Com o lema “Defender
o BNDES é apoiar o
desenvolvimento do
Brasil”, mais de 100
colegas benedenses
participaram no
sábado passado (7)
do Congresso
Nacional dos
Funcionários do
BNDES, organizado
pela AFBNDES em
parceria com a
Contraf-CUT. O
evento foi realizado
virtualmente na
plataforma Zoom e
está disponível no
canal da Associação
no YouTube. Na
sexta-feira (6), o
presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, já havia
participado da
abertura dos
congressos dos
empregados dos
bancos públicos
federais
(BNDES, Banco do
Brasil, Caixa, BNB e
Basa) em evento
realizado pela
Confederação
Nacional dos
Bancários.
Na oportunidade,
Koblitz disse que
era uma satisfação
representar os
empregados do BNDES
na abertura dos
congressos dos
funcionários das
instituições
financeiras públicas
e procurou explicar
a natureza do banco
de desenvolvimento:
“Para a gente
entender o BNDES,
utilizo uma frase
que é atribuída a
Getúlio Vargas: ‘A
finalidade do Estado
é promover a justiça
social’. Isso eu
acho que tem muito a
ver com o que o
movimento dos
trabalhadores
defende: a justiça
social. A frase
continua: ‘Mas, não
há justiça social
sem desenvolvimento
e não há
desenvolvimento sem
soberania’. E aqui a
vocação do BNDES se
faz entender. O
Banco tem como
principal missão
garantir o
desenvolvimento do
país e assim
promover a justiça
social.
Infelizmente, essa
instituição tem sido
um dos principais
alvos deste governo
antinacional. E não
é à toa que esses
ataques ao BNDES
acontecem com tanta
força”.
A abertura do
Congresso do BNDES,
no sábado (7),
contou com a fala da
vice-presidente da
AFBNDES, Pauliane
Oliveira, do
vice-presidente da
Contraf-CUT,
Vinícius Assumpção,
e do economista
Fernando Amorim, do
Dieese. Pauliane
falou da importância
da parceria com a
Contraf na
realização do evento
e ironicamente
agradeceu à
administração do
Banco pela
aproximação maior
com a Confederação,
com o Dieese e com o
Sindicato dos
Bancários do Rio.
“No ano passado, a
administração do
Banco [por conta de
sua intransigência
na relação com a
Associação dos
Funcionários] quase
que forçou essa
aproximação, e é
muito importante a
gente tirar coisas
boas das
adversidades. O
nosso mote nesse
congresso é defender
o desenvolvimento
nacional, o BNDES e
seus empregados. O
Banco tem sofrido
ataques contínuos há
no mínimo cinco anos
e a diretoria da
instituição também
não tem poupado o
corpo funcional
desses ataques”.
Para a
vice-presidente da
AFBNDES, comentando
as dificuldades que
ocorreram na
negociação do Acordo
Coletivo de Trabalho
de 2020 e no
processo de eleição
e posse do
representante do
corpo funcional no
Conselho de
Administração do
BNDES, os benedenses
e seus direitos
precisam ser
respeitados.
O vice-presidente da
Contraf-CUT,
Vinícius Assumpção,
tomou a palavra
destacando que os
desafios do nosso
movimento são
grandes. “Eu quero
repetir uma frase
que usei no processo
negocial do ano
passado no BNDES. Eu
falei para a direção
do Banco em mesa que
jamais tinha visto
uma administração
tão truculenta no
trato com a
representação dos
trabalhadores,
tornando qualquer
entendimento muito
difícil”, ressaltou.
Para enfrentar os
desafios que vêm
sendo postos pela
administração do
Banco, tem sido
importante, para
Vinícius, a soma da
experiência da
Contraf em processos
negociais os mais
variados com o
conhecimento
específico da lógica
do Banco que possuem
a AFBNDES e as
demais Associações
de Funcionários: “A
Contraf respeita
muito a organização
interna dos
trabalhadores, o que
favorece nosso
entendimento das
especificidades de
cada setor da
categoria. Em 2020,
esse acúmulo de
conhecimento foi
fundamental para a
superação das
adversidades
impostas por uma
negociação que eu
jamais vi,
dificultada muitas
vezes por coisas
bobas, por vingança
pessoal, pela
necessidade de
derrotar o
presidente da
Associação porque
ele representava
todo um processo
democrático que
envolvia as
reivindicações dos
trabalhadores e a
própria visão de
Banco que o
funcionalismo do
BNDES tinha. E os
funcionários do
BNDES responderam de
forma coesa, forte,
com grande
mobilização”. Por
fim, Vinícius se
disse muito
emocionado ao ver os
empregados do BNDES
dentro da estrutura
nacional do
movimento bancário.
