No enfrentamento
das incertezas
sobre o futuro,
um importante
instrumento para
a formulação de
planejamento e
de estratégias
de atuação é a
metodologia de
cenários.
Cenários são um
instrumento para
antecipação,
ação e
apropriação
(Michel Godet),
bem como para
mudar o
pensamento
atual, melhorar
a tomada de
decisões, a
aprendizagem e o
desempenho (Chermack
e Lynhan). O uso
de cenários nos
permite
vislumbrar
futuros não
óbvios. Ao
fazê-lo, podemos
promover uma
reflexão
estratégica que
contribui para a
criação de
futuros
alternativos,
evitando futuros
indesejáveis.
Cenários são
amplamente
utilizados por
empresas e
governos, sendo
caso emblemático
sua utilização
pela Shell e sua
estratégia
frente à crise
do petróleo nos
anos 1970. No
Brasil, sua
utilização tem
como referências
pioneiras, no
final da década
de 1970, a
Petrobras e a
Eletrobrás. As
experiências do
BNDES da década
de 1980 também
se tornaram
referência, uma
vez que
introduziram
alternativas de
desenvolvimento
brasileiro e de
inserção na
economia
internacional,
assim como
"contribuíram
para o
planejamento
estratégico do
banco e levaram
à introdução do
cenário de
integração
competitiva nas
formulações
estratégicas do
Brasil"
(Buarque, 2003).
Desde 2007, o
BNDES retomou o
uso de cenários
(Castro e Souza,
2015) e tem dado
continuidade na
sua utilização
para o
planejamento
estratégico.
Conforme matéria
de capa do
VÍNCULO 1214, de
11 de agosto de
2016, o BNDES e
a AFBNDES vêm
participando do
projeto de
elaboração de
cenários
prospectivos
Brasil 2035,
coordenado pela
Plataforma
Brasil 2100.
Trata-se do
resultado da
união de
esforços de três
instituições: a
Associação
Nacional dos
Servidores da
Carreira de
Planejamento e
Orçamento (Assecor),
o Instituto de
Pesquisa
Econômica
Aplicada (Ipea)
e o Centro de
Altos Estudos
Brasil Século
XXI.
O projeto Brasil
2035 tem como
objetivo
identificar
elementos que
subsidiem a
formulação de
estratégias de
desenvolvimento
para o Brasil.
Para tanto, o
projeto convida
especialistas da
academia, da
sociedade civil
e da
administração
pública a
compartilhar
suas visões
sobre o futuro
do país,
identificando
quais desafios e
oportunidades
podem nos
afastar ou nos
aproximar de
cada um dos
possíveis
cenários.
Nesse projeto
são consideradas
quatro dimensões
principais –
social,
econômica,
territorial e
político-institucional
– e três temas
transversais –
ciência e
tecnologia, meio
ambiente e água.
Além disso, têm
sido
aprofundados
temas
específicos,
alguns com
especialistas do
Ipea (TIC e
segurança
pública) e
outros contando
com parceiros,
tais como o
BNDES
(financiamento
de longo prazo),
Petrobras
(energia), Previ
(previdência),
Embrapa
(bioeconomia) e
Unesp (segurança
internacional).
O projeto teve
seu lançamento
em eventos de
mobilização de
parceiros,
incluindo um
Seminário sobre
planejamento e
cenários,
realizado no
BNDES no 1º
trimestre deste
ano, com
apresentação do
estudo de
megatendências
mundiais do Ipea
e das
experiências da
Shell e do
BNDES, além de
oficina de troca
de experiências
no tema
envolvendo mais
de 20
instituições.
O BNDES também
realizou
oficina,
coordenada pelo
Departamento de
Planejamento (DEPLAN),
sobre
financiamento de
longo prazo,
abrangendo os
temas mercado de
capitais, bancos
e marco
regulatório,
seguros e
garantias. A
oficina contou
com mais de 30
especialistas,
de um conjunto
de dez
instituições e
diversas áreas
do BNDES, tendo
como ponto de
partida a
apresentação de
estudos do BNDES
sobre o futuro
da indústria
financeira e do
financiamento de
longo prazo.
Além disso, as
unidades do
BNDES
responsáveis por
cada um dos
temas foram
convidadas a
participar, o
que resultou no
envolvimento de
especialistas da
casa em outras
oficinas
realizadas.
Foram ainda
promovidos dois
seminários no
Ipea, para a
apresentação das
justificativas
das principais
tendências e
incertezas, por
cada um dos
parceiros,
contando com a
contribuição do
BNDES para a
fundamentação do
tema de
financiamento de
longo prazo.
As próximas
etapas do
projeto
envolverão: i)
pesquisa web com
especialistas;
ii) análise de
atores; iii)
elaboração dos
cenários; iv)
definição de
estratégias
(imãs e apostas
para o futuro);
v) sinalização
de questões para
o monitoramento
do ambiente; e
vi) eventos de
divulgação dos
resultados.
Os estudos e
resultados do
projeto são
disponibilizados
na página do
Ipea e,
principalmente,
na plataforma
Brasil 2100 (www.brasil2100.com.br).
Ao todo, o
projeto conta
com 25
instituições
parceiras,
incluindo, desde
o seu
lançamento, o
BNDES e, a
partir de julho,
a AFBNDES. A
última pesquisa
web do projeto,
já concluída,
foi amplamente
divulgada na
página da
plataforma
Brasil 2100.
Haverá uma nova
pesquisa web no
início de
setembro. Fiquem
atentos, é uma e