Em 2011, o BNDES tomou a decisão acertada de
apoiar a Canoagem brasileira. De 2011 a
2016, o banco investiu R$ 61,5 milhões para
desenvolver a modalidade. Um dos atletas
beneficiados era promessa na época, o baiano
Isaquias Queiroz.
Na Rio 2016, Isaquias fez história ao se
tornar o primeiro atleta brasileiro a
conquistar três medalhas olímpicas em uma
mesma edição dos Jogos (duas de prata e uma
de bronze). Agora, em 2021, o investimento
do BNDES garantiu a medalha de ouro nos
Jogos Olímpicos de Tóquio.
“O BNDES elaborou um estudo que apontou a
canoagem com potencial a ser desenvolvido
por meio de patrocínio. O objetivo era
elevar o patamar competitivo dos atletas,
ampliar a base de praticantes e ajudar a
modalidade a ganhar notoriedade no Brasil”,
noticiou o Banco no final das Olimpíadas Rio
2016.
Relembre aqui:
https://lnkd.in/eAKRGx2a
https://lnkd.in/esY4nywi
https://lnkd.in/eK_Vzhsi
Memória:
Entrevista de Isaquias Queiroz em 2014
Aos 20 anos,
Isaquias Queiroz já coleciona vários títulos
até então inéditos na canoagem brasileira. O
garoto de Ubaitaba, no Sul da Bahia, foi o
primeiro atleta júnior do Brasil a
participar das Olimpíadas da Juventude. No
Mundial Júnior de 2011, foi o primeiro
canoísta brasileiro a conseguir uma medalha
de ouro, no C1 200 metros, uma prova
olímpica. Na mesma competição, ele ficou em
quarto nos 1.000 metros e faturou a prata
nos 500 metros.
Em 2013, obteve de novo medalhas de ouro e
de prata, desta vez na Copa do Mundo. “No
Mundial da Alemanha, em agosto, tornei-me o
primeiro brasileiro a subir ao pódio na C1
1000 metros, prova para a qual estou me
preparando visando à Olimpíada de 2016,
faturando a medalha de bronze, e conquistei
o ouro na C1 500 metros, que não é prova
olímpica, mas significa muito”, comemora.
O começo, lembra, foi difícil. Em 2005,
Isaquias ingressou no projeto Segundo Tempo,
na Bahia, que promovia a iniciação de jovens
em diversas modalidades, entre elas
canoagem, futebol, futsal e atletismo. “No
começo, dei meu nome para participar do
futebol, só que depois pedi para trocar. Um
mês depois, comecei na canoagem”, contou.
As dificuldades iniciais passavam pela
qualidade dos materiais usados na prática do
esporte, incluindo as próprias embarcações,
“que não eram das melhores”. Mais tarde, o
governo da Bahia e o Ministério do Esporte
vieram a adquirir novos caiaques e canoas.
“No começo era
só diversão”, admitiu. “Depois, quando
comecei a focar na canoagem como atleta
profissional é que senti as maiores
dificuldades. Quando chega aos 15 anos, o
atleta tem de buscar dinheiro para se manter
no esporte. É preciso conquistar medalhas
para se inscrever no Bolsa Atleta. Aí
cheguei à seleção, o que melhorou minha
situação”.
Quando Isaquias
chegou à seleção, que treinava em São
Vicente, na Baixada Santista, a modalidade
ainda não tinha o apoio do BNDES. Não havia
alojamento e o canoísta não recebia salário
nem da CBCa nem do Ministério do Esporte.
“Aí fui morar no Rio. O Flamengo ajudou na
estrutura, o barco era melhor. Comecei a
receber o dinheiro do Bolsa Atleta – é uma
renda que ajuda bastante. Depois vieram o
BNDES e a CBCa, que ajudaram muito,
comprando materiais de primeira linha,
embarcações, remos e joelheiras”, disse.
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