O Conselho de
Administração da
Embraer aprovou, no
dia 17, a venda de
parte da área de
aviação comercial da
empresa para a
Boeing. A aviação
comercial se tornou,
nos últimos anos, o
setor de maior
destaque da empresa,
que ainda conta com
as áreas executiva
(jatinhos), defesa,
agrícola e
equipamentos.
Os sindicatos dos
metalúrgicos de São
José dos Campos,
Botucatu e
Araraquara (SP)
soltaram nota onde
afirmam que a venda
"representa a
entrega criminosa de
um dos mais
importantes
patrimônios
nacionais. Ao
contrário do que
está descrito no
acordo, não se trata
de joint-venture,
mas de aquisição. A
operação tem o
repúdio dos
sindicatos dos
metalúrgicos de São
José dos Campos,
Botucatu e
Araraquara".
A nota ressalta
ainda que "a
operação não poderia
acontecer porque uma
empresa de capital
aberto (Embraer) não
pode se juntar a uma
de capital fechado
(a Boeing, no
Brasil). Mais do que
isso: uma
joint-venture
presume que as duas
empresas envolvidas
tenham uma parceria
comercial e
industrial. Não é
isto que vai
acontecer. A Boeing
terá 80% do capital
social e 100% do
controle operacional
e de gestão da nova
empresa. A Embraer
não terá nem mesmo
direito a voto no
Conselho de
Administração,
exceto em alguns
temas. Trata-se,
portanto, de venda".
Os americanos
pagarão aos
brasileiros cerca de
US$ 4,2 bilhões
reajustáveis para a
data do pagamento. O
valor é US$ 400
milhões a mais do
que o previsto
inicialmente, para
ter 80% do controle
da nova empresa.
A venda ainda está
sujeita à aprovação
do governo
brasileiro e,
posteriormente, será
submetida à
aprovação dos
acionistas e das
autoridades
regulatórias. O
conselho também já
autorizou o envio de
notificação
solicitando a
aprovação prévia da
União.
O acordo entre
Embraer e Boeing não
prevê, em um
primeiro momento, a
transferência de
operações do Brasil
para os Estados
Unidos. A fábrica da
companhia em São
José dos Campos
(SP), onde será
feita a maior parte
dos aviões
comerciais, ficará
com a nova
joint-venture, que
vem sendo chamada
internamente de "NewCo"
("nova companhia" na
abreviação inglesa).
As linhas de jatos
executivos, que hoje
estão em São José,
devem ser
transferidas para
Gavião Peixoto (SP).
Fonte: Revista
Fórum.