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Edição nº1430 – sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Carta Aberta ao Congresso Nacional: a PEC 186/2019 (PEC Emergencial)

Prezado Presidente, Senador Rodrigo Pacheco, Agradeço distribuir esta Carta Aberta para todos integrantes do Congresso Nacional.

Prezados Senhoras e Senhores, Senadores e Deputados,

Causou-nos surpresa o relatório do Senador Marcio Bitar à PEC 186, chamada de PEC Emergencial. Preocupa-nos, e muito, seu artigo 4 que define pelo fim de importante fonte de financiamento (funding) para o BNDES, as transferências das contribuições do PIS-PASEP.

É um erro retirar recursos do BNDES por várias razões estruturais.

No país que assiste sua indústria se desfazer no ar, que não consegue colocar obras de infraestrutura de pé mesmo onde é inconteste sua necessidade, onde a taxa de investimento afunda permanentemente para patamares históricos inéditos, no país em que a recessão se tornou um estado constante, não faz sentido algum o governo incluir na sua agenda, e de forma secreta, o único instrumento que possui para alterar diretamente esse estado de coisas.

Retirar os recursos do BNDES no momento de crise que atravessam tanto a saúde como a economia brasileira é algo surpreendente, quase incompreensível.

Os recursos BNDES são fundamentais para apoiar o emprego e a renda, e imprescindíveis para dar suporte à recuperação sustentada da economia. Os desembolsos do BNDES são financiados pelo FAT, depois retornam capitalizados para esse fundo. Viabilizam investimentos em momentos de expansão da economia e, ao mesmo tempo, inflam o colchão  do seguro desemprego  para amortecer o impacto social decorrente dos momentos de baixa do nível de atividade.

Mesmo parte do mundo desenvolvido, casos notórios são Alemanha e Japão, não abrem mão dos seus bancos públicos de desenvolvimento. E todos têm fortalecido esses bancos para permitir o combate à crise. Em contraste com esse quadro internacional a atual administração econômica insiste com uma orientação calcada em dogmas, nos colocando na contramão do que são as práticas mais hesitosas.

É fundamental dispor de instrumentos robustos que permitam garantir o suporte aos projetos de maior risco e requisitos mais desafiadores de financiamento – como infraestrutura – indispensáveis para engatar a recuperação econômica – em cenários em que as fontes privadas se retraem. Persistir na desidratação do BNDES só dificulta a rota de recuperação. É tempo de corrigir a rota, reconhecer, valorizar e fortalecer o BNDES. Mas parece que o governo prefere a "Emenda do Masoquismo" como afirma o economista Jose Roberto Afonso, em nota publicada hoje (cópia anexa).

O sempre atento Senador Serra percebeu que a PEC 186 na forma apresentada, mistura conceitos que podem por em risco ao nosso ordenamento jurídico, e agredir a CF ao debater temas como a emergência do pagamento do auxilio emergencial com temas estruturantes de nosso desenvolvimento inclusive recursos para saúde, educação e programas de desenvolvimento do BNDES. Assim, o Senador Serra apresentou a emenda 99 (cópia anexa) para a qual requeremos apoio, para não se permitir que acabem com o BNDES sem se ter uma ampla, prévia e correta discussão.

Igualmente, as preocupações do Senador Jaques Wagner com a situação dos estados da federação e com a continuada recessão da economia, protocolou emenda voltada especificamente para suprimir o inciso VII do art. 4º e manter os repasses previstos na Constituição para o BNDES (cópia anexa).

Buscam alternativas de soluções, também, outros encaminhamentos como a PEC 02/2021 de iniciativa do Senador Paulo Rocha e outros, que também desvincula a justa agonia para resolver o pagamento do auxilio emergencial, de debates profundos sobre recursos para educação, saúde e desenvolvimento que devem ter seu tempo ordem e profundidade de análise do parlamento. Também cópia em anexo.

Ou seja, são múltiplos caminhos que sinalizam o quão imatura se encontra tal PEC 186. Pedimos apoio de todo Parlamento. Pedimos atenção. E frisamos que gostaríamos de contribuir para o bom debate dentro do parlamento brasileiro. Não podemos nos omitir diante da possibilidade de que a sociedade sofra os impactos negativos impostos pela PEC 186 sem a exata consciência do Parlamento.

Não podemos concordar com a atitude do governo tentar minguar ou até destruir seu único instrumento capaz de fomentar o desenvolvimento. A inclusão da revogação dos repasses constitucionais ao BNDES não nos parecem de forma algo casual. Faz parte de um conjunto de medidas que vem sendo implementadas e que se levadas a cabo só poderão ter um resultado: a destruição do BNDES. E, neste sentido, recomendo a leitura do artigo que escrevi publicado na FSP, cuja cópia também segue.

Reafirmo que os compromissos da AFBNDES são em primeiro lugar com o desenvolvimento do Brasil tarefa que requer investimentos dos setores público e privado em infraestrutura, na agricultura, na internacionalização das empresas, em logística e em inovação tecnológica e organizacional dos setores industriais brasileiros. O BNDES ainda está presente em todas essas frentes, razão de orgulho para nós empregados que desejamos que assim permaneça. Aliás, aproveito para enviar, também em anexo, tabela comparativa do BNDES com seus pares internacionais, mostrando que o BNDES é super-rentável e tem a menor relação despesa administrativa / resultado operacional. Temos orgulho. Muito orgulho e vamos seguir.

25 de fevereiro de 2021.

Arthur Koblitz
Presidente da AFBNDES

 

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