23 de julho de 2009

“O BNDES além da crise”
AFBNDES propõe debate sobre projetos que possam ir além do presente cenário nebuloso, seguindo a tradição nacional de ousar e se fortalecer na crise
Questão 5

Agora voltando ao nosso BNDES, um pouco antes do 15 de setembro de 2008, o “tsunami” de liquidez internacional que valorizava nossa moeda fez com que alguns agentes financeiros internos imaginassem que nossa instituição, limitada orçamentariamente por fundos institucionais, ficasse ameaçada pela “concorrência” de instituições privadas, por conta do  oferecimento de créditos de prazo mais alongados, com juros cadentes. Após a crise, esse cenário mudou e o BNDES não apenas deixou de temer a concorrência do setor privado como foi fortalecido com mais 100 bilhões de reais vindos do Tesouro Nacional.

Dada esta situação, quais das proposições abaixo são mais próximas da sua forma de pensar em relação às fontes de recursos do BNDES?  

a) Essa crise é uma situação excepcional e, nesse sentido, os 100 bilhões de reais do Tesouro são bem-vindos. Porém, em momentos de normalidade o BNDES deve trabalhar como sempre trabalhou, ou seja, com fundos públicos desvinculados do orçamento do Tesouro – que possuem arrecadação própria e, portanto, não se baseiam em emissão monetária ou no endividamento público. E, complementarmente, são bem-vindas e são necessárias as captações no setor privado e no exterior.  

b) O BNDES pode e deve ter uma conta direta no Tesouro Nacional, com um orçamento flexível de forma a poder captar ilimitadamente ao custo TJLP, em razão da demanda de financiamento que possui. 

c) Uma combinação equilibrada de pontos fundamentais de ambas as visões.

André Nassif

Letra “a”, com a seguinte ressalva: o BNDES, a exemplo da Petrobras, poderia ficar desobrigado, sobretudo nos ciclos de expansão, de transferir recursos para o Tesouro (houve períodos, na década de 1990, em que se transferiam 100% dos lucros anuais). Como são esses recursos que constituem, há muito tempo, o principal funding do Banco, resultaria numa fonte considerável de recursos para financiamento. Haja vista o enorme prestígio do atual presidente do BNDES com o presidente da República, a hora seria agora para que, via este último, se viabilizasse uma costura com o Planejamento e a Fazenda para implementar tal sugestão.

Fábio Giambiagi

O economista assinalou a letra “a”.


Gustavo Galvão


O economista assinalou a letra “b”.