A edição de dezembro
do Jornal dos
Economistas (www.corecon-rj.org.br)
faz um balanço da
economia no governo
Temer, que começou
com o propósito de
implementar as
diretrizes do
programa "Uma Ponte
para o Futuro", mas
foi de fato uma
ponte para o governo
Bolsonaro.
O bloco temático
inicia-se com Marcio
Pochmann, da
Unicamp. Ele advoga
que Temer antecipa o
que se pode esperar
da próxima
administração: maior
empobrecimento da
população e
enfraquecimento do
setor produtivo com
a
desindustrialização,
a velha dinâmica do
agrarismo exportador
e o regime rentista
excludente.
Paulo Passarinho,
apresentador do
Programa Faixa
Livre, constata que
depois de um longo
período recessivo,
mergulhamos na
estagnação econômica
com baixíssimo nível
da atividade
produtiva, elevado
desemprego e
subutilização da
força de trabalho e
capacidade
produtiva.
Ricardo Barboza, da
UFRJ, lembra que
Temer conseguiu no
início aprovar
reformas em linha
com "Uma Ponte para
o Futuro", como a
trabalhista, o Teto
de Gastos e a
criação da TLP. Mas
a principal reforma,
a da Previdência,
foi enterrada com o
vazamento do "tem
que manter isso,
viu?". "A
recuperação da
economia começou,
mas é a mais lenta
da história recente,
devido ao baixo
investimento",
escreve.
Antonio Lacerda, da
FEA-PUCSP, defende
que o debate sobre a
desnacionalização de
empresas brasileiras
públicas e privadas
deve considerar a
estratégia de
inserção externa
brasileira e
aspectos como
balanço de
pagamentos,
deslocamento do
centro de decisão
para o exterior,
necessidade de um
projeto de
desenvolvimento para
o país e estímulo às
atividades de valor
agregado.
Carlos Pinkusfeld,
da UFRJ, aponta que
as políticas de
Temer deixaram um
rastro de desemprego
e uma produção
abaixo do nível
pré-crise de 2015.
Segundo ele, desde a
década de 80 se
constroem no mundo
"pontes" neoliberais
que, ao contrário
das de concreto, não
cruzam abismos, mas
os criam.