Na semana passada, a
desembargadora
Claudia Pires dos
Santos Ferreira, da
6ª Câmara Cível do
TJ/RJ, em decisão
monocrática, deferiu
o pedido de liminar
formulado pela
AFBNDES para
determinar a
publicação, na
íntegra, da carta
resposta redigida
pela Associação nos
mesmos espaços em
que a coluna “Até
tu, BNDES?”, de
autoria do
jornalista José
Roberto Guzzo, foi
publicada pela
revista Exame na
edição nº 1185, de
15/05/2019. Este
deferimento reforma
a decisão de
primeiro grau, que
havia sido proferida
em sentido
contrário. Vale
lembrar que a
resposta da
Associação tinha
sido parcialmente
publicada pela
revista na seção de
cartas dos leitores.
No artigo de maio
de 2019, J.R. Guzzo
diz que “durante os
13 anos e meio dos
governos de Luiz
Inácio Lula da Silva
e Dilma Rousseff, o
Banco Nacional de
Desenvolvimento
Econômico e Social
funcionou como uma
sociedade de
ladrões”. Mantendo o
mesmo tom, o
jornalista faz
críticas veementes
ao corpo técnico da
Casa e ao
ex-presidente
Luciano Coutinho.
Assembleia da
Associação para
autorizar o ingresso
da ação contra a
revista e o
jornalista foi
realizada em 7 de
outubro do ano
passado. “Críticos
caluniadores e
irresponsáveis devem
ser punidos na
Justiça. É
fundamental que o
corpo funcional se
mostre unido e apoie
a AFBNDES para que
esse instrumento de
pressão possa ser
utilizado”,
defendeu, na
ocasião, o
presidente da
entidade, Arthur
Koblitz.
Resposta
da AFBNDES – No
VÍNCULO 1347,
de 30/05/2019,
publicamos respostas
da AFBNDES e do
ex-presidente
Luciano Coutinho às
acusações do
jornalista da
revista Exame.
Confira o
posicionamento da
Associação:
“O artigo ‘Até tu,
BNDES’ é o texto
jornalístico que
fez, até agora, as
acusações mais
duras, levianas e
indiscriminadas ao
BNDES e ao seu corpo
técnico. Como meros
leitores, não como
empregados do BNDES
indignados com tais
injúrias, deveríamos
esperar alguma
proporcionalidade
entre as acusações e
as evidências
apresentadas no
texto. Porém, não
encontramos. O texto
imputa a todo o
corpo funcional
acusações graves, ao
classificá-lo como
‘ladrão’, mas não
informa aos leitores
que não existe
qualquer condenação
ou evidência que
comprove a
participação dos
funcionários em atos
ilícitos. Não há nem
mesmo delação
premiada que envolva
empregados do BNDES
em atos de
corrupção.
Sobre os
financiamentos a
Cuba, Venezuela e
Moçambique, todos
foram feitos com
garantias do Tesouro
Nacional aprovadas
por conselhos
interministeriais,
onde o BNDES não
possuía voto. Vale
ressaltar que também
é uma falácia que o
Banco obteve
prejuízo, pois não
perderá sequer um
real com essas
operações.
Também não há
notícia de que o
BNDES viva uma crise
de inadimplência
junto a
caminhoneiros.
Trata-se de uma
forma de empréstimo
igualmente segura,
em que a garantia é
o próprio caminhão.
Quanto à Odebrecht,
a companhia era
financiada por
instituições em todo
o mundo. Bancos
multilaterais,
bancos privados,
mercado de capitais.
Os desembolsos do
BNDES para
exportações de
serviços de
engenharia da
empresa correspondem
a menos de 10% da
receita da Odebrecht
no exterior (entre
os anos 2010-2016).
Importante
esclarecer também
que o Banco esteve
completamente
protegido nos
financiamentos ao
Grupo X. O BNDES não
chegou a se envolver
na Sete Brasil, ao
contrário dos
principais bancos
privados nacionais.
De forma geral, a
taxa de
inadimplência do
BNDES é muito baixa.
O artigo erra
completamente o
alvo. O que sobra?
Acusações ofensivas
e de cunho político
sem nenhum fato que
as consubstancie.
Não poderia ser essa
a definição no
dicionário de
calúnia?”. |