Institucional

Edição nº1402 – sábado, 25 de julho de 2020

Websérie do Clube de Engenharia discute Marco Legal do Saneamento Básico

Ainda em tramitação no Congresso Nacional após os vetos do presidente da República, o Marco Legal do Saneamento Básico foi o tema de duas sessões da websérie “Brasil Amanhã”, do Clube de Engenharia, com o conselheiro da entidade, José Stelberto Porto Soares, e o engenheiro Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite.  

A sanção do novo Marco Legal do Saneamento Básico ainda deixa em aberto como será a reorganização do setor nos próximos anos, sustenta Stelberto Soares. Para o conselheiro do Clube de Engenharia, é preciso ser cauteloso quando da passagem para os regimes de concessão privada. Stelberto critica o veto presidencial a um artigo do marco que previa um prazo para que as empresas públicas estaduais se adaptassem às concessões para empresas privadas. Segundo ele, a Engenharia terá papel essencial nessa nova dinâmica. Isso porque deverá atuar não só no planejamento e na execução de projetos de infraestrutura de saneamento, mas também na fiscalização. “A experiência de cidades como Paris e Berlim mostra que empresas privadas tendem a devolver áreas e cidades com população de baixa renda, onde os níveis de inadimplência são maiores e os desafios de infraestrutura também”, destaca. Contexto semelhante deverá ser visto no Brasil, segundo Stelberto: “Sem um regime fiscalizador robusto, é provável que sejam mantidas as históricas desigualdades no acesso ao saneamento básico, direito humano ainda longe de ser garantido a toda a população”. 

Para o engenheiro Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite, o novo marco legal do saneamento básico trouxe dúvidas e preocupações à sociedade, principalmente diante da essencialidade do acesso regular à água potável no contexto do isolamento social causado pela Covid-19. Segundo Luiz Edmundo, o Brasil ainda apresenta números dramáticos na distribuição desse serviço – e as concessões poderão facilitar a entrada dos recursos necessários para a universalização. “Pontos como tarifas módicas para a população mais pobre e fiscalização dos bens reversíveis das concessões deverão ser prioridades na regulamentação da Lei”, defende.  

José Stelberto Porto Soares é engenheiro civil e sanitarista pela Escola Nacional de Saúde Pública. Entre outras atividades, foi, na Prefeitura do Rio de Janeiro, subsecretário de Planejamento (Secplan), subsecretário de Obras, gerente na Secretaria de Habitação e coordenador de projetos no Programa do Banco Mundial junto à Cedae. 

Luiz Edmundo Horta Barbosa da Costa Leite é engenheiro mecânico formado pela Uerj, com mestrado em engenharia ambiental pela Universidade da Virgínia Ocidental e aperfeiçoamento em engenharia sanitária pela Universidade do Texas, ambas nos EUA. É professor aposentado do Departamento de Recursos Hídricos da Uerj. Foi membro do Painel Consultivo em Saúde Ambiental da Organização Mundial da Saúde e desenvolveu projetos técnicos na área em diversos países. Também atuou como subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro.

 
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