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Edição nº1356 – quinta-feira, 1º de agosto de 2019

Ato em solidariedade a Glenn Greenwald lota ABI

Toda a equipe do site The Intercept Brasil esteve presente na manifestação, incluindo o editor Leandro Demori

reprodução/ABI

Glenn defendeu o trabalho do The Intercept Brasil

Cerca de três mil pessoas compareceram, na última terça-feira (30), ao ato em solidariedade ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, promovido pela Associação Brasileira de Imprensa. Segundo os organizadores, "foi a maior manifestação em defesa da Liberdade de Imprensa já promovida pela centenária ABI". O saguão e o auditório da entidade ficaram lotados. Muita gente que não conseguiu entrar ficou na portaria do prédio assistindo ao ato por um telão.

The Intercept tem publicado, desde 9 de junho, reportagens com base em diálogos vazados do ministro da Justiça Sergio Moro (quando era juiz) e de procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato. A ABI defende a integridade do jornalista, que foi ameaçado de prisão pelo presidente Jair Bolsonaro, e o sigilo da fonte, além do livre exercício da profissão.

"Esse é o meu passaporte norte-americano", mostrou Glenn Greenwald durante o ato. "Esse passaporte me permite ir para o aeroporto a qualquer minuto e sair do país", continuou. "Mas eu não me importo com as ameaças que Bolsonaro fez contra mim. Eu não vou fugir deste país". O jornalista agradeceu aos presentes e aos veículos de comunicação que têm atuado em parceria com o site na publicação das reportagens, como a Folha de S. Paulo e a revista Veja.

O ato contou com a participação de várias instituições comprometidas com a defesa da Democracia, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a Associação de Juízes pela Democracia, a Comissão de Juristas pela Liberdade de Imprensa, o Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Políticos de diversos partidos e artistas, como Chico Buarque e Wagner Moura, participaram da manifestação. Até mesmo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, gravou um vídeo especialmente para o evento, defendendo o direito ao sigilo da fonte e a liberdade de expressão. A respeito do sigilo, o artigo 5º da Constituição (XIV) afirma: "É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional".

Veículos da grande imprensa mundial como "The Washington Post" e "The Charlotte Observer" noticiaram com destaque, em seus sites, o que aconteceu na "Casa dos Jornalistas". O recém-empossado presidente da ABI, Paulo Jerônimo, destacou que "todos os profissionais de comunicação que atuam no Brasil, depois desta manifestação, entenderam que agora voltamos a ter uma trincheira para lutar pelo direito de informar e ser informado".

 

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Juiz ainda não julgou pedido de liminar na ação da CGPAR

Como já noticiado aqui no VÍNCULO, as Associações de Funcionários do Sistema BNDES e a APA ingressaram com ação judicial em 3 de julho objetivando a anulação da Resolução nº 23 da CGPAR, que afeta os planos de saúde das estatais federais.

O processo foi distribuído à 21ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal. Antes de apreciar o pedido de liminar formulado pelas Associações, o juiz federal substituto Rolando Valcir Spanholo decidiu abrir prazo para que a União se manifestasse sobre o mesmo. Na última segunda-feira (29), a União protocolou petição defendendo a legalidade da Resolução. Imediatamente, as Associações refutaram tais argumentos, reiterando a importância da concessão da referida liminar. O processo já se encontra com o juiz, que deverá proferir sua decisão nos próximos dias.

As Associações são representadas, no processo, pelo escritório de advocacia Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que também conduz a ação judicial de funcionários e aposentados do Banco do Brasil.