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EDITORIAL
Como aumentar a participação
no processo de reestruturação |
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Questões reais
Ao nosso ver existe
pouca dúvida de que
o Banco tem uma
agenda de aumento de
eficiência a ser
enfrentada. Do mesmo
modo, precisamos há
muito tempo de um
planejamento
estratégico. Essa
agenda estava
colocada antes do
fim da TJLP.
Continuamos
afirmando que sem
uma taxa subsidiada,
como outras
instituições
equivalentes
possuem, não seremos
capazes de
sobreviver como
Banco de
Desenvolvimento. Por
outro lado, é
verdade também que
uma taxa subsidiada
tem que ser usada
para exigir
contrapartidas
relevantes para o
desenvolvimento
(conteúdo local,
metas de exportação,
porcentagem mínima
de gasto em P&D,
atendimento a
restrições
ambientais etc.) e
não para acomodar
eventual falta de
eficiência do BNDES
(prazos dilatados de
aprovação,
burocratismo etc.).
A questão que se
coloca então é: a
atual reestruturação
está endereçando a
agenda de
eficiência? E mais:
o planejamento
estratégico pilotado
pela Roland Berger é
o que precisamos?
Diagnóstico
A Diretoria quer um
BNDES voltado para o
cliente, mais ágil.
Apresentou até agora
argumentos
teoricamente
plausíveis para
justificar porque
algumas
características
atuais do Banco
podem impedir essa
agilidade. Por
exemplo, excesso de
cargos gerariam
"custos
transacionais", mais
gente para tomar
decisões na cadeia
de divisão vertical
do trabalho. Outro
exemplo: o DEPRI
levaria a uma
desnecessária série
de etapas de
aprovação de
projetos. Faltou
apresentar uma
questão decisiva:
existe alguma
evidência concreta
de que é o DEPRI que
reduzia a agilidade
de aprovação dos
projetos? Era o
período que passavam
no DEPRI que fazia
os projetos levarem
o tempo que levavam?
Quando cobrávamos
diagnóstico era
disso que estávamos
tratando.
Curiosamente – para
um Banco que
extingue o DEPRI em
nome de servir
melhor o cliente –,
o departamento
extinto era um dos
poucos, ou o único,
que realizava
pesquisa de
satisfação com as
empresas e, até onde
sabemos, o resultado
era extremamente
positivo.
Além disso, o
resultado da CPI na
era Coutinho apontou
o papel fundamental
do DEPRI na
governança do BNDES.
Qualquer nova
estrutura
organizacional
deveria mostrar como
gerará mais
agilidade sem perder
a segurança na
governança.
O mesmo pode ser
dito do excesso de
cargos. Ninguém
mostrou evidência de
que concretamente
era o excesso de
cargos que resultava
num gargalo de
agilidade. Nem
estatística, nem
estudo de caso.
Temos apenas uma
referência à
plausibilidade
teórica, a priori,
de um argumento de
eficiência.
Participação
A Diretoria não se
planejou para fazer
essa reestruturação
de forma
participativa. Mais
de uma vez pareceu
confundir
participação com
consulta para obter
dados ou insumos
para o processo de
elaboração da
reestruturação. Faz
tanto sentido
considerar isso
participativo quanto
considerar uma
ditadura mais
participativa porque
realizou um censo
demográfico.
Participação não
está no fornecimento
de informações, mas
no debate sobre a
proposta construída
com essas
informações. Agindo
dessa forma a atual
Diretoria se
comportou dentro da
tradição no Banco.
Se é verdade que a
Diretoria atual não
pensou em fazer
dessa uma
reestruturação
participativa,
também é verdade, e
é importante
reconhecer isso, que
não tem se negado a
ampliar, ao menos
sob demanda, o grau
de participação no
processo.
Até agora somos
obrigados a
constatar, com
honrosas exceções
(ver matéria sobre a
carta do
Superintendente da
Área de Crédito),
que a resposta mais
insatisfatória que
tivemos é a dos
superintendentes.
Pedimos reuniões de
áreas e temos poucas
notícias de que elas
venham acontecendo.
É um escândalo que
pessoas sejam
informadas de que
suas áreas foram
extintas sem nenhuma
discussão prévia ou
apresentação. Mais
graves tornam-se
esses casos quando o
tempo passa e nada é
informado aos
funcionários. É o
momento de os
superintendentes
mostrarem que são
lideranças no Banco.
