A Câmara dos
Deputados aprovou na
terça-feira (10),
por 304 votos a 133,
a Medida
Provisória (MP) nº
1045,
que aprofunda a
Reforma Trabalhista
e reduz a proteção
aos trabalhadores e
trabalhadoras. Uma
das emendas
inseridas no texto
pode afetar a
jornada de trabalho
dos bancários.
A proposta
encaminhada ao
Congresso Nacional
pelo governo de Jair
Bolsonaro sofreu
mais de 400 emendas
que alteram regras
de contratação e
demissão, restringem
a fiscalização e
reduzem as
possibilidades de
acesso à Justiça do
Trabalho.
“O texto é
extremamente
prejudicial aos
trabalhadores e
ataca até os menores
aprendizes. Se
aprovado, vai
diminuir os
salários, estimular
as empresas a trocar
até 40% dos seus
quadros de
trabalhadores para
pagar menos, acaba
com o 13º salário e
retira o direito às
férias remuneradas,
entre outras medidas
perversas e de
ataques a direitos
conquistados pela
classe
trabalhadora”,
explicou o
secretário de
Relações de Trabalho
da Contraf-CUT,
Jeferson Meira.
O dirigente da
Contraf-CUT explicou
que trata-se de um
“pacote de maldades”
negociado pelo
ministro da
Economia, o
banqueiro Paulo
Guedes, com o
relator do texto da
Câmara, o deputado
federal Christino
Aureo (PP-RJ).
“O projeto original
previa apenas a
renovação da
vigência do Programa
de Manutenção de
Emprego e Renda,
suspensão de
contratos de
trabalho e de
redução proporcional
de jornadas e
salários em 25%, 50%
ou 70%, da mesma
forma como foi
realizado no auge da
pandemia da Covid-19,
no ano passado. Mas
diversos ‘jabutis’
foram incluídos no
projeto, que se
transformou neste ‘frankenstein’”,
observou Meira.
Um dos ‘jabutis’
inseridos no projeto
é a emenda 40, que
ataca a jornada de
seis horas dos
bancários e reduz o
adicional das horas
extras. A categoria
estará sujeita a ter
a jornada estendida
para 8 horas
mediante acordo
individual ou acordo
coletivo, reduzindo
para 20% o adicional
pelas horas extras
que passam a compor
a jornada normal de
trabalho (sétima e
oitava horas). Hoje,
a legislação
determina que a hora
extra seja paga com
adicional de 50%
(segunda a sábado) e
100% (domingos ou
feriados), destaca a
Contraf-CUT.
“Não é a primeira
vez que tentam mudar
a jornada de
trabalho dos
bancários com a
inserção de
‘jabutis’ em
projetos de lei, ou
medidas provisórias.
Vamos, mais uma vez,
lutar contra mais
esta tentativa de
alteração da jornada
da categoria”,
afirmou a presidenta
da Contraf-CUT,
Juvandia Moreira.
“Além da alteração
da jornada de
trabalho dos
bancários, vamos
lutar contra outros
pontos, que
precarizam a
remuneração e as
condições de
trabalho”,
completou.
“Esta é mais uma
tentativa de mudar a
jornada dos
bancários, o que
evidencia uma
articulação dos
banqueiros por trás
desta proposta,
extremamente lesiva
aos trabalhadores. É
preciso intensificar
a mobilização para
preservamos direitos
históricos,
conquistados com
muita luta e
sacrifício pelos
bancários e demais
categorias”, disse o
presidente do
Sindicato dos
Bancários do Rio
José Ferreira.
Além dos bancários,
outras categorias
com horário de
trabalho inferior a
8 horas são
atingidas pela
Medida Provisória.
Centrais sindicais
repudiam MP
O presidente
nacional da CUT,
Sérgio Nobre, também
repudiou a aprovação
do texto-base da MP.
Repúdio
compartilhado pelas
demais centrais
sindicais em
nota divulgada na
quarta-feira (11).
“Com essa vergonhosa
MP 1045, o
presidente Bolsonaro
e os governistas na
Câmara dos Deputados
atacam, mais uma
vez, os direitos da
classe trabalhadora,
já deteriorados pela
reforma trabalhista,
e trazem de volta à
cena a famigerada
carteira verde
amarela”, critica
Sérgio Nobre. “É uma
carteira de trabalho
sem direito nenhum e
trabalho sem
direitos tem nome: é
escravidão”,
complementa o
presidente da CUT.
Fontes:
Contraf-CUT
/
CUT
/
Seeb-Rio |