O Dieese publicou,
em 9 de setembro, um
documento com o
objetivo de
subsidiar o debate
sobre a Reforma
Administrativa do
governo Bolsonaro
(PEC 32/2020), que
busca acabar com o
Regime Jurídico
Único, regulador da
relação dos
servidores com a
administração
pública.
Segundo a introdução
do documento, o
debate público,
diante da anêmica
economia do país,
tem sido pautado
pelo interesse do
“mercado” e da
grande mídia, que
condenam os gastos
públicos e depreciam
a atuação dos
servidores, propondo
uma agenda de
“Estado Mínimo” como
solução para
os problemas
brasileiros.
“Bem diferente do
discurso da mídia e
do governo, o número
de servidores
públicos em relação
à população
brasileira está
abaixo do verificado
em muitos países
desenvolvidos. E em
relação aos
rendimentos, a maior
parte dos
funcionários
públicos (57%) tem
rendimentos
concentrados na
faixa de até 4
salários mínimos, ou
seja, de R$ 3.816,00
(dados de 2018). No
serviço público
municipal, o
percentual dos que
auferem este
rendimento
corresponde a 73%,
faixa na qual estão
concentrados 56% dos
servidores
estatutários do
Brasil (RAIS,
2018).”
Para o Dieese, o
governo utiliza a
premissa de que é
preciso realizar a
reforma
administrativa para
o Brasil crescer: “A
alegação foi a mesma
com a Emenda
Constitucional 95
(congelamento
salarial) e com as
reformas trabalhista
e da previdência.
Como é visto e
sentido pelo povo
brasileiro, nenhuma
dessas medidas
teve qualquer força
para impulsionar o
crescimento do
país”.
“As reformas
representam a
disputa pelos
recursos públicos e
reduzem o caráter
redistributivo do
Estado. O objetivo é
diminuir o tamanho
do Estado, não para
que ele seja mais
ágil, mas para que o
setor privado lucre
com as atividades
que antes eram
públicas. O
resultado desse
modelo voltado para
o mercado é o baixo
crescimento, a
instabilidade
econômica, o aumento
da dificuldade do
Estado para
desenvolver
políticas
estratégicas para o
país e a ampliação
da pobreza e da
concentração de
renda.”
O que está em jogo,
segundo o Dieese, é
quem pagará pelos
custos da crise
econômica, sanitária
e social que o país
atravessa: “os
trabalhadores
privados e públicos
ou a elite, por
exemplo, por meio da
taxação das grandes
fortunas”.
“O governo tenta
reduzir a rejeição
ao projeto dizendo
que os atuais
servidores públicos
não serão afetados,
no entanto, a
estabilidade
condicionada ao
‘desempenho
insatisfatório’ e o
fim da progressão
por tempo de
serviço, em alguns
casos, são exemplos
de pontos presentes
na PEC 32 que
afetarão o
funcionalismo na
ativa hoje. Sem
contar que é
inaceitável uma
mudança que
precariza as
condições de
trabalho dos
servidores e o
atendimento à
população, mesmo que
no futuro”, destaca
o documento.
Para acessar a
íntegra do
documento, clique
aqui.
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