Segundo ele, houve
um trabalho
coletivo, longo, de
aproximações e
afastamentos, que
culminou com o
congresso: “Este é o
momento dos debates
específicos. Lá na
frente a gente vai
ter a conferência
nacional, para
debater as questões
de resistência de
toda a categoria.
Até porque não
adianta você olhar
só para o
específico, porque o
ataque ao BNDES é o
ataque a todas as
instituições
públicas, aquelas
que defendem a
soberania nacional,
a justiça social, a
distribuição de
renda, e o BNDES é
um banco fundamental
para que a gente
possa ter um Brasil
mais justo”.
Nessa estratégia de
resistência, o
movimento dos
funcionários do
BNDES tem contado
com o apoio técnico
do Dieese, que teve
sua trajetória
apresentada no
congresso pelo
economista Fernando
Amorim. “O Dieese é
contemporâneo do
Banco, está fazendo
65 anos. Foi criado
na década de 1950
numa construção do
movimento sindical
brasileiro. É uma
instituição única no
mundo, congregando
as diversas
correntes do
movimento sindical e
participando de
processos negociais
tanto no campo
público quanto no
privado”. O Dieese,
segundo Amorim,
conseguiu com o
passar das décadas
ser um reconhecido
espaço de debate e
de produção de
conhecimento do
movimento sindical,
baseado em três
eixos: a realização
de pesquisas
independentes, o
desenvolvimento de
atividades de
formação, com a
Escola de Ciências
do Trabalho e a
promoção de cursos
temáticos, e a
assessoria às
entidades sindicais
e de representação,
que é o que mais
aproxima o
Departamento da
AFBNDES, com apoio
técnico nos
processos negociais
do movimento dos
empregados do Banco.
Para tanto, é
importante a grande
expertise que o
Dieese possui por
acompanhar esses
mesmos processos em
outras empresas e
categorias. Amorim
também destacou o GT
das Estatais, com a
produção de análises
para o debate
público e notas
técnicas, como a que
foi feita
recentemente,
mostrando que as
estatais brasileiras
não são uma
jabuticaba e têm uma
função fundamental
para o
desenvolvimento
econômico, para o
investimento
agregado. Há notas
também sobre o
processo de
privatização, as
mais recentes
relativas à
Eletrobras e aos
Correios, e também
sobre os IPOs da
Caixa, como novas
formas de
privatização que
acabam por minar as
potencialidades das
empresas por dentro.
São questões que
impactam as receitas
e a lucratividade
dessas empresas e o
processo negocial,
por exemplo, das
Participações nos
Lucros e Resultados.
“A gente está
criando uma base de
dados para trazer
informações aos
trabalhadores tanto
dos processos de PLR
quanto daqueles
ligados aos planos
de saúde”, concluiu.
Assessorias
contratadas – Em
seguida, com a
mediação da diretora
para assuntos
jurídicos da
Associação, Juliana
Romeiro, e do 2º
vice-presidente
Fernando Newlands,
houve apresentações
relacionadas aos
serviços prestados
pelas assessorias
jurídica,
parlamentar e de
imprensa contratadas
pela AFBNDES para
fortalecer sua ação
política na defesa
do BNDES e de seus
empregados. Juliana
destacou os ataques
generalizados que a
instituição e seu
corpo funcional
sofreram ao longo
dos últimos cinco
anos – dos órgãos de
controle e do Poder
Judiciário –, com
repercussão enorme
na mídia. “E na
maioria das vezes
sem um debate
qualificado que
pudesse chegar à
sociedade de maneira
minimamente
compreensível, com
acusações que se
comprovaram
infundadas”. Juliana
também ressaltou o
movimento que visa a
redução do tamanho
do Banco, a exemplo
das devoluções
antecipadas de
recursos ao Tesouro,
contrárias à Lei de
Responsabilidade
Fiscal, e das vendas
de ações da
BNDESPAR, mesmo num
momento de crise
pandêmica mundial.
