AEPET responde ao presidente do BNDES
 
 

O vice-presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Fernando Siqueira, enviou carta ao presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, em 6 de fevereiro deste ano, contestando declaração feita pelo dirigente a respeito da Petrobras.

“Embora com atraso, entendemos que não podem ficar sem resposta declarações equivocadas e preconceituosas de V.Sa., especialmente por se tratar do presidente do BNDES, empresa pública da maior importância para o desenvolvimento brasileiro. Segundo as publicações Petronotícias e Portos e Navios, V.Sa.  assim se manifestou, em 06.11.2017, em Fórum promovido pela revista Exame: ‘Não existe a maldição do petróleo, o que existe é a maldição da Petrobras’. A declaração é injusta e ofensiva. Estranhamos uma declaração feita por um administrador público, com as responsabilidades do presidente do BNDES. Preferimos interpretá-la como desinformação de V.Sa., também deplorável.

Segundo Fernando Siqueira, a Petrobras não é “maldição”. “É benção para o Estado do Rio de Janeiro, para o Brasil, para os brasileiros”.  E segue passando informações sobre a empresa:

“No Rio de Janeiro ela tem a sua Sede e as de suas subsidiárias, Petrobrás Distribuidora (2ª maior empresa do país), Transpetro, Gaspetro, Petrobrás Biocombustíveis e TAG – Transportadora Associada de Gás.

O Rio de Janeiro, na Bacia de Campos, que está completando 40 anos, responde por 60% da produção brasileira de petróleo. Recebeu, com 87 de seus municípios, somente nos primeiros cinco meses de 2017, cerca de R$ 1,6 bilhão de ‘royalties’, ou mais de 60% do total pago aos onze Estados contemplados (AL, AM, BA, CE, ES, MA, PR, RJ, RN, SP, SE). No tocante às participações especiais, o Rio recebeu R$ 1,016 bilhão no segundo trimestre de 2017, ou 71,4% do valor que contemplou oito Estados. No mesmo período foram beneficiados doze municípios fluminenses com R$ 254,131 milhões. Esses números permitem estimar, somente em participações especiais, durante 2017, um valor da ordem de R$ 5,0 bilhões. Aos ‘royalties’, anualmente, corresponderiam R$ 4,0 bilhões. Para todo o país, incluindo demais Estados, Municípios, Marinha do Brasil, Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, Fundos Social e Especial, Educação e Saúde, foram, de acordo com a ANP, mais de R$ 15 bilhões.

Localizam-se em nosso Estado importantíssimas unidades operacionais como a Reduc (segunda maior refinaria do país), a frota de petroleiros, os terminais de GNL, das Ilhas Grande, Redonda, D’Água, as Usinas Termoelétricas Mario Lago (Macaé), Leonel Brizola (Duque de Caxias), Barbosa Lima Sobrinho (Seropédica).

Também está no Rio o CENPES – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, o maior da América Latina, cerca de 1500 empregados, mais de 500 doutores e mestres, R$ 1,9 bilhão de investimentos em P&D. A Petrobrás conseguiu três prêmios mundiais máximo em tecnologia, feito que nenhuma petroleira conseguiu até agora.

Há, ainda, o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – Comperj, maior investimento da Petrobrás em toda sua história – empreendimento cuja conclusão é fundamental para nosso Estado e para o Brasil. O BNDES deveria contribuir neste sentido.

Entre empregados e aposentados, nada menos de 60 mil petroleiros têm domicílio no Rio de Janeiro.

Tudo isto, e muito mais, parece ser desconhecido pelo presidente do BNDES.

Vossa Senhoria defende, com entusiasmo, as privatizações. Chega, até mesmo, a sugerir a utilização de reservas cambiais do país para criação de um fundo de privatizações. Um retorno à política equivocada do governo FHC que apregoava a necessidade da venda do patrimônio público para reduzir a dívida. Dezenas de empresas foram entregues ao capital privado. Muitas e estratégicas aos interesses estrangeiros e a dívida pública aí permanece. Cada vez maior.

O BNDES não deve ser uma Casa de Privatizações, fomentadora da desnacionalização de nossa economia. Ao contrário, deve promover o Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil, fortalecer, dar robustez às empresas brasileiras, preservando a Soberania Nacional.

As declarações de V.Sa. revelam preconceito contra a presença do Estado na economia. Sugerem a ideia de que a privatização é panaceia. Remédio para todos os males.

Várias pesquisas de opinião mostram que mais de 70% dos brasileiros são contrários às privatizações. Quase 80% rejeitam a presença de capitais estrangeiros na Petrobrás.

Entendemos que as iniciativas estatais podem conviver, em harmonia, com o setor privado e, também, com o capital estrangeiro, sempre tendo nossa soberania e o interesse nacional como condições inegociáveis.

Não devemos desconsiderar os resultados negativos e insucessos de algumas privatizações, como nos casos da OI (hoje com passivo superior a R$ 50 bilhões), Maracanã, Barcas, Galeão, Consórcios Rodoviários, para citar alguns”.
 
 
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AGE sobre Acordo de Jornada de Trabalho

Nova assembleia para apreciar a proposta de Acordo da Jornada de Trabalho terá data definida ainda esta semana pelo Sindicato dos Bancários do Rio, devendo ser realizada na próxima semana. Logo que o Edital de Convocação seja publicado, o mesmo será divulgado aos empregados do BNDES por meio do Quadro de Avisos.

GT para estudar reestruturação do PBB/FAPES

Em reunião na sede da ANAPAR (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), na última semana, com a presença do presidente da AFBNDES, Thiago Mitidieri, ficou combinada a criação de um grupo de trabalho com a participação das Associações do Sistema BNDES para analisar a proposta de reestruturação do Plano Básico de Benefícios (PBB) apresentada pela diretoria da FAPES. O GT contará com a assessoria de um atuário e de um advogado especialista em previdência complementar.