23 de julho de 2009

“O BNDES além da crise”
AFBNDES propõe debate sobre projetos que possam ir além do presente cenário nebuloso, seguindo a tradição nacional de ousar e se fortalecer na crise
Questão 4

Com relação à taxa de câmbio e à chamada “desindustrialização”, quais proposições abaixo mais se aproximam da sua forma de pensar?  

a) Entre 2004 e 2008 a valorização do câmbio nominal e real destruiu a capacidade competitiva dos setores mais promissores da indústria brasileira e causou efetivamente um perigoso processo de desindustrialização. Mas por sorte a crise surgiu para interromper esse processo. Na América Latina, atualmente, o modelo cambial mais inteligente é o da Argentina, que só é flutuante na aparência, pois só acomoda os choques negativos e é resistente à valorização nos momentos de choques positivos. A solução brasileira deveria ter a Argentina e a China como exemplos, com a preferência do câmbio fixo ou administrado, com o objetivo de mantê-lo sempre desvalorizado. O Banco Central está completamente equivocado ao permitir que o dólar baixe para menos de 2,40 reais, como ocorreu nos últimos meses, não importando o volume de acumulação de reservas que essa decisão acabe ocasionando. O custo de carregamento de reservas é irrelevante perto das vantagens do câmbio desvalorizado.  

b) Reconheço os problemas decorrentes da valorização do câmbio brasileiro. Porém, o câmbio flutuante com correções eventuais do Banco Central é a melhor solução para absorção de choques externos. A excessiva acumulação de reservas tem custo fiscal e, portanto, ela não deve ir além de um nível razoável. Uma possível desindustrialização, se existe, não decorre apenas do câmbio e não pode ser solucionada apenas através da intervenção cambial.  

c) Uma combinação equilibrada de pontos fundamentais de ambas visões.

André Nassif

O economista assinalou a letra “b”.

Fábio Giambiagi

O economista assinalou a letra “b”


Gustavo Galvão


Alternativa “a”. Depender de exportações de commodities não é bom para um país de grande população. Não é possível uma industrialização sustentável sem câmbio desvalorizado.