Medidas
completamente
equivocadas quando
se leva em conta as
potencialidades de
um país com um banco
de desenvolvimento
da envergadura do
BNDES. A diretora
também chamou
atenção ao que vem
ocorrendo
internamente com
relação a um aumento
significativo do
volume de processos
disciplinares no
Banco –
sindicâncias,
processos
administrativos
punitivos e a
demissão sumária de
um colega, que foi
reintegrado,
felizmente, por
medida judicial
impetrada pela
AFBNDES. “Nós temos
registros que nos
últimos 12 meses já
foram instaurados 11
inquéritos
administrativos e
três processos
administrativos
disciplinares.
Volume expressivo
que o Banco passou a
vivenciar nos
últimos anos”. E
assim, por
necessidade, a
AFBNDES começou a
mudar o seu perfil e
o seu foco de
atuação, de modo que
hoje a defesa do
BNDES e dos
empregados é a
finalidade essencial
da Associação. Em
função disso, a
entidade conta com o
apoio jurídico de
advogados internos e
com o suporte de
escritórios
especializados – e
muito qualificados –
nas áreas cível
(Carlos Edison do
Rêgo Monteiro
Advogados
Associados),
criminal (Nilo
Batista Advogados
Associados) e
trabalhista (os
escritórios Mauro
Menezes Advogados
Associados – em
parceria com Bruno
Cariello – e Cezar
Britto Advogados
Associados), além de
outros escritórios
com processos ainda
em andamento. “Todos
integrados por
profissionais
comprometidos com a
causa da AFBNDES”,
frisa a diretora.
Os advogados Mauro
Menezes e Bruno
Cariello, em suas
falas, deixaram
claro que
compartilham a visão
da AFBNDES quanto ao
momento que o BNDES
atravessa, resultado
de um cenário
político-institucional
caracterizado pela
implementação de
políticas
ultraliberais que
envolvem uma
perspectiva de
desconstrução de
determinados
elementos do Estado
brasileiro. “Nós
estamos à
disposição, eu, o
Bruno e a Renata
Fleury, para servir
aos associados a
qualquer momento,
com paciência,
aprofundando todas
as questões que são
colocadas no campo
trabalhista,
administrativo e
disciplinar. Esse é
o nosso papel, mas
nós partimos de uma
compreensão mais
ampla do processo em
que o Banco se
insere. E isso tem
sido fácil porque a
diretoria da AFBNDES
tem nos alimentado
com análises
frequentes, com sua
interpretação do que
se passa. Então nós
não agimos de
maneira alienada em
relação à realidade
que os empregados
enfrentam. Agora há
pouco, por exemplo,
o Arthur nos
informava de que
maneira a direção do
Banco tem
encaminhado a
perspectiva de uma
volta ao trabalho
presencial na
instituição”,
destacou Mauro
Menezes.
Com a experiência de
ex-presidente da
Comissão de Ética da
Presidência da
República
(2016-2018), o
advogado também
ressaltou o fato de
que hoje o corpo
funcional benedense
tem sido objeto de
uma contínua
estigmatizacão por
parte da direção do
Banco, com medidas
de intimidação em
decorrência “de uma
matriz deletéria do
governo federal que
conseguiu deformar
em boa medida as
relações não apenas
funcionais e
administrativas, mas
também éticas no
âmbito da espera
pública”. Algumas
situações são
paradigmáticas,
segundo Menezes,
como o imbróglio que
envolveu a posse do
presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, no Conselho
de Administração do
Banco. “O Arthur tem
o encargo, como
dirigente da
Associação, de falar
por todos e esse
encargo deve
implicar numa tutela
da sua condição de
livre expressão, de
elaboração e de
representação. Nesse
caso tivemos o
concurso de um outro
parceiro importante
da AFBNDES, o
escritório do
advogado Cezar
Britto”. No
entendimento de
Menezes, todos os
funcionários
precisam exercitar
suas funções sem
esse tipo de temor,
sem essa
inquietação, de
estar sendo acusado
de uma falta
disciplinar, que
provoca angústia. “É
preciso tornar mais
saudável esse
ambiente, resgatar a
saúde das relações
administrativas no
interior do BNDES”,
concluiu.
