Agora
voltando ao nosso BNDES, um pouco antes do
15 de setembro de 2008, o “tsunami” de
liquidez internacional que valorizava
nossa moeda fez com que alguns agentes
financeiros internos imaginassem que nossa
instituição, limitada orçamentariamente
por fundos institucionais, ficasse ameaçada
pela “concorrência” de instituições
privadas, por conta do oferecimento
de créditos de prazo mais alongados, com
juros cadentes. Após a crise, esse cenário
mudou e o BNDES não apenas deixou de
temer a concorrência do setor privado
como foi fortalecido com mais 100 bilhões
de reais vindos do Tesouro Nacional.
Dada
esta situação, quais das proposições
abaixo são mais próximas da sua forma de
pensar em relação às fontes de recursos
do BNDES?
a)
Essa crise é uma situação excepcional
e, nesse sentido, os 100 bilhões de reais
do Tesouro são bem-vindos. Porém, em
momentos de normalidade o BNDES deve
trabalhar como sempre trabalhou, ou seja,
com fundos públicos desvinculados do orçamento
do Tesouro – que possuem arrecadação
própria e, portanto, não se baseiam em
emissão monetária ou no endividamento público.
E, complementarmente, são bem-vindas e são
necessárias as captações no setor
privado e no exterior.
b)
O BNDES pode e deve ter uma conta direta
no Tesouro Nacional, com um orçamento
flexível de forma a poder captar
ilimitadamente ao custo TJLP, em razão da
demanda de financiamento que possui.
c) Uma combinação equilibrada de pontos fundamentais de ambas as visões.
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André
Nassif
Letra “a”, com a
seguinte ressalva: o BNDES, a exemplo da
Petrobras, poderia ficar desobrigado,
sobretudo nos ciclos de expansão, de
transferir recursos para o Tesouro (houve
períodos, na década de 1990, em que se
transferiam 100% dos lucros anuais). Como
são esses recursos que constituem, há
muito tempo, o principal funding do Banco, resultaria numa fonte considerável de recursos
para financiamento. Haja vista o enorme
prestígio do atual presidente do BNDES
com o presidente da República, a hora
seria agora para que, via este último, se
viabilizasse uma costura com o
Planejamento e a Fazenda para implementar
tal sugestão.
Fábio
Giambiagi
O economista assinalou a
letra “a”.
Gustavo
Galvão
O economista assinalou a
letra “b”.
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