Ao ministro Paulo
Guedes,
I
Os funcionários públicos
Não merecem essa desdita
Ao ouvir uma boca suja
Nos chamar de parasita
Feche a boca seu
Ministro
Sua fala é maldita!
II
Li a sua biografia
E lá pude constatar
Seu pai era esforçado
Vendia material escolar
Sua mãe trabalhava
Para poder lhe sustentar
III
E assim você cresceu
Foi para a Universidade
Estudou no estrangeiro
Com bolsa, é bem verdade
Agora quer tratar o povo
Com muita perversidade
IV
Você pode ser um ás
Lá na sua economia
Mas não tire do povo
O seu pão de cada dia
Já que os grandes
continuam
Tendo a mesma mordomia
V
Tenha cuidado Ministro
Com a forma de falar
Existem imperfeições
No público ou no
particular
Se não tem fiscalização
Muitos podem abusar
VI
Sou contra funcionários
Que agem de má-fé
Que discriminam as
pessoas
Mesmo sem saber quem é
Se fossem punidos
Atiravam no próprio pé
VII
Sou a favor que o
funcionário
Trabalhe satisfeito
Com um sorriso no rosto
Trabalhando direito
Para o progresso do país
Isto seria perfeito
VIII
Funcionários puxa-sacos
São aqueles das elites
Como cães acuados
Aguardando por convites
De políticos corruptos
Espero não se irrites
IX
Parasitas seu ministro
Eu vou lhe dizer
São muitos dos abutres
Que ocupam o poder
Que vem da classe pobre
E começam a apodrecer
X
O que falta neste país
É um bom gerenciamento
No público ou no privado
Para quem tem
entendimento
Se tem funcionários
ruins
Tem mal gerenciamento
XI
Vou citar a minha classe
Represento trabalhadores
Uma classe que luta
Somos nós Professores
Nem recebi meu piso
Temos perdas aos
horrores
XII
Lamento que o Senhor
Que se diz economista
Fala tanta asneira
Expondo seu ponto de
vista
Só por que é um
banqueiro
Com o povo és egoísta
XIII
Nunca mais senhor
Ministro
Soube o que é um
reajuste
Em minhas economias
Tenho que fazer ajuste
Você foi infeliz
Sua fala é um embuste
XIV
Trabalho com educação
E para poder atuar
Tiro dinheiro do bolso
Se quiser concretizar
Conto com as gestoras
Para poder amenizar
XV
Trabalho com educação
E quero levar esperança
Por isso dou o meu
melhor
Para educar a criança
Sua fala me enoja
Quase perco a temperança
XVI
É muito fácil falar
Sem pensar na realidade
Penso nos meus alunos
E na dificuldade
Sem saber se viverão
Até a maior idade
XVII
Muitos são filhos
De pessoas decentes
Mas as oportunidades
Não foram suficientes
Muitos pais sem
instrução
Tratados como indigentes
XVIII
Dos versos da Bíblia
Vou fazer reflexão
No Capítulo quinze
Aprenda a lição
O mal é o que sai da
boca
Pois reflete o coração
XIX
Ouço as falas do governo
Que abusam do discurso
Quer culpar o povo
Se corrompem no percurso
Com os ricos ninguém
mexe
Sempre entram com
recurso
XX
Falam em igualdade
Pregam a isonomia
Não é a mesma para todos
A tal aposentadoria
Se houvesse igualdade
Ninguém reclamaria
XXI
Puxaram a sardinha
Para o lado militar
Para o pobre, a chibata
Querem nos escravizar
Nem que haja um levante
Nós não vamos aceitar
XXII
Por isto nada dá certo
Neste país tudo enguiça
Eles são incompetentes
E nós quem temos
preguiça?
É mesmo sem noção
Não tem senso de justiça
XXIII
A reforma trabalhista
Não foi nada cortês
Fez o povo virar escravo
Fez o povo virar freguês
O povo perde o direito
Favorece o burguês
XXIV
Na América do Norte
O sistema é diferente
Por favor não compare
Não seja intransigente
Funcionário habilidoso
Faz carreira, vai para
frente
XXV
Quando ouvi sua fala
Comecei a meditar
aposentadoria generosa?
Só se for a parlamentar
Cinquenta por cento de
aumento?
Tu estás a delirar
XXVI
Eu sou uma Professora
Pouco sei de economia
Queria ver Paulo Guedes
Vivendo sem regalia
Ganhando o que eu ganho
O discurso mudaria
XXVII
Os brasileiros querem
Ver o seu país no alto
Acabe com as regalias
Do Palácio do Planalto
Vai ter grande economia
E dará um grande salto
XXVIII
Pague o salário do
professor
Aos políticos do
Congresso
Que só nos trazem atraso
Verdadeiro retrocesso
Valeria o nosso lema
Que é ordem e progresso
XXIX
Controle sua fala
Ao se referir ao povo
Ou vai ter que se
esconder
Para poder não levar ovo
Se continuarem falhando
É impeachment de novo
XXX
A cúpula deste governo
Precisa de formação
Aula de etiqueta
E de comunicação
De valores éticos
É falsa, a moralização
XXXI
Ministro, o Parasita
E o tal do Hospedeiro
São vermes do Planalto
E do Congresso inteiro
Que ganham sem fazer
nada
E exploram o brasileiro
XXXII
Querem tirar o direito
De fazer uma leitura
Para manter a ignorância
Querem trazer a censura
Mas nós somos libertos
Por nossa literatura!
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