A declaração do
ministro da
Economia,
Paulo Guedes,
comparando
servidores públicos
a parasitas
repercutiu mal entre
integrantes do
funcionalismo. Ainda
na sexta-feira (7),
o presidente da
AFBNDES, Arthur
Koblitz, criticou a
fala: "O ministro
fez toda a sua vida
no mercado
financeiro, curioso
ele falar isso,
porque quem tem essa
fama de parasita é o
próprio mercado
financeiro", disse.
Segundo ele, o setor
público brasileiro é
concursado por
mérito. "No caso do
BNDES, é quase uma
unanimidade a
qualidade de seus
funcionários".
O Sindilegis
(Sindicato dos
Servidores da
Câmara, Senado e
Tribunal de Contas
da União) emitiu
nota
de repúdio: "Parasita
é o sistema
financeiro,
protegido pelo
ministro da
Economia, que
escraviza o povo
brasileiro em
benefício de meia
dúzia de
banqueiros".
Também em nota, o
Fonacate (Fórum
Nacional Permanente
de Carreiras Típicas
de Estado), que
representa mais de
200 mil servidores,
disse que Guedes
desrespeita de forma
gratuita a
categoria: "Ele
demonstra desprezo
com o funcionalismo,
além de desconhecer
a máquina pública".
O grupo pediu
retratação pública
do ministro e
protocolou no último
dia 11 uma queixa
contra Guedes na
Comissão de Ética da
Presidência da
República.
A presidente da
Associação e
Sindicato dos
Diplomatas
Brasileiros (ADB
Sindical),
embaixadora Maria
Celina de Azevedo
Rodrigues, disse se
sentir "insultada,
revoltada e
indignada" por uma
"classificação tão
injusta".
A FUP (Federação
Única dos
Petroleiros) afirmou
que repudia as
declarações e que
Guedes ataca de
forma injusta
parcela da população
que serve aos
governos e suas
autarquias.
A Unafisco
(Associação Nacional
dos Auditores
Fiscais da Receita
Federal) disse que
falta elegância e
patriotismo a
Guedes. "O assédio
institucional que
vem sendo praticado
pelo sr. Paulo
Guedes em relação
aos servidores
públicos já
ultrapassa os
limites legais e
merece reação à
altura".
O Sindicato dos
Servidores das
Justiças Federais no
Estado do Rio (Sisejufe)
também criticou as
declarações de
Guedes. Segundo a
entidade, quando
diz: "O hospedeiro
está morrendo, o
cara virou um
parasita, o dinheiro
não chega no povo e
ele quer aumento
automático", o
ministro, além de
fazer um comentário
desrespeitoso,
incompatível ao
cargo, demonstra
má-fé e
desconhecimento
quanto à realidade
do funcionalismo
público.
Mais repercussão da
fala de Guedes na
carta da Articulação
das Carreiras
Públicas pelo
Desenvolvimento
Sustentável (Arca).