O presidente da
AFBNDES, Thiago
Mitidieri, e o
presidente da
UnidasPrev e
vice-presidente APA,
Luiz Borges,
participaram, na
última terça-feira
(28), de Audiência
Pública na Câmara
Federal sobre os
impactos nos planos
de saúde de
autogestão das
estatais federais
das Resoluções da
CGPAR – Comissão
Interministerial de
Governança
Corporativa e de
Administração de
Participações
Societárias da União
–, ligada ao
Ministério do
Planejamento. As
Resoluções 22 e 23,
publicadas no início
deste ano, atingem
diretamente a saúde
dos empregados das
estatais. Se forem
aplicadas, diminuem
a participação das
empresas no custeio
dos planos e limitam
o rol de
dependentes, entre
outros prejuízos
para os
trabalhadores.
Segundo Thiago
Mitidieri, a
audiência pública
foi um sucesso.
"Estavam presentes
os representantes
dos trabalhadores
das principais
empresas estatais
afetadas pela CGPAR,
BNDES, Petrobras,
Eletrobrás, Furnas,
Correios, Caixa, BB,
Embrapa etc., além
de parlamentares e
procuradores do
Ministério Público
do Trabalho. A
audiência também foi
importante para
fortalecer a unidade
das entidades
representativas dos
trabalhadores que
estão atuando
coordena-das em uma
frente com diversas
ações sendo
articuladas. Além do
PDC 956/2018, de
iniciativa da
deputada Erika Kokay,
que está na Comissão
de Trabalho, de
Administração e
Serviço Público da
Câmara à espera de
um relator, há em
curso ações
judiciais, como a da
ANABB, e de-núncias
sendo feitas ao MPT
em todo o Brasil",
informou.
De acordo com o
presidente da
AFBNDES, as linhas
de contestação
apresentadas na
audiência possuem,
em síntese, três
aspectos principais:
em primeiro lugar, o
aspecto formal – a
CGPAR não tem
competência para
reduzir direitos,
nem cercear a
liberdade negocial
dos trabalhadores;
em segundo, aspectos
procedimentais,
questionando os
critérios adotados
pela CGPAR para
definir, por
exemplo, o mínimo de
20 mil vidas para se
manter a autogestão
e o teto de 8%; e em
terceiro, o aspecto
material,
relacionado ao
direito adquirido –
do plano no pós
emprego, da forma de
custeio e das
alterações do
regulamento dos
planos.
A deputada Erika
Kokay, que propôs o
debate na Comis-são
de Trabalho, de
Administração e
Serviço Público da
Câmara, destacou que
as resoluções ferem
direitos adquiridos
e interferem no
direito das
categorias à livre
negociação coletiva.
"Apresentamos
proposta para sustar
os efeitos desses
documentos, que
consideramos
abusivos e ilegais",
declarou Kokay.
Durante a audiência,
a deputada leu carta
aberta assinada pela
AFBNDES e demais
entidades contra as
mudanças nos planos
de saúde das
estatais.
O procurador do
Trabalho da 21ª
Região, Afonso
Rocha, informou que
o Ministério Público
do Trabalho (MPT) já
foi acionado por
conta de
questionamentos das
categorias. De
acordo com ele, a
atuação do MPT terá
como princípios
zelar pelos direitos
e garantias dos
trabalhadores e
defender a livre
negociação coletiva.
Pinheiro chamou
atenção ainda para
os impactos do
enfraquecimento dos
planos de autogestão
no sistema público
de saúde do país.
Nenhum debatedor
presente à audiência
manifestou-se
favoravelmente às
resoluções do
Ministério do
Planejamento.
Após a audiência,
houve ato em frente
ao Ministério do
Planejamento e
reunião com
representantes das
entidades de
trabalhadores das
estatais federais
(BNDES, BB, Caixa,
Embrapa, Furnas,
Eletrobrás, Correios
e Petrobras) para
revisar as decisões
tomadas nos
seminários de junho
e julho e
identificar as metas
ainda não
alcançadas, com
fixação de
cronograma e
definição de
responsáveis.