Deveriam dar
satisfação às suas
equipes, nem que
seja para criticar
como o processo vem
ocorrendo. O que
precisamos saber é o
seguinte: os
superintendentes
sabiam ou não das
mudanças em suas
áreas? Sabiam e não
informaram suas
equipes? Ou será que
foram comunicados de
mudanças na última
hora?
Como podemos atuar
para que esse quadro
mude? Hoje cada
funcionário deveria
dizer para seus
gerentes que quer
exposições da
reestruturação na
sua área. Que o
gerente informe aos
seus chefes que quer
apresentações por
área. E os chefes
que digam aos seus
superintendentes que
desejam essas
apresentações.
Nessas reuniões os
funcionários do
Banco devem
participar e
demandar o que
entendam que é
fundamental. Por
exemplo, a nova
regra de seleção de
executivos é um
avanço
inquestionável. A
ocupação de cargos
por convite não foi
abolida, mas um
método mais aberto
foi criado. Cerca 30
cargos no Banco
serão ocupados
segundo a nova regra
de seleção. Na nossa
opinião, os
funcionários do
BNDES, além de
apoiar decisivamente
os colegas que estão
comprometidos com
esse processo na
área de RH, deveriam
demandar de seus
superiores que
adotem a regra em
geral. A regra
estabelece que é
obrigatória apenas
no caso em que
envolva ascensão de
cargos. Mas nada
impede que ela seja
utilizada para
todas as
seleções de cargo
executivo. Essa
poderia ser uma
opinião expressa nas
reuniões de área.
Temos que criar uma
opinião pública no
BNDES capaz de
constranger
comportamentos
baseados em "amigogramas".
Somos uma
instituição
privilegiada no
Estado Brasileiro
por não estarmos
sujeitos a nomeações
políticas para os
cargos de carreira,
mas temos uma agenda
de coibir a ação de
redes de amigos, a
cultura do
puxa-saquismo, da
falta de discussão
etc. Isso não vai
ocorrer se os
funcionários do
Banco não se
dispuserem a algum
grau de exposição
para apresentarem
suas opiniões sobre
esses temas.
Conclusões
Tem quem não queira
acreditar – afinal,
segundo alguns, tudo
é sempre jogo de
cartas marcadas, não
é? –, mas
conseguimos um
acordo sobre nosso
fundo de previdência
que envolveu a
participação
decisiva das AF’s em
geral, e da AFBNDES
em particular.
Importante que se
registre que o
resultado da
negociação foi
substancialmente
diferente da posição
inicial da Área de
RH.
Por que não
construir mais em
cima dessa
experiência
bem-sucedida? Em
função de tudo isso
propomos a seguinte
agenda de discussões
com a diretoria de
RH, com participação
da AFBNDES e
eventualmente de
representantes dos
colegas envolvidos
nos processos
afetados pela
reestruturação:
1. Grupo DEPRI. Qual
o destino das
tarefas do DEPRI na
nova estrutura? Uma
série de processos
ainda não foram
desenhados. Quem
conhece os processos
atuais precisa ser
ouvido;
2. Grupo sobre a
nova regra de
seleção executiva;
3. Grupo sobre a
"movimentação
forçada";
4. Grupo sobre nível
médio e
terceirizações.
Além disso,
defendemos que todos
os funcionários
reivindiquem a
bandeira de
"reuniões de áreas
com superintendentes
Já!" |
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Opinião |
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CHARGE/NELSON
TUCCI |
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VERSÃO IMPRESSA |
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(arquivo em PDF) |
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AGENDA |
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Deu na coluna do Ancelmo
Gois em 18/8
"Dyogo Oliveira, presidente
do BNDES, jurou aqui de pés
juntos que a extinção do
Departamento da Economia da
Cultura (Decult) do banco
não fará cair o apoio à
cultura. Até porque as
funções serão apenas
remanejadas. Ainda assim, o
descontentamento é grande
entre artistas e produtores
culturais. Ontem, 18
entidades do setor de
audiovisual, incluindo uma
turma do cinema, emitiram
nota manifestando ‘surpresa
e preocupação’ com as
mudanças.
Dizem lá que a eventual
extinção do Decult, ‘além de
comprometer e interromper o
desenvolvimento de uma
indústria em franca
expansão, sinaliza descaso
com uma área extremamente
estratégica’, pois o setor
cria quase um milhão de
empregos, promove inclusão
social e é responsável por
gerar de 1,2% a 2,6% do
PIB".
O tema também foi tratado
por Cacá Diegues, na última
segunda-feira (20), em
artigo publicado no O Globo. |
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