Importante destacar
que o advogado
Mauro Menezes
é membro da
Associação
Brasileira de
Juristas pela
Democracia (ABJD) e
foi redator do
superpedido de
impeachment do
presidente Jair
Bolsonaro,
protocolado em 30 de
junho passado, por
deputados, líderes
de partidos
políticos e
integrantes de
movimentos e
organizações
sindicais, reunindo
os argumentos dos
123 pedidos de
afastamento já
apresentados à Mesa
Diretora da Câmara
dos Deputados. Em
sua fala no
Congresso do BNDES,
ele detalhou essa
articulação.
O advogado Bruno
Cariello falou da
assistência que tem
sido prestada aos
empregados do BNDES
em processos
administrativos,
citando a Resolução
21/2019 do BNDES,
que criou o Sistema
de Correição
Interna,
composto pela
Corregedoria, pelas
comissões de
procedimentos
investigativos e
processos de
apuração e pelas
comissões
recursais. “Ali está
tudo alinhado para
dar vazão a uma
necessidade de
investigação de
forma a colocar os
empregados numa
situação permanente
de suspeição. A
gente tem visto
sindicâncias que têm
por objetivo avaliar
qualquer tipo de
prejuízo ao Banco
resultarem em
posteriores
procedimentos
administrativos
contra os empregados
que ali
testemunharam. Junto
com a AFBNDES, a
gente busca
acompanhar os
empregados nessas
sindicâncias e nos
PADs, que de alguma
maneira envolvem a
classificação da
informação
institucional, de
compartilhamento de
informações e
documentos.
Procedimentos cujos
riscos se
intensificaram no
home office”,
relatou Cariello.
Segundo o advogado,
a Corregedoria vem
inovando em
procedimentos que
podem ser
qualificados como
“inquisitórios”. A
assessoria jurídica
também atua junto à
Comissão de Ética do
Banco, que tem a
competência de
avaliar as denúncias
contra os
funcionários.
E há, ainda, um
trabalho de
assistência aos
associados da
AFBNDES nas áreas
trabalhista e
previdenciária.
O 2º vice-presidente
da AFBNDES, Fernando
Newlands, abriu a
palavra aos
representantes das
assessorias de
imprensa (José
Carlos Mattos, da
JCM/Ketchum) e
parlamentar (Ricardo
Tortorella, da
Conect Consultoria),
que prestam serviço
para a Associação.
“Essas assessorias
também estão
inseridas nessa
nossa política de
defender o BNDES e
seu corpo funcional.
São serviços mais de
bastidor, porém
importantes para a
gente falar para
fora. Até porque a
gente não pode ficar
fechado, fazendo a
defesa do Banco
apenas dentro da
instituição.
Precisamos
conquistar a opinião
pública e os
jornalistas, para
que eles entendam
como o BNDES
funciona, uma vez
que somos uma
instituição bastante
peculiar. Nós somos
um banco, mas não
exatamente como os
outros; somos uma
estatal, mas somos
diferentes de como é
o serviço público em
geral. Também
precisamos atuar de
forma organizada
junto ao Parlamento,
porque muitas vezes
os ataques que
sofremos vêm de lá,
em propostas de
modificação de leis,
emendas
constitucionais e
medidas provisórias,
numa tentativa
constante de redução
do funding do
BNDES”, destacou.
Ricardo Tortorella
enfatizou que Paulo
Guedes já falava em
reduzir o tamanho do
BNDES muito antes de
sentar na cadeira de
superministro da
Economia, como Posto
Ipiranga. “Após a
posse, monta-se o
discurso da
‘caixa-preta’, o
projeto de venda de
ações da BNDESPAR, a
diminuição dos
desembolsos do Banco
e o crescimento das
transferências para
o Tesouro a qualquer
título, isso tudo
com grande pressão
interna e a
posterior queda de
Joaquim Levy. Em
agosto de 2019,
entra a história da
Reforma da
Previdência,
quando o governo
incluiu artigo na
PEC (Proposta de
Emenda
Constitucional)
propondo acabar com
as transferências
constitucionais de
40% do PIS-Pasep
para o BNDES. Não
fosse a atuação da
AFBNDES à época, a
mordida no Banco
teria sido muito
maior. Logo em
seguida, a
Associação se
convenceu de que
precisava atuar mais
forte no Parlamento,
que valia a pena ter
uma assessoria para
esse fim.E assim
nasceu a nossa
assessoria
parlamentar”.
