Cerca de três mil
pessoas
compareceram, na
última terça-feira
(30), ao ato em
solidariedade ao
jornalista Glenn
Greenwald, do site
The Intercept
Brasil, promovido
pela Associação
Brasileira de
Imprensa. Segundo os
organizadores, "foi
a maior manifestação
em defesa da
Liberdade de
Imprensa já
promovida pela
centenária ABI". O
saguão e o auditório
da entidade ficaram
lotados. Muita gente
que não conseguiu
entrar ficou na
portaria do prédio
assistindo ao ato
por um telão.
The Intercept tem
publicado, desde 9
de junho,
reportagens com base
em diálogos vazados
do ministro da
Justiça Sergio Moro
(quando era juiz) e
de procuradores da
força-tarefa da
operação Lava-Jato.
A ABI defende a
integridade do
jornalista, que foi
ameaçado de prisão
pelo presidente Jair
Bolsonaro, e o
sigilo da fonte,
além do livre
exercício da
profissão.
"Esse é o meu
passaporte
norte-americano",
mostrou Glenn
Greenwald durante o
ato. "Esse
passaporte me
permite ir para o
aeroporto a qualquer
minuto e sair do
país", continuou.
"Mas eu não me
importo com as
ameaças que
Bolsonaro fez contra
mim. Eu não vou
fugir deste país". O
jornalista agradeceu
aos presentes e aos
veículos de
comunicação que têm
atuado em parceria
com o site na
publicação das
reportagens, como a
Folha de S. Paulo e
a revista Veja.
O ato contou com a
participação de
várias instituições
comprometidas com a
defesa da
Democracia, como a
Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), a
Federação Nacional
dos Jornalistas (FENAJ),
a Associação
Brasileira de
Juristas pela
Democracia, a
Associação de Juízes
pela Democracia, a
Comissão de Juristas
pela Liberdade de
Imprensa, o Coletivo
de Defensoras e
Defensores pela
Democracia e a União
Nacional dos
Estudantes (UNE).
Políticos de
diversos partidos e
artistas, como Chico
Buarque e Wagner
Moura, participaram
da manifestação. Até
mesmo o presidente
da Câmara dos
Deputados, Rodrigo
Maia, gravou um
vídeo especialmente
para o evento,
defendendo o direito
ao sigilo da fonte e
a liberdade de
expressão. A
respeito do sigilo,
o artigo 5º da
Constituição (XIV)
afirma: "É
assegurado a todos o
acesso à informação
e resguardado o
sigilo da fonte,
quando necessário ao
exercício
profissional".
Veículos da grande
imprensa mundial
como "The Washington
Post" e "The
Charlotte Observer"
noticiaram com
destaque, em seus
sites, o que
aconteceu na
"Casa dos
Jornalistas". O
recém-empossado
presidente da ABI,
Paulo Jerônimo,
destacou que "todos
os profissionais de
comunicação que
atuam no Brasil,
depois desta
manifestação,
entenderam que agora
voltamos a ter uma
trincheira para
lutar pelo direito
de informar e ser
informado".