenses.
O preço que estamos
pagando dá fim a essa injustiça e cria um
mecanismo de proteção do PBB a gestões
oportunistas e patrimonialistas (as
promoções no último ano de carreira para
serem apropriadas na aposentadoria).
Práticas como essas precisam ser superadas e
nunca foram do interesse do conjunto dos
empregados do BNDES ou dos beneficiários da
FAPES. É bom que ajudemos a enterrá-la de
vez. Os recursos excedentes fortalecem o PBB.
É opinião já emitida
pela AFBNDES que depois da unificação do
cálculo da “joia” nos dedicaremos como um
corpo unificado de beneficiários a
acompanhar com cuidado a gestão da FAPES.
Progressos importantes foram obtidos nos
últimos anos, mas é claro que equívocos
também ocorreram, como as correções
repentinas de contribuição. Temos um grande
trabalho pela frente, de organizadamente
apoiar nossos representantes no Conselho
Deliberativo da FAPES no sentido de
fiscalizar e democratizar a gestão do PBB.
A AFBNDES entende que
não é o momento de tergiversar, temos que ir
em frente e resolver de uma vez por todas
essa fratura entre os benedenses.
Aos que ainda
não entenderam ou são contra o acordo que
vai se desenhando, garantimos que nenhuma
decisão será tomada sem que os beneficiários
sejam convocados a se pronunciar. Nosso
compromisso com a democracia é tão
fundamental quanto nossa determinação de
lutar pela unidade dos benedenses – mesmo
quando a resolução dos mais graves problemas
parece impossível (como era a causa dos
"porta-joias" em 2016). |