De acordo com
Tortorella, o BNDES
é um “queridinho” no
Congresso, como
principal ferramenta
de desenvolvimento
do país. “Os nossos
parlamentares sabem
que defender o BNDES
é defender uma causa
justa, uma causa
nobre. Então,
relativamente, sob
esse aspecto, é
muito fácil o nosso
trabalho. O Banco é
muito maior nos seus
69 anos de história
do que esse momento.
Mas nós temos que
ver que as leis
estão sendo feitas
nesse momento e
nesse ambiente. E é
claro que esse
processo não tem
sido mais tão
amigável como a
gente desejaria”.
E aí vieram, lembra
Tortorella, as PECs
comandadas por Paulo
Guedes: Emergencial,
do Fundo e do Pacto
Federativo. No
início de 2020, com
a crise da pandemia,
todas as prioridades
nacionais mudaram.
“Vale destacar que
aquela equipe
econômica tinha sido
desenhada no âmbito
de um programa
liberal, só que
agora era necessário
fazer o auxílio
emergencial, dar
assistência à
sociedade etc. E nós
continuamos o nosso
trabalho,
acompanhando a
tramitação das PECs,
buscando resguardar
os recursos do
Banco, e de certa
forma fomos
bem-sucedidos. E
então começaram a
surgir várias
medidas provisórias,
como a MP 954,
aquela que tirava R$
20 bi do BNDES e
jogava na Caixa. A
gente trabalhou para
a formulação de
emendas e muitos
parlamentares, de
todas as correntes,
foram sensíveis aos
nossos argumentos. E
esse é o trabalho da
assessoria, montar
redes com os
parlamentares, com
seus assessores e
com entidades que
representam
interesses da
indústria, por
exemplo, nesse
movimento de
resistência às
investidas contra o
funding do Banco.
Agora, com essa
aproximação com a
Contraf-CUT,
poderemos trabalhar
pautas comuns com o
funcionalismo dos
outros bancos
públicos, com grande
sinergia”.
Em 25 de março desse
ano, logo após nossa
vitória no âmbito da
tramitação da PEC
Emergencial, que
pretendia acabar com
as transferências do
PIS-Pasep para o
BNDES,
VÍNCULO
publicou um rico
relato de Ricardo
Tortorella sobre o
trabalho da
assessoria
parlamentar da
AFBNDES. Vale a
penar ler o texto e
também conferir no
vídeo do Congresso
do dia 7 de agosto,
disponível no canal
da AFBNDES no
YouTube, a fala de
Tortorella sobre os
meandros do trabalho
da AFBNDES junto ao
Congreso Nacional.
A atuação da
assessoria de
imprensa foi
destacada em seguida
pelo jornalista José
Carlos Mattos, que
além do contato com
veículos de
comunicação
tradicionais e
jornalistas
especializados,
buscando espaço na
mídia para difundir
a nossa versão dos
fatos, também
trabalha o perfil da
AFBNDES no LinkedIn
e deu outra dinâmica
ao canal da entidade
no YouTube –
ferramentas
importantes, sem a
mediação da
imprensa, para que
possamos divulgar o
nosso ponto de vista
com mais autonomia.
Segundo Mattos, o
grande desafio da
assessoria de
imprensa foi buscar
convencer os
jornalistas de que
as coisas que
estavam acontecendo
no BNDES tinham
interesse
jornalístico, eram
de interesse
público, do
interesse do leitor
do veículo de
comunicação, e não
algo que só
interessaria aos
empregados do Banco
e à AFBNDES. “Você
precisa
contextualizar o
fato para mostrar,
por exemplo, que uma
demissão no BNDES,
que não respeitou os
ritos que deveriam
ter sido
respeitados,
interessa a João, a
José e a Maria, que
nada tem a ver com o
Banco. Por que tirar
o funding do BNDES
vai mexer na vida do
homem comum? E a
concorrência por
espaço é grande
porque hoje estamos
reduzidos a três
grandes jornais:
Estado de S. Paulo,
Folha de S. Paulo e
O Globo. Então, não
é difícil imaginar a
fila de gente que
está na porta desses
jornais querendo que
eles publiquem seus
assuntos. É uma
guerra!”, disse.
Como o Banco não
esclarecia à opinião
pública, por
exemplo, que a
‘caixa-preta’ era
uma lenda urbana, a
AFBNDES precisou
cumprir esse papel,
explicando os fatos
à imprensa e à
sociedade – e esse
foi um grande
desafio para a
assessoria de
imprensa, disse
Mattos. Também foi
desafiador tratar do
tema sensível da
redução de relevo do
BNDES dentro da
estratégia
governamental,
envolvendo o
redesenho da
instituição, sua
descapitalização com
a devolução
acelerada de
recursos ao Tesouro
e a venda de ações
da BNDESPAR. “E
depois de realizado
esse trabalho, a
gente pode afirmar
que teve grande
sucesso. Em pouco
tempo, nós tínhamos
os canais já
azeitados junto a
esses grandes
veículos de
comunicação, assim
como junto à Veja,
ao UOL e etc. E isso
muito por conta da
coerência da
argumentação da
AFBNDES e da
sinergia com os
outros setores da
entidade, como as
assessorias
parlamentar e
jurídica”.
AJT, retorno ao
trabalho presencial
e sistema híbrido –
Depois, com a
mediação da
vice-presidente da
AFBNDES, Pauliane
Oliveira, houve
apresentações a
respeito de temas
distintos, mas que
se relacionam: a
renovação do Acordo
Coletivo de Jornada
de Trabalho (com
negociação em curso
no BNDES); os
desafios que
envolvem o retorno
ao trabalho
presencial
(anunciado pelo
Banco para se
iniciar a partir de
1º de setembro); e
perspectivas
relacionadas ao
trabalho híbrido
(até o momento não
aceito pela direção
do Banco). O diretor
de Bancos Federais
do Sindicato dos
Bancários do Rio,
Rogério Campanate,
falou das
experiências em
outros bancos
públicos e privados
no que se refere ao
home office durante
a pandemia de Covid-19
(registro de ponto,
trabalho presencial,
ajuda de custos
etc.) e às
negociações de
aditivos à Convenção
Coletiva de Trabalho
sobre teletrabalho
no pós-pandemia.
O advogado Breno
Cavalcante, do
escritório Cezar
Britto, que atuou
para viabilizar a
posse de Arthur
Koblitz no Conselho
e Administração do
Banco e assessorou o
movimento dos
empregados do BNDES
durante a negociação
coletiva de 2020,
especialmente nas
audiências de
conciliação no
Tribunal Superior do
Trabalho (TST), fez
uma análise do que
foi proposto pelo
BNDES em relação ao
retorno ao trabalho
presencial,
identificando
inconsistências em
documento divulgado
ao corpo funcional
pela impossibilidade
de
revezamento/rodízio
dos empregados nessa
volta aos locais de
trabalho e pela
ausência de
limitação da força
de trabalho para a
ocupação do Edifício
de Serviços do BNDES
no Rio. Também foi
criticado o fim do
trabalho remoto para
o corpo funcional
sem a devida
motivação e a
ausência de um
sistema de trabalho
híbrido no retorno e
no pós-pandemia.
Outras questões que
preocupam os
empregados é a não
exigência de
comprovação de
vacinação na volta
ao trabalho
presencial e a
ausência de um plano
de testagem
periódica. Segundo
Cavalcante, tais
inconsistências
estão sujeitas ao
controle do Poder
Judiciário.
O presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, fez a fala
final do congresso,
ressaltando o
trabalho de
resistência que vem
sendo desenvolvido
pela Associação
desde 2016 em defesa
do BNDES e do corpo
funcional benedense
– contrário ao
esvaziamento da
instituição e a
medidas arbitrárias
da administração
como ocorreu na
negociação do Acordo
Coletivo de Trabalho
de 2020 e na eleição
para o Conselho de
Administração do
Banco. “Nós demos,
na manhã de hoje, um
retorno importante
das atividades
desenvolvidas pela
AFBNDES e fizemos
uma necessária
aproximação com o
movimento sindical
da categoria
bancária. Nós
estamos muito
honrados por fazer
parte do calendário
nacional da Contraf
com a realização
desse congresso”,
concluiu.
Agora, os empregados
do BNDES estão mais
próximos dos colegas
das demais
instituições
financeiras públicas
federais e de suas
entidades de
representação. E
isso deve ser
festejado. |